Portugal ultrapassa as 15 mil mortes, internados continuam a descer

Boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde dá conta mais 2854 casos de infeção e de 149 mortes. Há 5230 internados, menos 340 do que ontem, dos quais 846 em unidades de cuidados intensivos, mais dez. Há ainda a registar a morte de um homem na faixa etária dos 30 aos 39 anos
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Portugal confirmou, nas últimas 24 horas, 2854 novos casos de covid-19 e 149 óbitos, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta sexta-feira (12 de fevereiro). O número de novas infeções continua a diminuir esta semana, embora o número de óbitos, menos 18 do que no dia anterior, continue elevado. Tendo hoje ultrapassado as 15 mil mortes.

Hoje há ainda registar mais uma morte no sexo masculino na faixa etária dos 30 aos 39 anos, desde o início da pandemia que há registar 38 vítimas mortais entre homens e mulheres nestas idades. Em relação às faixas etárias mais novas, mantém-se o mesmo número de vítimas, dez, na faixa etária dos 20-29, duas na dos 10 aos 19 anos duas nas zero aos 10 anos.

No total, o país soma 781 223 casos de infeção desde o início da pandemia e 15 034 óbitos provocadas pelo novo coronavírus SARS CoV-2.

O boletim diário da DGS dá ainda conta de uma descida significativa a nível de internamentos da maior descida de internamentos esta semana 5230, menos 340 do que nesta quinta-feira, e 846, mais dez nos cuidados intensivos.

Há também menos 4912 casos ativos, sendo agora o total de 113 450, e 5 647 contactos em vigilância, sendo o total de 149 651. Os recuperados atingiram os 652 739.

A nível das regiões Lisboa e Vale do Tejo continua a registar maior número de casos, 1366 nas últimas 24 horas, a região Norte registou 720, a do Centro 427, a do Alentejo 142 e a do Algarve 109. O maior número de óbitos ocorreu também em Lisboa e Vale do Tejo, 64, no Norte foram 35, no Centro 32, no Alentejo dez e no Algarve sete. Nas ilhas, a Madeira registou mais 74 casos do que ontem e os Açores mais 16. A Madeira um óbito e os Açores nenhum.

As faixas etárias com mais casos de infeção são neste momento as dos 40 aos 49 anos, seguida dos 50 aos 59 anos. Só depois vêm as dos 30 aos 39 e dos 20 aos 29 anos. Segue-se a faixa etária acima dos 80 anos, que é também a que regista maior número de mortes.

Os testes à covid-19 vão passar a ser feitos a cada 14 dias nas escolas, prisões, fábricas e construção civil dos concelhos com elevada incidência de casos, segundo a Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2.

Segundo a atualização da estratégia da Direção-Geral da Saúde (DGS), que entra em vigor na segunda-feira, estão em causa os concelhos com incidência cumulativa de casos de covid-19 a 14 dias superior a 480 por 100 mil habitantes.

Nestas regiões serão utilizados testes rápidos de antigénio (TRAg) com uma periodicidade de 14/14 dias em "contextos ocupacionais de elevada exposição social" como fábricas, construção civil, escolas, entre outros locais.

"Se não forem identificados casos de infeção por SARS-CoV-2: mantém-se a periodicidade do rastreio", sublinha a norma da DGS, que entra em vigor às 00:00 de segunda-feira.

Em situação de cluster e surto, como, por exemplo, em escolas, estabelecimentos de ensino, Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI) e instituições similares/fechadas, deve ser realizado, preferencialmente, um teste rápido de antigénio a todos os contactos de alto e baixo risco, sob a coordenação das equipas de saúde pública, em articulação com os parceiros municipais, ou outras entidades.

Segundo a DGS, a estratégia, agora revista, deve ser adaptável à situação epidemiológica a nível regional e local, bem como aos recursos disponíveis, tendo como objetivos, através da "utilização adequada de testes laboratoriais", reduzir e controlar a transmissão da infeção, prevenir e mitigar o seu impacto nos serviços de saúde e nas populações vulneráveis e monitorizar a evolução epidemiológica da covid-19.

A norma alarga a testagem ao SARS-CoV-2 a todos os contactos, incluindo a realização de testes moleculares aos de baixo risco "no momento da identificação" do contacto.

Para o controlo da transmissão comunitária e monitorização da evolução epidemiológica da covid-19, são disponibilizados testes antigénio nas Unidades dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e nas Unidades Locais de Saúde (ULS).

