Três dias com 40 mil casos. O pico pode ter passado 

Semana termina com 40 090 casos e 34 óbitos. O desafio agora é diminuir o número de casos com país a funcionar em pleno.
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Portugal termina a semana acima dos 40 mil novos casos de covid-19 e com um máximo de óbitos que não era registado há dez meses (34). Aliás, esta foi a semana em que o país voltou a atingir um máximo no número de novas infeções pelo SARS-CoV-2, na incidência da doença, mas sempre com o índice de transmissibilidade R(t) a descer. O máximo de casos foi registado na quarta-feira (40 945), na quinta-feira já reduziu (40 134) e ontem também (40 090). Segundo explicou ao DN, na quarta-feira, o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Carlos Antunes, que integra a equipa que desde o início da pandemia faz a modelação da doença, estes números podem significar que o país atingiu finalmente o pico desta onda epidémica que começou em dezembro, devido à nova variante, Ómicron, detetada na África do Sul.

O país tem tido um número de novos casos nunca antes registado mas com relativo impacto no Serviço Nacional de Saúde. Ou melhor, com um número de internados sem grande pressão nos hospitais. Contudo, o mesmo já não é assim na linha da frente do combate à pandemia, nomeadamente na saúde pública e na medicina geral e familiar, com estes serviços a não conseguirem dar a resposta necessária aos utentes. Quanto aos óbitos, Portugal está com uma média diária de 22. Nesta semana, o número mais elevado foi atingido ontem (34), seguindo-se quinta-feira (22) e depois quarta (20). Segundo indicava ontem o Instituto Nacional de Estatística, cerca de 10% dos óbitos ocorridos no ano passado foram devido à covid-19. O país registou, em 2021, 125 032 óbitos, mais 1353 (1,1%) do que em 2020 e mais 12 741 (11,3%) do que em 2019. O número de óbitos por covid-19 registado em 2021 foi 12 004 (6972 em 2020), correspondendo a 9,6% do total de óbitos.

Em relação à incidência da doença, atualizada ontem, passou de 3615,9 para 3813,6 a nível nacional e de 3615,3 para 3796,0 a nível do continente. Já o R(t) tem vindo a baixar, passando de quarta-feira para ontem de 1,23 para 1,19, tanto no país como no continente.

Em termos de internamentos, o total tem vindo a aumentar, mas o número de pessoas em cuidados intensivos tem-se mantido estável. O boletim diário da Direção-Geral da Saúde de ontem indicava não ter havido qualquer alteração nas últimas 24 horas, registando-se 1699 internados, dos quais 162 em UCI. No que respeita às regiões, Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as que continuam a registar maior número de casos - ontem, tinham, respetivamente, 15 914 e 14 513. Depois seguiam-se as do Centro (4589), Algarve (1224) e Alentejo (1207). Nas ilhas, há a destacar a Madeira, com 2193 casos, tendo os Açores 450.

Esta é a última de duas semanas em que o país viveu algumas medidas mais restritivas, como teletrabalho obrigatório, e com a proibição no funcionamento de bares e discotecas. A partir de ontem, a diversão noturna regressa e os especialistas, como Carlos Antunes, dizem que o desafio agora vai ser conseguir diminuir o número de casos.

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