Técnica experimental permite detetar covid-19 em 40 minutos
Investigadores norte-americanos estão a trabalhar no desenvolvimento de um teste rápido que, a ter sucesso, poderia detetar uma infeção por covid-19 em 40 minutos. A nova tecnologia, ainda em fase experimental, assenta numa técnica de edição genética designada como CRISPR.
Segundo o diário espanhol El País, que avança a notícia, este sistema é como um editor de texto que permite mexer no ADN de qualquer ser vivo. A equipa da Universidade da Califórnia que está agora a testar a aplicação deste método ao novo coronavírus acredita que a técnica pode aplicar-se ao material genético do vírus.
"Esta tecnologia é muito interessante porque permitiria criar um teste que qualquer um poderia fazer em sua casa de forma muito rápida", diz ao jornal Jennifer Doudna, investigadora daquela universidade, em Berkeley, sublinhando que isto seria particularmente importante para detetar os casos assintomáticos. O teste poderia ser feito pelos próprios utilizadores, sem necessidade de recurso a pessoal especializado, assemelhando-se, na forma, a um teste de gravidez. Mas tem ainda pela frente todo o processo de validação científica, durante o qual a esmagadora maioria dos tratamentos testados fica pelo caminho.
O teste não é o único objetivo na mira dos investigadores, que estudam também as potencialidades deste método na luta contra o novo coronavírus. A técnica que está agora a ser trabalhada pelos investigadores norte-americanos, e que foi criada em 2011 pela norte-americana Jennifer Doudna e pela francesa Emmanuelle Charpentier, inspira-se no sistema imunitário de alguns micróbios, estudados pelo espanhol Francis Mojica na década de 90.
Estes organismos unicelulares guardam fragmentos do genoma dos vírus com os quais tomam contacto ao longo da sua existência. Se o vírus reaparece, estes seres conseguem identificá-lo e ativam uma proteína conhecida como Cas, que corta o genoma do vírus em dois, provocando-lhe a morte. É este efeito que os cientistas tentam agora replicar.