A TAP já recebeu 300 candidaturas a medidas voluntárias, de acordo com a informação revelada esta terça-feira, 23 de fevereiro, por Ramiro Sequeira, CEO da TAP, em audiência parlamentar..O período de adesão a medidas voluntárias arrancou no passado dia 11 de fevereiro e prolonga-se até dia 14 de março. "A adesão tem sido positiva. [Temos] mais de 300 candidaturas dentro das diferentes modalidades postas à disposição. Ainda nos restam algumas semanas", admitiu o presidente executivo da companhia aérea..Numa nota interna, enviada aos trabalhadores a 10 de fevereiro, a transportadora notava que: "da análise ao nível de adesão às medidas voluntárias pode decorrer a implementação de outras medidas necessárias ao ajuste da estrutura de custos laborais compatível com o atual e projetado nível de operação e de receita", a TAP confirma que as medidas voluntárias são: rescisões por mútuo acordo, reformas antecipadas, pré-reformas, trabalho a tempo parcial e licenças sem vencimento..As condições de acesso e elegibilidade estão no portal do trabalhador, sendo que na área pessoal, cada funcionário "terá acesso apenas às medidas para as quais é elegível". O processo de consulta e adesão a estas medidas decorre até 14 de março de 2021, "sendo a sua efetivação até 31 de março de 2021"..Poupanças de mais mil milhões.O plano de reestruturação da TAP, enviado à Comissão Europeia em dezembro, previa a saída de duas mil pessoas. Após negociações de acordos temporários de emergência, o número de saídas de pessoal foi reduzido para 800 devido ao acordo para a implementação de um conjunto de medidas voluntárias como rescisões por mútuo acordo, licenças não remuneradas, bem como reformas antecipadas aos 61 anos, "cuja adesão tem sido positiva".."Em termos laborais, [as medidas] que são duras, vão permitir uma poupança de 1,4 mil milhões de euros até 2025. Mas este valor deve ser enquadrado à luz dos 1,3 mil milhões de euros com a otimização de custos operacionais em ajustes financeiro com frota, bem como de 200 a 225 milhões de euros por ano em negociações com outros fornecedores. O esforço necessário para garantir a sobrevivência e sustentabilidade da TAP é repartido entre todos: trabalhadores, fornecedores", assegurou Ramiro Sequeira durante a audiência..O CEO da TAP, perante os deputados, frisou ainda que a TAP alcançou acordos de emergência com 14 estruturas sindicais, que representam os trabalhadores da companhia, havendo duas que ainda precisam de ratificar estes acordos juntos dos seus associados. O sindicato que representa os pilotos e o que representa os tripulantes deverão levar o documento a votação ainda esta semana.."Estou certo que todos os sindicatos perceberam este exercício e daí esse grande exercício de responsabilidade que fizeram; entenderam e assinaram os respetivos acordos [de emergência]. A grande maioria já se pronunciou, outros não tiveram [de o fazer] e faltam dois pronunciar-se. É a democracia interna de cada sindicato e nós estamos a aguardar. A TAP aguarda. Mas a TAP não pode continuar sem aplicar as reduções que estão previstas, quer nos fornecedores - essas estão a ser aplicadas - quer na massa salarial. Não pode", disse ainda Ramiro Sequeira.