A tecnologia para o verão que entrou no nosso radar
O mais inovador gadget do verão 2022 não é um gadget. É um serviço. Um serviço que abre a porta a todos os outros. Falamos do Starlink, o serviço de internet de Elon Musk.
Objetivamente, trata-se de um ISP -- um fornecedor de internet. Nada de muito novo, portanto. Mas ao ser um serviço totalmente por satélite, que se baseia numa constelação de pequenos aparelhos em órbita, interligados, o utilizador, em terra, acede à rede global apontando simplesmente uma pequena antena parabólica para o céu.
Com isto, a Starlink consegue (ou conseguirá) fornecer internet de banda larga a qualquer local do planeta, sem as limitações que os tradicionais serviços, tanto por cabo, como móveis (baseados em antenas terrestres), estão sujeitos.
A resiliência da tecnologia está atualmente a ser testada no terreno, na guerra da Ucrânia. Cerca de um mês após o início do conflito, a 20 de fevereiro, o multimilionário Elon Musk entregou às forças ucranianas milhares de antenas de ligação à Starlink. E, ainda em março (segundo reconheceu o Pentágono em abril), os serviços de defesa ucranianos conseguiram fazer com que um ataque eletromagnético russo, que de outra forma destruiria por completo as ligações à internet de uma importante empresa de telecomunicações ucraniana, não tivesse qualquer efeito.
"Com uma simples linha de código os engenheiros informáticos passaram a ligação para a Starlink", elogiou Dave Tremper, o diretor para a guerra eletrónica do gabinete do secretário da Defesa dos Estados Unidos.
A importância de um sistema deste género foi até, no último mês de maio, reconhecida por um influente grupo de cientistas chineses. Num artigo científico que acabou por ser revelado no ocidente, estes sublinharam o risco para a segurança nacional da China que um sistema com tal resiliência pode assumir. Este grupo de especialistas urge o governo liderado por Xi Jinping para pôr em órbita um sistema nacional semelhante, que garanta à China o mesmo nível de autonomia de ligação à rede global de telecomunicações.
Ponto de ironia: via Starlink, qualquer cidadão no mundo pode ultrapassar as limitações que regimes autoritários -- como a China -- lhes tentarem impor ao que veem, leem ou dizem.
Ainda é caro e instável
Apesar de todas as vantagens já demonstradas, todo o potencial tecnológico da Starlink ainda não está totalmente em prática. A constelação de 42 mil microssatélites que comporá o projeto não está ainda sequer 10% em órbita. Resultado: a velocidade de acesso à internet no momento, designadamente em Portugal, pode variar entre os 50Mbps (megabits por segundo) e os 150Mbps. A latência (o tempo entre a transmissão de uma ordem e a receção da resposta) situa-se entre os 20 e os 40 milissegundos. Algo que só se melhorará consoante forem colocados mais satélites em órbita pela SpaceX, a empresa espacial de Elon Musk.
O preço do serviço é (ainda) também pouco competitivo. O kit de acesso à Starlink -- uma antena parabólica, um tripé para a mesma e um router wifi -- custa no momento 726 euros (com portes). E a mensalidade é de 99 euros. Por este preço, qualquer operadora de telecomunicações oferece-lhe vários cartões de telemóvel, centenas de canais de TV e, provavelmente, alguns cafés...
É assim difícil, neste 2022, justificar a adoção do serviço da internet via satélite do homem mais rico do mundo, a não ser que tenha uma casa num sítio muito isolado, sem acesso a qualquer rede móvel (há vários). Mas pela sua resiliência, capacidade de chegar a qualquer lugar e pelo que faz por tornar as pessoas mais livres, não temos dúvidas de que este tipo de tecnologia faz o mundo melhor. E que o futuro das telecomunicações também passam por aqui.
