"Há a possibilidade de termos mais vacinas de entrega antecipada"
A ministra da Saúde anunciou esta quarta-feira que o Governo português está a negociar com a Comissão Europeia e alguns Estados-membros para que Portugal receba antecipadamente mais doses de vacina contra a covid-19 da Pfizer. A informação foi dada depois de questionada sobre o facto de existirem concelhos sem vagas para auto agendamento, conforme disse o coordenador da task force do plano de vacinação.
Marta Temido falava no final de uma cerimónia de assinatura de um protocolo com o setor social no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no Palácio Marquês do Alegrete, em Lisboa, sessão que foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa.
"Junto da Comissão Europeia e outros países que estão no processo de compras conjuntas, Portugal e o Governo continuam empenhados no sentido de tentar agilizar a entrega de uma maior quantidade de vacinas" contra a covid-19, declarou.
De acordo com a titular da pasta da Saúde, neste momento, "este é um tema que está em cima da mesa".
"Nos próximos dias", adiantou a ministra, há "a possibilidade de termos mais doses de vacinas de entrega antecipada da Pfizer, através de cedências de outros países que se encontram com as respetivas campanhas de vacinação em outras fases".
Perante os jornalistas, no entanto, a ministra da Saúde não especificou essa quantidade de vacinas de entrega antecipada a Portugal.
Marta Temido reconheceu o "constrangimento" existente esta semana ao nível da disponibilidade de vacinas, ao lembrar a dependência "daquilo que é o 'stock' de vacinação", embora tenha assegurado que a atual circunstância "irá ficar ultrapassada ao longo dos próximos dias".
A governante acrescentou que o país vai ter mais entregas de vacinas e desvalorizou o atraso na abertura do auto agendamento para as pessoas a partir dos 20 anos.
"É apenas um atraso na abertura do auto agendamento para uma determinada faixa etária. Esses atrasos na abertura do auto agendamento têm acontecido várias vezes por questões de gestão das filas de espera e do número de inscritos, portanto, não há nada de extraordinário e a campanha de vacinação prossegue de acordo com aquilo que está programado", frisou.
Apesar do que foi comunicado pelo coordenador da task force, a falta de vagas em alguns concelhos para o auto agendamento, Marta Temido garante que "não há qualquer contratempo no plano de vacinação" e que se trata de uma questão de gestão.
"Aquilo que foi comunicado foi é que há aqui algum constrangimento de alguns dias, também para as pessoas saberem com o que podem contar. E é um constrangimento que vai ser ultrapassado com brevidade", referiu, antes de anunciar a possibilidade de Portugal receber de forma antecipada mais doses da vacina da Pfizer.
Uma situação que não atrasa o plano de vacinação, esclareceu a governante. "O vice-almirante [Henrique Gouveia e Melo] também salientou que a vacinação está a decorrer a um ritmo muito encorajador. Conseguimos vacinar, em média, nas últimas duas semanas, em cada um dos dias, mais de 120 mil pessoas", enfatizou:
"Isso permitiu-nos atingir uma vacinação de uma parte significativa da nossa população e sobretudo ter agora a expectativa de na primeira semana, segunda semana de agosto conseguir atingir uma nova marca em termos daquilo que era o nosso calendário", considerou.
No que se refere à vacinação para os jovens abaixo dos 18 anos, a ministra da Saúde sublinhou que o Governo não recomenda vacinas, "o Governo aplica o que são as recomendações das entidades técnicas, no caso da DGS e da comissão técnica de vacinação contra a covid-19".
Marta Temido referiu que há um pedido de mais tempo para, nos próximos dias e em contacto com outros organismos, obter informação mais em concreto sobre esta temática e para perceber em detalhe os calendários.
"O que posso dizer é que estamos preparados para vacinar, caso a indicação técnica seja para vacinar os meninos dos 18 aos 12 anos", assegurou a ministra.
"Estamos preparados para vacinar abaixo dos 18 anos na última semana de agosto. Aguardamos ainda as indicações técnicas", conclui Marta Temido.
Notícia atualizada às 12:31