São também disponibilizados testes rápidos de antigénio aos utentes assintomáticos com consulta presencial, que consintam a sua realização.

"Nos procedimentos urgentes e emergentes, a ausência de um teste laboratorial não deve atrasar a prestação de cuidados clínicos adequados, devendo, nestas circunstâncias, ser utilizado, por parte dos profissionais de saúde, o Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado para a prestação de cuidados a doentes com suspeita de COVID-19", sublinha a DGS.

Nas unidades prestadoras de cuidados de saúde devem ser realizados testes laboratoriais de rastreio da infeção por SARS-CoV-2.

De acordo com a estratégia, os testes laboratoriais devem ser prescritos e interpretados de acordo com uma finalidade clínica e de saúde pública, através do diagnóstico e rastreio.

O diagnóstico, com a identificação da infeção em pessoas sintomáticas, suspeitas de covid-19, e em pessoas assintomáticas com contacto com caso confirmado, e o rastreio com a deteção da infeção em pessoas assintomáticas e sem contacto com caso confirmado de covid-19, refere a norma, que atualiza a publicada a 29 de outubro de 2020.

A DGS refere que, "atendendo à atual fase da pandemia covid-19 importa fortalecer as linhas de intervenção, com base na evolução epidemiológica e no avanço do conhecimento científico".

De acordo com o Plano da Saúde para o Outono-Inverno 2020-21, "a capacidade de controlar a epidemia através de um efetivo rastreio de contactos, da aplicação de testes de diagnóstico laboratorial para SARS-CoV-2 em larga escala, da deteção ativa e precoce de casos, e do isolamento rigoroso dos casos e seus contactos, são elementos chave para limitar a propagação da covid-19".

Os diretores de serviços de doenças infecciosas dos maiores hospitais do país sugerem ao Governo que prepare um plano e adote medidas robustas que permitam evitar sucessivas ondas epidémicas e apelam ao reforço de meios humanos e materiais.

Numa tomada de posição conjunta, a propósito da pandemia de covid-19, os diretores dos Serviços de Doenças Infecciosas dos maiores hospitais portugueses e do Colégio da Especialidade de Doenças Infecciosas da Ordem dos Médicos, sugeriram esta sexta-feira ao Governo que o início desde já a preparação de um plano que permita evitar sucessivas ondas epidémicas.

Os diretores pedem ao Governo, em particular ao ministério da Saúde, que adote medidas "mais robustas" de contenção dos futuros focos emergentes.

Reconhecem a gravidade da situação sanitária, que está a colocar uma enorme pressão sobre os serviços de saúde, mas consideram essencial um reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em meios humanos e materiais.

Na posição, aconselham também ao Governo uma "modificação profunda do modelo atual de comunicação em saúde adotado pelos principais responsáveis, que esgotou totalmente as suas potencialidades e já não consegue mobilizar os portugueses".

Os responsáveis dizem estar solidários com todos os profissionais de saúde e lançam o repto a todos os médicos, das diferentes especialidades, para que à semelhança do que sucedeu na primeira vaga, não abandonem os colegas que estão na primeira linha.

Na tomada de posição, dizem também estar preocupados com o impacto da pandemia na formação médica pré e pós-graduada.

Os diretores sublinham também o seu apoio a todas as "medidas de confinamento que maximizem o efeito protetor conferido pelo distanciamento social, mesmo as que têm maior impacto na economia, pois o tempo atual é o da saúde que, se for bem-sucedido, poderá contribuir para a desejada recuperação económica".

No que diz respeito à campanha de vacinação contra a SARS-Cov-2, os responsáveis dizem estar satisfeitos, mas consideram que as prioridades que foram definidas devem ser reavaliadas e eventualmente alteradas.

Lançam ainda um repto a toda a população para seguirem as medidas de prevenção preconizadas pela Direção-Geral da Saúde e deixam uma mensagem de esperança "com a certeza de que esta, como anteriores pandemias, também será debelada".

Os signatários da posição sublinham ainda que o objetivo da tomada de posição pretende ser um apelo e um alerta para a melhor saúde para os portugueses.

A tomada de posição é assinada pelo diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, Álvaro Ayres Pereira, o diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de S. João, António Sarmento, e o presidente do Colégio da Especialidade de Doenças Infecciosas da Ordem dos Médicos, António Vieira.

Assinam também a posição Fernando Maltês, diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Kamal Mansinho, diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Ocidental, Rui Sarmento e Castro, diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário do Porto, e Saraiva da Cunha, diretor do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

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