Ministra da Energia justifica onde estava para lidar com a crise: "Estive a trabalhar"

Decorreu o debate no Parlamento proposto pelo PCP para debater a crise energética de segunda-feira. Governo diz que garantiu autossuficiência para que Portugal adormecesse com energia reposta.
O Governo respondeu esta quarta-feira aos partidos durante o debate proposto pelo PCP em torno do apagão de segunda-feira.
O Governo respondeu esta quarta-feira aos partidos durante o debate proposto pelo PCP em torno do apagão de segunda-feira.Foto: Paulo Spranger
Maria da Graça Carvalho, a ministra da energia, diz que há melhorias para fazer, como o reforço das interligações energeticas, mas garante que "Portugal conseguiu adormecer [na segunda-feira] com abastecimento resposto" e "autonomia".
Maria da Graça Carvalho, a ministra da energia, diz que há melhorias para fazer, como o reforço das interligações energeticas, mas garante que "Portugal conseguiu adormecer [na segunda-feira] com abastecimento resposto" e "autonomia".Foto: Paulo Spranger

Ministra da Energia fala em autonomia energética: "Ainda hoje a nossa eletricidade é inteiramente produzida em Portugal"

"Onde estava para lidar com a crise", perguntou retoricamente a ministra da Energia, Maria da Graça Carvalho, na intervenção final do debate desta quarta-feira, no Parlamento, dando uma resposta direta: "Estive a trabalhar."

Depois de resumir uma cronologia do dia do apagão, que incluiu a garantia de que o Governo assegurou "a capacidade de resposta nos serviços essenciais" e "a segurança pública", Maria da Graça Carvalho revelou que houve uma constante articulação com Espanha e que o governo lhe atriubuiu a si "a responsabilidade das medidas para lidar com a crise", que passava por cinco áreas críticas: Eletricidade, água, saneamento básico, combustíveis e gás.

A governante explicou que esteve "durante 24 horas ininterruptamente" em articulação com a REN e com as águas para garantir que tudo decorria com um "minimo de perturbações" nos serviços essenciais".

A ministra da Energia garantiu ainda que Portugal, que assegurou os dois black start (em Castelo de Bode e na Tapada do Outeiro) que repuseram o abastecimento, foi autossuficiente "quando Espanha não conseguiu pôr nenhum black start a funcionar".

Para além disto, reforçou Maria da Graça Carvalho, não houve registo de incidentes graves.

"Portugal conseguiu adormecer com abastecimento resposto", disse a ministra, enquanto falava em "autonomia".

"Ainda hoje a nossa eletricidade é inteiramente produzida em Portugal", destacou, acrescentando, porém, que "esta ocorrência deve levar-nos a melhorar", aludindo ao Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030), que estabelece metas nacionais no que diz respeito à redução de gases com efeito de estufa.

Acompanhe aqui todas as incidências do dia na sequência do apagão de segunda-feira

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Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do “apagão”.

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu esta terça-feira de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

Troca comercial de energia entre Portugal e Espanha parada por precaução

A REN adiantou esta terça-feira que o intercâmbio comercial de energia entre Portugal e Espanha não está a funcionar por precaução, após o apagão maciço que atingiu a Península Ibéria.

O administrador da REN, João Faria Conceição, referiu ainda que espera que a "fase final" para a "estabilização completa do sistema" esteja concluída até às 00:00 de quarta-feira, em declarações na CNN Portugal.

João Faria Conceição esclareceu que, pouco antes das 23:30 de segunda-feira, foi restabelecida a ligação a toda a sua infraestrutura, enquanto a operadora da rede de distribuição ligou esta terça-feira "muito cedo" os últimos pontos de consumo.

"Estamos a caminhar para uma situação normal", mas "a parte da distribuição está a demorar um pouco mais", sublinhou o administrador da empresa responsável pelo transporte de eletricidade e gás em Portugal.

O administrador executivo da REN realçou que é ainda necessário "garantir a estabilização completa do sistema" para conseguir o normal funcionamento dos mercados grossistas.

"A partir daí, podemos dizer que o sistema voltou, tanto técnica como economicamente, ao funcionamento completamente normal", continuou, acrescentando que espera que esta etapa final esteja concluída até à meia-noite desta terça-feira.

