Relatório da DGS regista 26 mortes maternas em dois anos
Os dados apresentados pela DGS registam mais 78 mortes maternas entre 2001 e 2018 do que aquelas que foram reportadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) regista 26 mortes maternas em 2017 e 2018. Estes dados foram revelados no relatório "Mortes Maternas Portugal 2017-2018", divulgado na sexta-feira e já enviado à Comissão Parlamentar da Saúde.
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De acordo com este documento, a 12 destas 26 mortes foram atribuídas causa direta, ou seja maioritariamente hemorragia e doença hipertensiva da gravidez. Cerca de 58% das mortes maternas por causa direta ocorreram em mulheres com idade igual a 35 anos. A 11 destas mortes maternas foram atribuídas causas indiretas, como causas oncológicas, infeções e outras, e 3 mortes não foi possível atribuir a causa de morte.
Este relatório conclui que ao longo do tempo a percentagem de mortes maternas em idades iguais a 35 anos tem vindo a aumentar. "Apesar de as mulheres que morrem terem tendência a ser cada vez mais velhas, entre 2001 e 2018 o risco de mortes maternas diminuiu na maioria dos grupos etários", escreve a DGS.
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A DGS entende que há um aparente aumento da mortalidade materna, mas explica que esta informação deve ser interpretada com cautela "já que houve simultaneamente uma melhoria dos sistemas de recolha de informação, minimizando situações de subnotificação de casos".
O jornal Público noticiou este sábado que este relatório da DGS indica que houve mais 78 mortes do que as reportadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) entre 2001 e 2018. O Público dá o exemplo do ano de 2006 em que o INE dá conta de cinco óbitos e a DGS regista 20.
Um dos responsáveis do estudo, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, diz ao jornal que as mortes maternas "estão subestimadas em todo o mundo".