Os portugueses ficam mais tempo à espera do que deviam e do que está previsto na lei por consultas de especialidade em hospitais, revela esta quinta-feira a DECO PROteste. .A DECO PROteste realizou um inquérito entre abril e maio de 2024 junto de 721 cidadãos entre os 30 e os 79 anos..Segundo o comunicado, um em cada quatro inquiridos afirmaram ter sido referenciados pelo médico de família para uma consulta da especialidade a realizar em hospital. Cerca de metade destes inquiridos recebeu a indicação da parte do médico de família de que a consulta tinha prioridade normal. Por lei, o tempo de espera era no máximo de 120 dias, mas em um quarto dos casos tal não se verificou..No caso das situações consideradas prioritárias (22%), o Tempo Máximo de Resposta Garantido previsto por lei, que é 60 dias, foi ultrapassado em quase metade das situações..A Entidade Reguladora da Saúde já tinha revelado que no segundo semestre de 2023 os limites legais não foram respeitados em 56% das consultas, independentemente da prioridade..Segundo os resultados do inquérito, 91% dos pacientes inquiridos não apresentaram reclamações formais sobre os tempos de espera. Destes, um terço não o fez porque considerou que os prazos legais foram respeitados, outros 28% acreditavam que reclamar não traria consequências e 24% desconheciam a possibilidade de reclamar..“Muitos dos portugueses inquiridos desconhecem estes prazos, o que leva a uma baixa taxa de reclamações. Esta situação revela uma normalização dos problemas no sistema de saúde português e reflete um alarmante desconhecimento dos portugueses sobre os seus direitos”, considera Susana Santos, especialista na área de Saúde da DECO PROteste, em comunicado. .A especialista considera que “os cuidados de saúde primários têm um papel importante. Este estudo destaca a necessidade do médico de família informar os pacientes sobre os seus direitos e prazos legais para consultas hospitalares, sendo que os tempos máximos de resposta garantidos estão consagrados na lei”.