Linha SNS24 terá mais 750 elementos até final da segunda semana de janeiro
A linha SNS24, que tem enfrentado dificuldades por causa do aumento da procura com a evolução da pandemia, terá mais cerca de 750 elementos até final da segunda semana de janeiro, anunciaram os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
A linha SNS24, que tem enfrentado dificuldades por causa do aumento da procura com a evolução da pandemia, terá mais cerca de 750 elementos até final da segunda semana de janeiro, anunciaram os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Em comunicado, os SPMS reconhecem que a procura da linha SNS24 "tem vindo a intensificar-se nos últimos dias" e que este crescimento "não mostra sinais de abrandamento, a acompanhar a evolução do contexto pandémico".
Informam também que, para responder a esta pressão, foram tomadas algumas medidas, entre as quais a abertura de um 'call center' em Coimbra, na semana passada, que terá 100 profissionais até ao final desta semana e 250 até ao final de janeiro.
Os SPMS apontam igualmente a abertura, já anunciada, de um outro 'call center', em Beja, até à primeira semana de janeiro.
Na nota, dizem ainda que atualmente são cerca de 5.000 os profissionais da linha SNS24, maioritariamente enfermeiros, mas também psicólogos, farmacêuticos, médicos-dentistas, administrativos, intérpretes de Língua Gestual Portuguesa e estudantes de medicina do sexto ano.
O reforço feito até agora e previsto até final da segunda semana de janeiro, com mais 750 elementos, representará uma subida de cerca de 15% nos meios, adiantam.
Entre as medidas para responder à pressão, houve ainda uma diversificação das categorias dos profissionais e das respetivas tarefas "para otimizar o atendimento" na linha SNS24, assim como a revisão de alguns algoritmos "para elevar a sua eficiência".
Os SPMS referem igualmente a "adoção melhorada e alargada de soluções de atendimento automatizado, nomeadamente as entradas na linha e a integração de novas modalidades de encaminhamento" para os utentes que são considerados contactos de alto risco com um doente com Covid-19, como os coabitantes, e também para os utentes considerados contactos de baixo risco, utentes que não são considerados contactos de risco, utentes com teste PCR, TRaG ou autoteste positivo e os utentes com teste serológico positivo.
"Contamos ter nos próximos dias uma elevação da pressão sobre a linha, pelo que continuaremos a adotar todas as medidas que se venham a revelar necessárias para salvaguardar a qualidade do serviço", refere a nota.
A Lusa questionou os SPMS sobre o número de chamadas recebidas nos últimos dias (período de Natal) pela linha SNS24, assim como as chamadas a que a linha não conseguiu responder, mas não recebeu resposta até ao momento.
O jornal Público escreve esta quarta-feira que o centro de contacto do Serviço Nacional de Saúde (linha SNS24) atendeu na segunda-feira mais de 72 mil chamadas, um novo máximo diário.
A Linha Saúde 24, que está em sobrecarga, terá um algoritmo diferente que permitirá "uma maior fluidez do encaminhamento" das chamadas, disse a ministra da Saúde na terça-feira.
"Os algoritmos de trabalho e de encaminhamento têm estado a ser revistos nos últimos dias, nas últimas horas, e acabaram de ser revistos pela Serviços Partilhados [do Ministério da Saúde] e pela Direção-Geral da Saúde e estimamos que nas próximas horas possamos estar com um algoritmo diferente na linha que permita uma maior fluidez do encaminhamento", disse Marta Temido em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde.
No entanto, advertiu que, com o número crescente de novos casos de covid-19, "as melhorias, provavelmente, vão sentir-se muito ligeiramente".
"Sabendo que neste momento os níveis de serviço não são aqueles que prestávamos e a que a Linha Saúde 24 nos habituou, temos que ter a perceção de que neste momento estamos com largos milhares de contactos a acontecerem ao mesmo tempo e que isso gera sobrecarga", salientou Marta Temido.
A ministra recordou que "já na semana passada, alguns dias antes do Natal", a operadora da Linha Saúde 24 (808 24 24 24) começou a sentir "uma elevada pressão" na utilização do serviço por parte de pessoas que tiveram contacto com um caso covid-19 ou um caso suspeito e que procuram a linha para saber o que devem fazer.
Segundo Marta Temido, já nessa altura começou a ser feito o reforço da Linha Saúde 24, que já estava previsto para esta altura, mas que foi intensificado com "a contratação de mais pessoas para reforçar o número de operadores disponível, quer pelo alargamento dos perfis dos operadores que podem fazer atendimento e emitir a prescrição de testes", bem como a abertura de novos locais de atendimento deslocalizados no país, nomeadamente em Beja e Coimbra.
Sobre o recrutamento de recursos humanos para a realização de inquéritos epidemiológicos, adiantou que as Administrações Regionais de Saúde estão no terreno a fazer uma "procura ativa de meios".
"O que neste momento acontece é que temos vários níveis de procura de prestadores de cuidados de saúde, na vacinação, nos hospitais, nas áreas dedicadas a doentes respiratórios, nos testes, na Linha Saúde 24, nos rastreios e, portanto, os profissionais de saúde não cresceram exponencialmente à medida que está a crescer exponencialmente a necessidade dos serviços que prestam", lamentou Marta Temido.
Por isso, salientou, "não basta ter disponibilidade para contratar é preciso também que essa disponibilidade se concretize em respostas efetivas e isso nem sempre é fácil".