Moschino está a ser acusada de usar códigos para sinalizar clientes negros
Um olhar desagradável ou ignorar um cliente em detrimento de outros pode fazer com que os compradores não se sintam bem-vindos nas lojas. Mas segundo uma ex-trabalhadora, a marca de roupa Moschino foi mais longe e criou mesmo códigos para alertar os outros funcionários para a presença de uma pessoa negra na loja, segundo o site Vox.
Uma ex-funcionária negra instaurou um processo por discriminação racial, no mês passado, contra a Moschino. A trabalhadora alega que os clientes negros eram apelidados de "Serena", uma referência à tenista Serena Williams que tem sido alvo de agressões raciais. Segundo esta, era pedido à equipa que utilizasse este código e que seguisse discretamente os clientes.
"É uma realidade triste, apesar da quantidade de dinheiro, tempo e lealdade que as pessoas de cor, especialmente mulheres, colocam em marcas de luxo como a Moschino, a empresa não demonstra respeito pelas políticas de trabalho básicas", afirmou Shameal Lataillade, a autora do processo.
A Moschino já negou a acusação em comunicado, referindo que respeita todos os clientes "independentemente da sua raça ou formação".
Este é o caso mais recente, mas já outras marcas foram acusadas do mesmo, como a Versace ou a Zara. Um estudo da Gallup indicava, em 2015, que 24% dos afro-americanos se sentiam discriminados durante as compras. Embora, segundo a Vox existam também estudos que mostram que os afro-americanos são dos clientes com mais poder de compra e são quem menos rouba dentro das lojas, a perceção dos proprietários das lojas não está de acordo com isto.