Para isso, é necessário "gerir o sistema em separado", uma decisão tomada em "total coordenação" com o governo português e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), bem como com as autoridades e contrapartes da rede elétrica espanhola.

"As interligações entre os sistemas estão operacionais, mas não há troca comercial de energia" entre Espanha e Portugal, explicou Conceição.

Questionado sobre a possibilidade de um excesso de energia renovável no sistema energético estar na origem do apagão, o administrador considerou a ideia plausível, embora "não a única".

"Aparentemente, e de acordo com as autoridades espanholas, as questões cibernéticas foram descartadas e, por isso, temos agora de nos concentrar exatamente no que aconteceu", apontou.

João Faria Conceição afirmou ainda que as energias renováveis são "uma fonte de energia segura" que possui uma série de características, "especificamente, a sua volatilidade", que devem ser acomodadas na gestão de qualquer sistema elétrico para mitigar os efeitos dessa volatilidade.

O responsável da REN salientou que o apagão que ocorreu esta segunda-feira e afetou Portugal, Espanha e o sul de França foi "absolutamente extraordinário", mas alertou que "não há risco zero" de a situação se repetir.

Com mais centrais de arranque o apagão teria durado três horas e não 11

Resolvido que foi, em cerca de 11 horas, o apagão que afetou milhões de portugueses, surge agora o momento de analisar o que correu mal e o que poderia ter sido feito melhor. O DN ouviu vários especialistas - ex-responsáveis com funções operacionais nas redes de alta tensão elétrica em Portugal - e obteve visões diferentes.

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Sánchez convoca novo Conselho de Segurança Nacional para avaliar os efeitos do apagão

O primeiro-ministro espanhol voltou a convocar o Conselho de Segurança Nacional para esta quarta-feira para continuar a avaliar a situação provocada pelo apagão que afetou a Península Ibérica na segunda-feira.

Paralelamente, o grupo parlamentar do Partido Popular (PP) apresentou um pedido no Congresso para que Pedro Sánchez compareça no parlamento espanhol para explicar o sucedido e abordar o que ainda "não detalhou".

Sánchez anunciou esta terça-feira que iria fornecer detalhes sobre a falha de energia de segunda-feira na sua aparição prevista para 7 de maio, cujo foco seria o aumento dos gastos com a defesa.

O líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, acusou Sánchez de mentir e ocultar as causas do apagão e usou o mesmo para defender a energia nuclear.

MAC teve ventiladores em risco, consultas e cirurgias adiadas e receitas voltaram ao papel

Segundo relataram ao DN fontes da Saúde, “a MAC viveu grande stress com a questão do abastecimento, chegando a pensar-se que este poderia não ser feito em tempo útil e o funcionamento dos geradores colapsar”. As mesmas referiram também que “a possibilidade de fechar portas se o reabastecimento não acontecesse esteve em cima da mesma”. Ao DN, a Unidade Local de Saúde São José (ULSSJ), à qual pertença a maior maternidade do país, garantiu que “não foi registado nenhum momento crítico na prestação de cuidados”.

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Presidente da rede elétrica espanhola diz que "não é correto" relacionar apagão às energias renováveis

A presidente da Red Eléctrica espanhola, Beatriz Corredor, afirmou esta quarta-feira à Cadena SER que "relacionar o incidente de segunda-feira com as energias renováveis ​​é incorreto".

A responsável reiterou ainda que "o sistema elétrico espanhol é o melhor da Europa" e que estão a ser recolhidos milhões de pontos de dados para "compreender, milissegundo a milissegundo", o que aconteceu.

Beatriz Corredor defendeu ainda a utilização de energias renováveis. "As energias renováveis ​​não estavam em níveis excecionais na segunda-feira. Não é uma questão de quanta energia renovável está a chegar; houve momentos de mais geração renovável sem problemas de segurança", afirmou, lembrando que no dia 16 de abril esse tipo de energia cobriu toda a procura de eletricidade de Espanha durante horas.

A presidente da Red Elétrica vincou ainda que acredita que o apagão na Península Ibérica não voltará a acontecer. "A partir de hoje, isso não voltará a acontecer porque aprendemos", afirmou, na sua primeira intervenção desde o incidente de segunda-feira.