Quantas vezes já não lhe aconteceu desejar perceber melhor o que lhe estão a dizer, quando está num país estrangeiro, conseguir perguntar o que contém a bebida ou comida que lhe estão a oferecer ou, já agora, iniciar conversa com alguém na mesa ao lado, mas que não fala o seu idioma? Apesar de os telemóveis possuirem algumas apps que podem ajudar, nenhuma parece ser tão especializada quanto o gadget Vasco M3. O aparelho, que parece ser inspirado no universal translator da série Star Trek, tem a vantagem de ser um dispositivo especializado: traduz, em texto e voz, de uma língua para a outra, entre mais de 70 disponíveis.
Com um formato que faz lembrar um leitor de MP3, tem ainda ligação gratuita à internet através de um cartão SIM integrado, que funciona em mais de 200 países. Anuncia uma precisão de tradução na ordem dos 96% (pela nossa experiência, depende um pouco da pronúncia a que é sujeito... mas regra geral funciona). A ligação à internet permite-lhe estar sempre atualizado. Pode comprar-se no próprio site da marca, https://vasco-electronics.pt/, com um preço de 289 euros.
Apesar de não ser uma ideia politicamente correta, facto é que o verão acaba por ser um período em que muitas pessoas se preocupam mais com a forma física. Algumas marcas tecnológicas não serão indiferente a isso e aproveitam esta época para lançar novas fitness bands ou relógios "inteligentes" com uma marcada vertente de monitorização de exercício.
Mais a pensar nos atletas ou quem leva o exercício muito a sério, a Garmin acaba de lançar dois incríveis relógios "inteligentes", na sua família Forerunner. O novo topo de gama, o 955 Solar, destaca-se pelo ecrã tátil always on, a leitura do estado da variabilidade da frequência cardíaca (HRV) e, acima de tudo, a capacidade de carregar a sua própria bateria através da luz solar -- o que lhe proporciona uma muito maior autonomia. Disponível a partir de 650 euros.
O outro é o Forerunner 255, que tal como o modelo de topo inclui GPS (bem como o referido HRV) e o novo widget de corrida da marca, no qual se pode visualizar o percurso que se pretende fazer, como preparação, incluindo uma previsão do desempenho específico a obter, o tempo que fará no dia da corrida, etc.. O 255 custa entre os 350 e os 400 euros.
Do lado da Huawei, está este mês a chegar ao mercado o Watch Fit 2. Com um ecrã retangular de cantos arredondados, de 1,74 polegadas (um design "de família" desta linha de dispositivos, que agora está um pouco mais largo), inclui um altifalante, além de microfone, pelo que é possível atender e realizar chamadas (via Bluetooth). O aparelho tem GPS integrado e um modo Sports Field, que promete monitorizar com maior precisão os quilómetros e o ritmo da corrida. Também do lado da monitorização de saúde (o nível de oxigenação do sangue é medido) existem novas funcionalidades. O preço varia entre os 150 e os 250 euros.
Do lado da Xiaomi houve dois lançamentos recentes: Watch S1 Active GL e a smartband Mi Band 6. O relógio tem um ecrã AMOLED de 1,43 polegadas e promete uma autonomia "até 12 dias em modo normal". O carregamento é feito por via magnética. A nível de monitorização de exercício, além do habitual, tem GPS integrado e medição do nível de oxigenação do sangue. Custa 180 euros no site da marca. Já a bracelete de fitness, promete 14 dias de autonomia e 30 "modos de desporto". Custa 40 euros.
Por muito mais ecológicas que sejam as garrafas de água reutilizáveis, estas podem tornar-se um problema de higiene, mesmo que se tenha cuidado com a sua lavagem. Desde logo, porque é difícil chegar aos cantos mais fundos, depois porque nunca se sabe quantas bactérias ou vírus sobreviveram à última esfregadela.
Entra a solução científica: a luz ultravioleta integrada na tampa da WAKEcup, que promete, em três minutos, destruir 99,99% desses elementos microscópicos (incluindo bolor) que possa existir no interior. A partir de 65 euros em www.notonthehighstreet.com.
