Os trabalhadores do setor ferroviário manifestam-se na quarta-feira em Lisboa, entre o Largo de Camões e a residência oficial do primeiro-ministro, contra o estado dos caminhos-de-ferro em Portugal..Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SINAFE - Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins, afeto à UGT e que integra a Plataforma para Defesa do Serviço Público disse esperar “uma grande manifestação”, dado o estado de descontentamento do setor..“Queremos demonstrar a nossa insatisfação pela forma como tem sido tratado o caminho-de-ferro em Portugal”, disse Jorge Coelho, referindo que o protesto contará também com a presença de sindicatos independentes e sindicatos afetos à CGTP, assim como comissões de utentes..A degradação do material circulante e a sua não substituição é o principal motivo de protesto dos trabalhadores, a par das decisões de manter fechadas grandes linhas e ligações a Espanha..O setor ferroviário tem sido alvo de várias manifestações e greves nos últimos meses, o último dos quais na segunda-feira, com a greve dos trabalhadores das bilheteiras e revisores da CP – Comboios de Portugal que fez com que se cumprissem pouco mais do que os serviços mínimos, fazendo-se apenas 387 das 1.352 ligações programadas, segundo a empresa..Dados da CP indicam que a circulação ferroviária ficou reduzida a 387 comboios, dos quais 358 estavam abrangidos pelos serviços mínimos decretados para a greve que decorreu na segunda-feira..Para o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), o balanço da greve é “muito positivo” e “é uma clara demonstração da revolta existente entre os trabalhadores por falta de cumprimento dos acordos realizados com estes [trabalhadores] entre o ministério e a CP”.