Beatriz Corredor afastou ainda mais uma vez a possibilidade de o sucedido poder ter sido consequência de um ciberataque, embora tenha sublinhado que estas são, neste momento, "informações preliminares".

ANA pede aos passageiros para contactarem companhias sobre bagagem antes de irem para o aeroporto

A ANA recomendou hoje aos passageiros que solicitem informação sobre bagagem às companhias aéreas antes de se deslocarem para o aeroporto e adiantou que foram reforçadas as equipas de apoio e informação.

“A ANA mantém-se a articular com as várias entidades para que a entrega de bagagem se conclua nas melhores condições. Para isso foram reforçadas as equipas de apoio e informação ao passageiro”, informou a gestora aeroportuária, em comunicado.

Segundo a ANA, a operação nos aeroportos está a decorrer com normalidade, após a falha de eletricidade que afetou Portugal e Espanha na segunda-feira, e desde terça-feira que as empresas de assistência me terra (‘handling’) estão a entregar as bagagens aos passageiros.

Contactado pela Lusa, Ruben Simas, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), adiantou que a informação que tem é de que o serviço está a ser reposto “dentro do possível”.

Na terça-feira, o aeroporto de Lisboa informou que estava a implementar um plano para tratamento das bagagens, face à elevada afluência nos balcões para entrega das malas, adiantando que os passageiros iam começar a ser contactados pelas companhias aéreas.

A ANA deu conta de uma elevada afluência nos balcões das companhias aéreas, para reagendamento de voos cancelados na segunda-feira, e de serviços ‘handling’, para entrega de bagagens.

Lusa

Proteção Civil ainda não sabe o que causou apagão

José Manuel Moura, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), afirmou esta quarta-feira que ainda não tem "informação do que causou" o apagão de segunda-feira.

O responsável explicou ainda, num balanço da situação na sede da ANEPC, em Carnaxide, que o plano de emergência foram ativados às 14h30 e que os geradores necessitavam de combustível e que a prioridade foi dada aos "pontos críticos", salientando que não houve vítimas a registar.

"A resposta foi adequada. Nunca esteve em causa operações de socorro nem houve aumento do número de ocorrências", acrescentou.

José Manuel Moura disse que as "mensagens de aviso não são prioritárias" e que a que foi enviada pela ANEPC durante a tarde de segunda-feira não chegou à grande maioria dos destinatários. "Colocámos uma mensagem no site da Proteção Civil", acrescentou.

Prejuízos no setor do leite e laticínios atingem pelo menos 3 milhões de euros

Os prejuízos provocados pelo apagão energético de segunda-feira atingem, pelo menos, três milhões de euros no setor do leite e laticínios, estimou hoje a confederação das cooperativas agrícolas, que pede ao Governo uma compensação para os produtores.

“Houve produtores que tiveram de deitar leite fora porque não tinham condições de armazenamento”, relatou, aos jornalistas em Beja, o presidente da Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri), Idalino Leão.

Também a recolha do leite nos produtores, segundo o responsável, “foi feita mais tarde”, o que provocou estrangulamentos “depois na fábrica, porque a quantidade foi de tal ordem que causou alguns constrangimentos”.

“Nas nossas contas, estes constrangimentos podem rondar os três milhões de euros”, admitiu o presidente da Confagri, que falava aos jornalistas à margem de seminário realizado na feira agropecuária Ovibeja, na cidade alentejana.

Idalino Leão realçou que, na área da agricultura, os setores da pecuária, do leite, dos laticínios e da carne foram os mais afetados pelo corte da energia elétrica.

“Estamos a falar de produtos perecíveis, em que a cadeia de frio é fundamental para a sua funcionalidade e continuidade laboral” e o fornecimento de eletricidade na segunda-feira “foi interrompido durante 12 horas”, salientou.

Quanto ao setor da carne, acrescentou, também existem prejuízos, porque “unidades de abate e transformação tiveram que encerrar”, por falta energia para os sistemas de refrigeração, mas, neste caso, ainda não estão contabilizados.