Dos colchões de praia às bolas, passando até pelo pneu do carro, esta bomba de ar comprimido portátil é potente o suficiente para encher praticamente qualquer coisa (suporta pressões até 150 psi), num formato compacto e com apenas 480g de peso.
Com baterias de lítio, é recarregável através da ficha USB-C (agora o modelo-padrão adotado pela União Europeia), inclui cinco modos de pressão predefinidos, para encher diversos objetos diferentes. Custa 40 euros no site da marca.
O mercado dos fones está hoje supersaturado e, porque há diferenças substanciais na forma como os diferentes modelos soam, torna-se muitas vezes difícil nomear apenas uma ou duas escolhas, mesmo numa ou noutra janela de preços. Já o modelo SRS-NB10 da Sony destaca-se por ser uma abordagem totalmente alternativa ao áudio pessoal.
Utilizando a tecnologia de "projeção de som", estas colunas Bluetooth colocadas num colar, quase em forma boomerang, que na realidade é o que este aparelho é, prometem emitir áudio de alta qualidade para os ouvidos do utilizador sem -- de acordo com o fabricante -- perturbar quem está perto. Com um peso de 113 gramas e um preço de 129 euros (Amazon.es), é uma alternativa interessante aos normais fones (que não lhe corta o som ambiente).
Não são meros computadores, são máquinas em que cada circuito é pensado para manter a estabilidade do sinal digital de forma a que não haja o mínimo erro, a que qualquer flutuação de corrente ou vibração seja minimizada. Sim, porque tudo isto pode deteriorar o som. Os servidores de música e streamers da empresa portuguesa Innuos, que desde 2016 fabrica no Algarve, garantem um nível de qualidade sonora na música digital do melhor que o mercado oferece atualmente. Seja utilizando o seu software próprio, ou como end point de serviços populares no mercado do áudio perfeccionista, como o Roon, o HQ Playrer ou o Logitech Media Server, este hardware tem agora uma nova linha de streamers de música, designada Pulse, que promete ser um upgrade a ter em conta à já bem-sucedida linha de servidores de música digital/leitores de CD -- que foi elogiada em 2020 pela prestigiada revista norte-americana da especialidade Stereophile.
Os novos streamers Pulse, que fazem a "ponte" entre o seu servidor de música digital e a sua aparelhagem, estarão disponíveis em setembro. Compatíveis com os serviços de música de alta-definição Tidal e Qobuz, são o ideal para o caso de ter os discos rígidos com a sua música numa divisão diferente do seu sistema principal (para evitar ruído), ou se quiser criar um segundo sistema em casa -- uma segunda área de hi-fi. Têm preços entre os 1000 e os 5500 euros.
Todos garantem circuitos de elevada qualidade, desde o modelo de entrada, mas o mais caro inclui um reclocker que corrige erros de tempo no sinal digital, com grandes vantagens acústicas. Saiba mais em https://innuos.com/pulse-series/
A tendência começou com a marca britânica Dyson e hoje em dia são poucas as marcas mais avançadas que não desistem dos aspiradores tradicionais, pesados e ligados à corrente, para optar por aparelhos leves, portáteis, cuja autonomia já ultrapassa os 60 minutos. Mas este verão, a Samsung inovou com um acessório que a faz merecer estar nesta lista: uma Estação de Limpeza e Carga para o seu modelo mais avançado.
Após aspirar, basta encaixar o aparelho na sua base que ele é automaticamente despejado, enquanto a bateria fica a carregar. Custa 750 euros no site da marca.
Parece-se com uma bolha de sabão, mas é feita de um gel sintético. Basta enchê-la de ar (a bomba é fornecida) ou água e o divertimento é garantido.
Dada a textura da Bubble Ball, consoante está mais ou menos insuflada, pode parece-se mais com uma tradicional bola ou algo como um "Pega Monstros" (lembra-se deles?). Veja os vídeos em https://www.himinee.com/products/funny-bubble-ball. A partir de 10 euros (mais portes).