Um festival que nos lembra que somos o que comemos
“Somos o que comemos”. É esta a frase que serve de mote ao Festival Soil to Soul, que regressa este fim de semana ao Castelo de Alandroal, e que serve de alerta para a importância de uma alimentação sustentável e de uma agricultura regenarativa. O conceito é sério, mas a abordagem faz-se de forma animada e bem saborosa através de uma programação diversificada, que inclui música, artesanato e, claro, gastronomia.
“Vamos reunir vários chefs com as suas equipas a cozinhar para as pessoas pequenos pratos de produtos locais, produtos da época, a preços muito acessíveis”, realçou o presidente da Câmara de Alandroal, João Grilo, em declarações à agência Lusa. Francesco Ogliari (restaurante Tua Madre, Évora), Bruno Caseiro e Tomoe Hayase (Cavalariça, Évora), André Cruz (restaurante Feitoria), Lara Espírito Santo e George McLeod (Restaurante Sem, Lisboa), Diogo Formiga, Mauro Alison e Vítor Adão (restaurante Plano, Lisboa) Anne Karen (restaurante Pastus, Oeiras), David Jesus, (L'And & Vineyards, Montemor-o-Novo), Diogo Formiga (Encanto, Lisboa) ou Angélica Salvador (Indiferente, Porto) são alguns dos chefs que vão estar por estes dias no castelo a fazer boa comida, saudável e sustentável.
“A agricultura regenerativa deve ser a base para uma gastronomia sustentável e comida honesta. Desta forma fecha-se o ciclo: do solo à alma”, defende Thomas Sterchi, fundador do movimento internacional Soil to Soul, nascido em Zurique, na Suíça, que trouxe o festival há três anos para o Alandroal.
“É um espaço para promover e debater, de uma forma descontraída associada à gastronomia, as temáticas da sustentabilidade do solo e da produção agrícola, do impacto humano no território, na preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, bem como a nossa ligação ao território, como o preservamos e deixamos para as gerações futuras”, resumiu o autarca de Alandroal.
“É muito relevante a promoção do conhecimento relativo à produção alimentar saudável, ao reforço da ideia de que os produtos alimentares têm a sua estação óptima e que não é durante todo o ano”, reforça Paulo Amado, que dirige o evento em Portugal.
Além dos chefs e produtores, este ano, 14 restaurantes do concelho vão associar-se ao festival, apresentando pratos da época, nos seus espaços de restauração. O evento contará também com artesãos da região e com vários oradores que irão abordar, em diversos debates, a cadeia de valor que vai desde a produção até ao consumidor, alertando para a relevância deste movimento.
O Soil to Soul tem entrada gratuita e contará com dois concertos (um em cada dia), a cargo de Sean Riley & The Slowriders, e de Gizmo Varillas, estando ainda programada a atuação do DJ Rai, nos dois dias.