R(t) e internamentos sobem. Incidência desce em dia com 18 óbitos
Portugal registou mais 1094 casos e 18 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira, 9 de agosto.
O país contabiliza agora um total de 988 061 casos e 17 485 óbitos desde o início da pandemia.
Há agora 44 734 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, menos 199 do que na véspera, quando se tinha verificado um aumento.
Relativamente a hospitalizações, há agora 857 pessoas internadas (mais oito do que no dia anterior e 19 do que no sábado), 189 das quais em unidades de cuidados intensivos (mais cinco do que na véspera).
O boletim da DGS aponta também que há mais 1275 recuperados da doença, num total de 925 842.
O Norte foi a região que registou mais novos casos (393), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (374), Algarve (157), Centro (87), Madeira (34), Açores (28) e Alentejo (21).
Os óbitos foram distribuídos por Lisboa e Vale do Tejo (11), Norte (quatro), Alentejo (dois) e Algarve (um).
A taxa de incidência baixou de 369,2 para 341,4 casos por covid-19 por 100 mil habitantes no continente e de 362,7 para 336,1 a nível nacional.
Já o R(t) subiu de 0,92 para 0,93 tanto a nível nacional como no continente.
O presidente da República disse este domingo que cabe ao Governo decidir sobre a administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, e apelou aos jovens que sejam inoculados para que o próximo ano letivo decorra com normalidade.
"Não quero avançar com opinião sobre essa matéria. É uma matéria de decisão política do Governo, não do Presidente, mas é evidente que eu percebo a preocupação do Governo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Melgaço, Viana do Castelo, no final da cerimónia de entrega dos Prémios Jean-Loup Passek, no encerramento da edição 2021 do MDOC -- Festival Internacional de Documentário de Melgaço.
Segundo um estudo do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, publicado este domingo pelo DN, os anticorpos contra a covid-19 caem a pique ao fim de três meses e a terceira dose é inevitável.
Questionado sobre a intenção do Governo de realizar uma campanha de teste serológicos, nomeadamente nos lares, relacionada com a avaliação da necessidade de administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, o Chefe de Estado apontou "o exemplo dos profissionais de saúde, dos professores e de outros setores que foram vacinados em primeiro lugar, vai fazer seis meses para garantir serviços básicos".
"É preciso acompanhar os anticorpos. Mantêm-se os anticorpos no mesmo grau, ou não? Até agora a opinião comum é que é duradoira a presença de anticorpos, mas é preciso verificar. Como é que isso se faz? Com testes serológicos que permitem apurar como estão as resistências provocadas pela vacina. Concordo com isso, é uma preocupação que faz sentido", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
A ideia surgiu ainda em dezembro do ano passado, assim que os serviços de Patologia Clínica e de Saúde Ocupacional do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) começaram a preparar o plano de vacinação para os profissionais contra a covid-19 e perceberam que teriam de recolher informação para saberem qual a resposta que estes dariam à vacina e quanto tempo é que ficariam imunes ao vírus.
Passados oito meses, já têm os resultados completos de metade da população que aderiu a este estudo, quase a totalidade dos profissionais, os quais fazem a responsável laboratorial de diagnóstico de covid-19 defender ao DN que, mais tarde ou mais cedo, será necessária uma terceira dose, já que os anticorpos detetados ao fim de seis meses da vacinação podem não ser já protetores.
Mas, refere Lucília Araújo, uma das especialistas que coordenou este estudo, a revacinação deveria ser extensível à comunidade, primeiro aos mais suscetíveis, aos vacinados há mais de seis meses e depois "a toda a população, independentemente da idade, para que os surtos possam ser controlados. evitando ainda a evolução para variantes mais agressivas".
Segundo contou ao DN a médica especialista em patologia clínica, este projeto teve de imediato a adesão massiva dos profissionais do CHUC, cerca de nove mil pessoas, e está a cumprir todos os objetivos definidos. "Inicialmente, até a nós nos parecia muito ambicioso, mas está a correr lindamente e a cumprir os objetivos. A participação dos profissionais aconteceu quase na totalidade, quase todos tiveram curiosidade em saber como tinham respondido à vacinação, e isso permitiu-nos recolher informação que se tem revelado muito importante", nomeadamente sobre a fase pré-vacinal e sobre o que fazer na fase que se segue.
Lucília Araújo explica que o primeiro objetivo era "monitorizar a resposta imunitária da população profissional de saúde através da determinação de anticorpos, quer pré quer pós-vacinação. E para isso definimos cinco fases no tempo". No entanto, e como destaca, antes de avançarem, a equipa que se dedicou a este projeto teve de desenvolver de imediato um longo trabalho a avaliar o que já estava a ser feito a nível de estudos serológicos noutros países.