O número de médicos residentes em Portugal mais do que duplicou entre 1991 e 2024, mas um quarto deles tem mais de 65 anos, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).“Em 2024, 63.965 profissionais residentes no país estavam inscritos na Ordem dos Médicos”, correspondendo a seis médicos por 1.000 habitantes, indica o INE.Em 1991 eram 28.326, refletindo um crescimento médio anual de 2,5%.A região de Coimbra era zona do país com o rácio de médicos residentes por 1.000 habitantes mais elevado (13,6).Apenas 29 dos 308 municípios portugueses apresentavam um rácio superior à média nacional.Nas estatísticas do pessoal de saúde, o INE realça que, em 1991, estavam inscritos 148,8 médicos do sexo masculino por 100 mulheres, enquanto em 2024, a relação era de 71,5 homens por 100 mulheres.“Do total de médicos inscritos, quase dois terços (62,4%) eram detentores de uma ou mais especialidades, subespecialidades ou competências. Do total de 39.945 médicos especialistas, 23,3% eram detentores da especialidade Medicina geral e familiar, seguindo-se a Medicina interna (8,9%) e a Pediatria (6,2%)”, salienta.No ano passado, 26,6% dos médicos tinham mais de 65 anos e 15,8% tinham menos de 31 anos.Dentistas triplicaram nos últimos 20 anosO INE realça também que estavam inscritos 12.490 profissionais na Ordem dos Médicos Dentistas, o triplo do observado em 2002 (4.134).“Em 2002, o número de profissionais do sexo masculino era semelhante ao número de mulheres dentistas, mas, em 2024, estavam inscritos na Ordem dos Médicos Dentistas 54,3 homens por 100 mulheres”, observa.A Área Metropolitana do Porto e a região de Viseu Dão Lafões apresentavam os rácios mais elevados.Ao Alentejo Litoral, ao Baixo Alentejo e à Lezíria do Tejo correspondiam os rácios mais reduzidos neste indicador (0,5 nos três casos).As nacionalidades dos médicos dentistas mais representadas entre os profissionais estrangeiros (8,9% do total) eram: Brasil (55,7%), Itália (14,1%) e Espanha (6,5%).Número de enfermeiros duplicou desde 2002Em 2024, estavam inscritos na Ordem dos Enfermeiros 85.499 profissionais, o dobro do número de inscritos em 2002 (41.799).Cerca de 83% dos enfermeiros inscritos na ordem eram mulheres e, em particular, 36% eram mulheres dos 31 aos 45 anos, e, do total, 29,4% eram especialistas.As nacionalidades dos enfermeiros mais representadas entre os profissionais estrangeiros (1,6% do total) eram: Brasil (36,1%), Espanha (21,5%), Cabo Verde (5,0%), Angola (4,6%) e França (4,2%).O número de profissionais correspondia a oito enfermeiros por 1.000 habitantes, sendo mais elevado na Região de Coimbra (14,6).Os municípios que apresentavam os rácios mais elevados de enfermeiros em atividade por 1.000 habitantes eram sobretudo capitais de distrito como Coimbra (que apresentava o rácio mais elevado do país: 25,5), Portalegre (20,3), Guarda (19,3), Bragança (18,3), Vila Real (18,0), Beja (15,8) e Évora (14,3).Na Pampilhosa da Serra, em Vila Velha de Ródão e em Castanheira de Pêra verificava-se um rácio inferior a 2,0 enfermeiros por 1.000 habitantes.Farmacêuticos também são o dobroNo ano último ano, estavam inscritos na Ordem dos Farmacêuticos 17.101 profissionais, o que representa mais do dobro em relação a 2002 (7.962), com a proporção de mulheres a manter-se estável, nos últimos 20 anos, em torno de 80%.A proporção de farmacêuticos que exerciam a sua atividade numa farmácia passou de 58,7% em 2002 para 63,1% em 2024, ano em que os profissionais estrangeiros representavam 0,9% do total, dos quais 34,2% com nacionalidade brasileira. .Nos últimos seis anos, saíram mais de seis mil médicos do SNS