Casos ativos e internamentos diminuem em dia com 19 mortes
Portugal registou mais 2076 casos e 19 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta terça-feira, 3 de agosto.
O número de mortes é um dos mais elevados dos últimos meses, mas a 24 de julho foram reportados 20 óbitos.
Há agora 47 476 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, menos 2311 do que na véspera.
O país contabiliza agora um total de 974 203 casos e 19 óbitos desde o início da pandemia.
Relativamente a hospitalizações, há agora 945 pessoas internadas (menos 23 do que no dia anterior), 204 dos quais em unidades de cuidados intensivos (mais um).
O boletim da DGS aponta também que há mais 4368 recuperados da doença, num total de 909 330.
Lisboa e Vale do Tejo foi a região que registou mais novos casos (799) e mortes (dez), seguida do Norte, que contabilizou 720 casos e cinco óbitos, enquanto o Centro contabilizou 274 casos e duas mortes, o Alentejo 121 infetados e um óbito e o Algarve 120 casos e uma morte. Nas regiões autónomas não foram registados novos óbitos, com a Madeira a anunciar mais 23 casos e os Açores mais 19.
A taxa de incidência mantém-se nos 403,1 casos por covid-19 por 100 mil habitantes no continente e nos 394,6 a nível nacional.
O R(t) permanece em 0,94 tanto a nível nacional como no continente.
O autoagendamento da vacina contra a covid-19 para pessoas com 16 ou mais anos ficou esta terça-feira de madrugada disponível no site na Internet da Direção-Geral da Saúde.
A possibilidade de os jovens a partir dos 16 anos poderem autoagendar a toma da primeira dose da vacina contra o vírus SARS-CoV-2 surge uma semana depois de ter sido aberta a vacinação para a faixa etária dos 18 ou mais anos.
Esta modalidade permite que as pessoas selecionem o local e a data em que pretendem ser vacinadas, recebendo depois uma mensagem SMS com a confirmação do dia, da hora e do centro de vacinação. A confirmação do agendamento implica que seja enviada resposta ao SMS.
Na sequência da fase 2 do plano de vacinação e de um maior número de vacinas recebidas por Portugal, o portal para autoagendamento entrou em funcionamento em 23 de abril para pessoas com 65 ou mais anos e, desde então, tem ficado disponível para marcações das faixas etárias dos 50, 40 e 30 e, mais recentemente, dos 20 anos.
Em julho, a ministra da Saúde disse que jovens com idade inferior a 18 anos deveriam começar a ser vacinados contra a covid-19 na última semana de agosto, se o Governo conseguisse manter o plano de vacinação previsto.
"Aquilo que nós estimamos é seguirmos este plano que temos e com as quantidades de vacinas a continuarem a chegarem-nos conseguirmos abrir na última semana de agosto vacinação para os menos de 18 [anos]", adiantou Marta Temido, na ocasião, em entrevista à TVI.
De acordo com a governante, a vacinação nos menores de 18 só seria possível só se fossem cumpridos os planos de vacinação.
"Neste momento, sabemos qual é o nosso contexto. Temos uma vacina que já tem uma indicação clara para os mais de 16 anos, temos um plano de vacinação que vai até aos 18 anos e continuamos apostados em proteger aqueles que são mais vulneráveis à doença grave e ao internamento", afirmou, ressalvando que o início do ano letivo não está em causa.
A diretora-geral da Saúde anunciou na sexta-feira que a vacinação dos 12 aos 15 anos seria apenas para os jovens com comorbilidades. Uma decisão que teve por base as conclusões do parecer técnico da Comissão Técnica de Vacinação. Mas, no final da conferência de imprensa, Graça Freitas admitiu que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas, remetendo, no entanto, uma decisão sobre o acesso universal destas idades só para mais tarde.
Um dia depois, no Brasil, o Presidente da República veio dizer que as autoridades de saúde não proibiram a vacinação contra a covid-19 para crianças saudáveis. E a DGS esclareceu que crianças saudáveis só serão vacinadas com aprovação do médico.
A confusão instalou-se. Profissionais e pais querem saber com o que contam afinal. O bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, que na semana passada afirmou que a ordem aceitaria a decisão da diretora-geral sobre o assunto, ontem disse ao DN que "esta norma não esclarece nada. Pelo contrário, vem criar um problema grave. A confirmar-se a possibilidade de os pais pedirem a vacinação para jovens saudáveis e de esta ser dada ou não, de acordo com a opinião dos médicos, vão ser criadas situações de desigualdade".
Numa nota publicada mais tarde, a Ordem dos Médicos (OM) disse lamentar "uma decisão que cria desigualdades e que contribui para a entropia no processo de vacinação".
Ao DN, pediatras que inicialmente saudaram a posição da DGS, por defenderem que a vacinação deve ser dada só a jovens com comorbilidades e por estes correrem mais riscos, preferiram não proferir mais declarações "até a situação ficar esclarecida".
Elementos do colégio de pediatria da OM fizeram o mesmo. Francisco Abecassis, pediatra que integra este órgão, disse ao DN que o colégio não iria comentar a situação, ficando a aguardar "pela publicação da norma para se saber o que está mesmo definido".
A Ordem dos Enfermeiros (OE), por seu lado, também não quis fazer comentários sobre a situação, por considerar que "as declarações da diretora-geral foram esclarecedoras e que vão ao encontro do nosso parecer", disse ao DN fonte da OE.
Parecer onde se pode ler: "Considerando a evidência científica à data e ponderado o facto de que os benefícios para o grupo etário pediátrico saudável parecem ser limitados, entende-se ser prudente aguardar por uma maior e mais robusta evidência científica quanto aos benefícios e efeitos a médio e longo prazo, antes de ser tomada uma decisão de vacinação universal deste grupo etário".
O parecer foi emitido após consulta ao Colégio de Especialidade em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, que considerou, porém, que nas crianças, com 12 anos ou menos, com comorbilidades associadas a risco elevado para a covid deve ser aconselhada a vacinação pelo profissional responsável pelo seu acompanhamento".