Vacinação vai aumentar de ritmo no verão
A campanha de vacinação contra a covid-19 vai aumentar de ritmo no verão, revelou ontem o coordenador da task force, o vice-almirante Gouveia e Meio, no Telejornal da RTP 1. "No fim do segundo trimestre ou no início do terceiro trimestre vai aumentar o ritmo de vacinação", referiu o responsável, em alusão aos meses de junho e julho, quando deverão estar mais vacinas disponíveis.
"Caso os hospitais e os centros de saúde não tenham capacidade de resposta nessa altura, as farmácias serão uma "alternativa" para fazer face a essa intensificação, admitiu.
Questionado sobre as possíveis alterações no plano de vacinação - tendo em conta as conclusões do estudo israelita que indica que a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech tem uma eficácia de 85% e do relatório publicado Agência Europeia do Medicamento que confirma que o imunizante da AstraZeneca pode ser administrado a maiores de 65 anos - Gouveia e Melo remeteu decisões para a Direção-Geral da Saúde (DGS) e para a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).
"Todos os dados exteriores são analisados pela DGS e pelo Infarmed. Se forem significativos, terão impacto positivo na vacinação", adiantou, embora realçando que é precoce pensar em abdicar de administrar a segunda dose. "Do ponto de vista logístico, faz a diferença, mas em termos de saúde pública tem de fazer sentido", acrescentou, reforçando que é necessário que a DGS e o Infarmed se pronunciem em relação a uma possível alteração do plano.
Henrique Gouveia e Melo diz que a escassez de vacinas disponíveis levou a um ajustamento na campanha de vacinação, mas que as prioridades continuam intactas. "É adaptar o plano e não mudar o plano", sublinho.
Sobre a questão das sobras, referiu que a norma densificada pela DGS a 9 de fevereiro fez com que o processo se tornasse mais claro. Assim sendo, serão listadas as pessoas que substituem as que estavam inicialmente estipuladas para ser vacinadas e deve apenas perfurar-se o frasco (que contém seis doses e tem uma validade de seis horas) caso estejam presentes as seis pessoas a vacinar. Além disso, o último dia de cada fase de vacinação não será um dia de vacinação normal, mas sim um dia de reserva para precaver eventuais alterações de plano.
Quanto às irregularidades no processo de vacinação, o coordenador da task force reitera que são os hospitais que indicam o número de pessoas que estão elegíveis para a vacinação e que as "vacinas são atribuídas tendo em conta essas necessidades".