Natalidade sobe pelo segundo ano consecutivo
Os primeiros dados sobre a natalidade em Portugal indicam que nasceram mais crianças no ano passado do que em 2018. Realizaram-se 87 364 testes do pezinho, mais 537 do que no ano anterior. E, já neste ano, tinha havido um aumento de 647 destes exames.
Aqueles testes são realizados no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética.
Incluem todos os recém-nascidos no ano que fizeram o chamado teste do pezinho, que deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dias após o nascimento, para detetar doenças. O que significa que o número destes testes não coincide exatamente com o número de nascimentos, mas está muito próximo e tem as mesmas tendências. E, nos últimos dois anos, a tendência é de crescimento.
Dois anos de crescimento, embora num número inferior a mil por ano, é um indicador que os peritos analisam com alguma cautela para se perceber se se está a inverter a tendência de decréscimo da natalidade em Portugal, que se acentuou nos anos posteriores à crise financeira. Em 2013, realizaram-se 82 471 testes e foi o resultado mais baixo de sempre.
Nos anos seguintes, nasceram mais crianças, com 2016 a registar 87 577 exames a recém-nascidos. Baixaram em 2017, para 86 180, voltando a subir em 2018 e 2019.
Nascem em Portugal entre seis mil e 8,5 mil bebés por mês, com variações mensais que se alteram de ano para ano, com exceção de fevereiro, a ter menos registos por ser um mês mais curto. Em 2019, nasceram mais crianças em janeiro (8291 testes) e outubro (8516), em oposição ao que aconteceu em junho (6393), fevereiro (6415) e março (6642).
Já em relação às zonas do país, são as grandes cidades que concentram mais nascimentos, com Lisboa a registar mais de 30% dos testes do pezinho (26 281), seguindo-se o Porto (15 701) e, a alguma distância, Setúbal (6723) e Braga (6634).
O interior do país continua a envelhecer, com quatro distritos a não atingir os mil testes em 2019: Portalegre (621), Bragança (629), Guarda (697), Castelo Branco (863) e Vila Real (990).
O teste do pezinho é gratuito e é realizado com uma amostra de sangue obtida através de uma picada no calcanhar do bebé, sendo a colheita feita nas maternidades, hospitais ou centros de saúde. Trata-se de um conjunto de exames para detetar doenças, quase sempre genéticas, que podem ser tratadas numa idade precoce. Não é obrigatório.