Assinalando que o levantamento dos prejuízos ainda está a ser feito, o responsável referiu que a estimativa de três milhões de euros no setor do leite e laticínios abrange as perdas registadas nos produtores, na cadeia logística e na indústria.

O presidente da Confagri frisou que “a tutela já é sabedora destes prejuízos”, esperando que o Governo “olhe com sensibilidade” para o problema.

“Há muitos custos contabilizados que devem ser compensados”, concluiu.

A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) também já reclamou a criação de uma linha de apoio e a proibição das energéticas alegarem motivos de força maior perante os custos decorrentes do apagão, que levou a que animais deixassem de ser enviados para consumo.

O apagão de segunda-feira ocorreu às 11:33 de Lisboa e afetou todo o território de Portugal e Espanha continentais e algumas zonas do sul de França.

Houve o perigo de o SIRESP deixar de funcionar às 05:00

O Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil revelou hoje que havia o perigo de o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, que garante as comunicações, deixar de funcionar totalmente às 05:00 de terça-feira.

Durante a falha de energia que ocorreu esta segunda-feira registaram-se várias “quebras do SIRESP”, mas poderia haver “uma quebra total às 05:00 da manhã”, revelou Mário Silvestre, numa conferencia de imprensa realizada hoje, 48 horas após o início do apagão, para apresentar a resposta da proteção civil à interrupção da rede elétrica nacional.

À Lusa, Mário Silvestre explicou que o Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), que foi ativado à hora de almoço de segunda-feira, foi informado pelo SIRESP de que poderia haver uma falha total do serviço durante a madrugada e que esta foi uma das razões pelas quais foi ativado o alerta laranja.

MAI garante avaliação ao SIRESP

A ministra da Administração Interna afirmou esta quarta-feira que a "Proteção Civil e as forças de segurança estiveram muito bem" aquando do apagão de segunda-feira. "Quero agradecer-lhes toda a brevidade com que atuaram", acrescentou.

Margarida Blasco manifestou-se preocupada com o perigo de o SIRESP deixar de funcionar. "Já estávamos a trabalhar numa reestruturação e temos de avançar de uma vez por todas”, vincou.

A ministra, que falou pela primeira vez sobre o ‘apagão’, detalhou que o Governo está a “fazer uma análise relativamente à situação do sistema”

“Quero agradecer aos portugueses a forma como reagiram perante uma situação inédita. Obedeceram, acompanharam e participaram em todas as ações que decorreram na rua”, saudou a governante.

Ministro admite prejuízos na agricultura mas não se compromete com apoios

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, admitiu a existência de prejuízos no setor provocados pelo apagão energético de segunda-feira, que estão a ser contabilizados, mas não se comprometeu com a atribuição de apoios.

“As informações que temos é que o setor que terá sido o mais atingido é o do leite, por causa da falha de eletricidade e da necessidade de frio”, admitiu o governante, durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja, na cidade alentejana.

Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo já tem uma estimativa dos prejuízos no setor, José Manuel Fernandes alegou que a tutela ainda está a receber dados dos estragos e que, depois, será feita a sua contabilização.

Sobre a atribuição de ajudas ao setor, o ministro disse desconhecer se o Governo, por estar em gestão, pode tomar este tipo de medidas, frisando que, se for possível, é uma decisão a tomar no seio do executivo.

“Temos sempre o objetivo de ajudar. Quando há fundos europeus disponíveis, utilizá-los, e, se necessário, utilizar o Orçamento do Estado e fazê-lo também de uma forma em que não pode haver duplicação e de uma forma absolutamente transparente”, afirmou.

José Manuel Fernandes defendeu a contratualização de seguros no setor para fazer face a situações como o apagão energético ou calamidades resultantes das alterações climáticas, esperando que esta questão possa “ser colocada, cada vez mais, na agenda”.

Leitão Amaro, o ministro da Presidência, garantiu esta quarta-feira que a gestão da crise energética foi feita "sem entrar em exercícios oportunistas e de propaganda política".
Leitão Amaro, o ministro da Presidência, garantiu esta quarta-feira que a gestão da crise energética foi feita "sem entrar em exercícios oportunistas e de propaganda política".Foto: Paulo Spranger

Leitão Amaro garante que o Governo geriu o apagão com "liderança serena e competente" 

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, iniciou o debate desta quarta-feira, proposto pelo PCP para discutir o apagão de segunda-feira, com a garantia de que o governo assumiu uma "liderança serena e competente" na gestão da crise energética, ainda que, apontou, se tenha tratado de "um acontecimento gravíssimo", do qual "há aprendizagens que devem ser retiradas".

