Santa Maria: são 149 doentes que esperam exame para despistar cancro
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tem neste momento 149 doentes em lista de espera para fazer os exames que permitem despistar o cancro do colo do útero, mas garante que vai dar resposta a estes casos ainda em 2018. Numa nota enviada ao DN, a propósito da notícia sobre os atrasos para colposcopias pedidas depois de rastreios positivos, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) reconhece que houve uma "desregulação entre a capacidade real instalada e a procura", mas garante que o problema estará resolvido em setembro, com a contratação de mais um especialista.
O centro hospitalar que gere os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente argumenta que entre outubro de 2017, quando arrancou o rastreio do colo do útero na região de Lisboa, e junho deste ano a capacidade de resposta até foi superior ao que era pedido e os tempos de espera nunca excederam os 30 dias. Mas em julho registou-se um aumento significativo dos pedidos de colposcopias, na sequência da entrada de outros centros de saúde. Boas notícias em termos de acesso e "ganhos de saúde pública", mas que colocaram grande pressão sobre o maior hospital do país.
"O CHLN passou a receber os rastreios de vários Agrupamentos de Centros de Saúde, existindo uma desregulação entre a capacidade real instalada e a procura, determinada pelos pedidos efetuados diretamente pelo Médicos de Família", afirma o centro hospitalar. "De referir que a médica responsável por este programa no CHLN, ao percecionar o aumento exponencial de pedidos, solicitou a adoção de medidas adicionais, nomeadamente, o aumento do número de vagas disponíveis para estes exames. Em junho, o Conselho de Administração do CHLN insistiu no pedido de contratação de uma médica especialista para reforçar a resposta da instituição nesta área, pedido esse que já tinha sido realizado em maio".
Agora, com a colocação de mais um especialista, o hospital conta ter a partir de setembro um aumento da sua capacidade de resposta para cumprimento do programa estabelecido com a Administração Regional de Saúde (ARS). Desde outubro de 2017 até junho, foram realizadas no CHLN 4893 análises aos rastreios efetuados nos centros de saúde, e desses, 258 foram positivos, sendo 105 as colposcopias já realizadas em Santa Maria.
Como o DN noticiou esta quinta-feira, o hospital de Santa Maria marcou para 2019 exames para despistar a doença em mulheres que tiveram rastreios positivos. A ARS admite maior pressão sobre os hospitais, mas garante que o problema está a ser resolvido e que as mulheres já estão a ser contactadas para remarcar as colposcopias.
O rastreio ao cancro do colo do útero destina-se a mulheres entre os 25 e os 60 anos, que realizam, no centro de saúde, uma colheita para análise à presença do vírus do papiloma humano. O teste segue depois para o laboratório do hospital de referência para o programa. Posteriormente, a utente irá receber uma carta com o resultado que, se for positivo, implica a marcação de uma colposcopia (biópsia ao colo uterino).