"A energia começou a ser reposta ao final da tarde", lembrou António Leitão Amado, assegurando que a energia foi reposta "mais rápido do que no país ao lado, sem ajuda externa".

Com críticas àqueles que "se focam a discutir falhas na comunicação pública", Leitão Amado disse que o Governo privilegiou "a rádio porque era "o meio mais resiliente".

"O primeiro-ministro faslou três vezes nesse dia", lembrou, acrescentando que tudo foi feito "sem entrar em exercícios oportunistas e de propaganda política".

Paula Santos, a líder parlamentar do PCP, questionou o Governo sobre a necessidade de haver consumo de energia quando esta vem do estrangeiro.
Paula Santos, a líder parlamentar do PCP, questionou o Governo sobre a necessidade de haver consumo de energia quando esta vem do estrangeiro.Foto: Paulo Spranger

Ministro da Presidência acusa partidos da esquerda de serem "oportunistas sobre uma desgraça que não aconteceu"

Em resposta à líder parlamentar do PCP, Paula Santos, que tinha questionado o Governo sobre para que serve o consumo de energia quando ela vem do estrangeiro, o ministro da Presidência respondeu que serve "para empresas produtoras industriais que precisam de comprar no mercado de spot", que implica pagamentos imediatos.

"Deixo consigo as opções ideológicas", acrescentou o governante dirigindo-se à bancada comunista.

"Felizmente não estão a falar de vítimas", disse Leitão Amaro aos partidos – PS, BE, PCP, Livre e PAN – que tinham criticado o Governo sobre a demora na comunicação ao país na segunda-feira, acrescentando que "tentam ser oportunistas sobre uma desgraça que não aconteceu".

Mariana Mortágua disse estar prepocupada por o país não estar "preparado para uma eventualidade extrema", o que exige que se faça uma "transição energética", alertou.
Mariana Mortágua disse estar prepocupada por o país não estar "preparado para uma eventualidade extrema", o que exige que se faça uma "transição energética", alertou.Foto: Paulo Spranger

Mariana Mortágua: "O país não está preparado para uma eventualidade extrema

Depois de deixar uma palavra de reconhecimento a todos os trabalhadores, também do comércio, que acabaram por "acudir" à população, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua disse estar preocupada com a "segurança real de pessoas e bens", depende de "serviços que são garantidos por empresas privadas de telecomunicações que foram incapazes" de garantir os serviços.

Aludindo também às falhas no fornecimento de água, associada às falhas de energia elétrica, Mariana Mortágua insistiu na preocupação perante o incidente porque, explicou, "o país não está preparado para uma eventualidade extrema", para "fenómenos extremos".

"Há eventos climáticos extremos com os quais não estavamos habituados a lidar", reforçou, apelando a uma "garantia de que há uma segurança verdadeira e não uma resposta a fantasmas".

"A energia é um setor estratégico nacional, a REN é um operador detido pelo estado chinês" concluiu.

Rita Matias diz que o país, esta segunda-feira, ficou "às escuras, literal e figurativamente".
Rita Matias diz que o país, esta segunda-feira, ficou "às escuras, literal e figurativamente".Foto: Paulo Spranger

Rita Matias diz que apagão "foi um reflexo da fragilidade estrutural do nosso país"

"A primeira palavra que se exigia de um Governo responsável era desculpa, mas preferiu vir fazer propoaganda", começou por atacar a deputada do Chega Rita Matias, classificando o apagão como "um reflexo da fragilidade estrutural do nosso país".

"A narrativa oficial do regime é que somos autónomos", continuou a deputada, acabando por argumentar que "se fôssemos verdadeiramente autónomos não teríamos demorados mais de 10 horas a restabelecer a energia".

Rita Matias questionou ainda se "a classe política é assim tão amadora", lembrando o "apagão que deixou Paris às escuras", na altura dos Jogos Olímpicos.

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