Portugal com mais 12 mortes e 2948 casos nas últimas 24 horas

O país contabiliza agora um total de 993 241 casos e 17 514 óbitos desde o início da pandemia.
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Portugal registou mais 2948 casos e 12 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, indica o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira, 11 de agosto.

O país contabiliza agora um total de 993 241 casos e 17 514 óbitos desde o início da pandemia.

Há agora 43 919 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, mais 675 do que na véspera.

Relativamente a hospitalizações, há agora 785 pessoas internadas (menos 44), 181 das quais em unidades de cuidados intensivos (menos cinco do que na véspera). O número de internamentos é o mais baixo desde 17 de julho, quando se registavam 780 hospitalizações.

O boletim da DGS aponta também que há mais 2261 recuperados da doença, num total de 931 808.

Lisboa e Vale do Tejo foi a região que registou mais novos casos (1132), seguida de Norte (1006), Algarve (306), Centro (294), Alentejo (127), Açores (56) e Madeira (27).

Os óbitos foram distribuídos por Lisboa e Vale do Tejo (quatro), Norte (três), Alentejo (três) e Algarve (dois).

A taxa de incidência baixou de 341,4 para 331,6 casos por covid-19 por 100 mil habitantes no continente e de 336,1 para 326,5 a nível nacional.

Já o R(t) subiu de 0,93 para 0,94 tanto a nível nacional como no continente.

O diretor do Centro de Vacinação de Oxford, Andrew Pollard, alertou esta terça-feira que alcançar a imunidade de grupo "não é uma possibilidade", uma vez que a variante Delta se tornou dominante.

O responsável, que liderou o projeto da vacina da Oxford/AstraZeneca com a imunologista Sarah Gilbert, disse numa comissão parlamentar que os programas de vacinação não se deverão basear na ideia de alcançar a tal "imunidade de grupo".

"Sabemos claramente que, com a variante Delta, o vírus continuará a infetar pessoas que foram vacinadas, e isso significa que qualquer pessoa que ainda não foi vacinada vai ser infetada a qualquer momento", disse aos deputados.

Pollard alertou ainda que no futuro "pode surgir uma variante que talvez seja ainda mais transmissível entre as populações vacinadas", o que "dá ainda mais razões para não girar os programas de vacinação em torno da imunidade de grupo".

O que Pollard acredita é que no Reino Unido haverá uma "fase de consolidação" na luta contra a covid-19 e que a doença passará de "epidémica" a "endémica".

A agência de saúde pública da Inglaterra publicou na semana passada um relatório em que alerta que há indícios de que "os níveis do vírus nas pessoas vacinadas que estão infetadas com a variante Delta podem ser semelhantes aos detetados em pessoas não vacinadas", o que afeta a facilidade de transmissão.

Está resolvida a controvérsia sobre a vacinação na faixa etária 12-15 anos. Em conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou que "a DGS recomenda a vacinação de todos os adolescentes dos 12 aos 15 anos de idade", sem necessidade de indicação médica.

Com esta diretiva, a vacinação deste grupo deixa de ficar circunscrita a situações específicas, como os casos em que os jovens têm doenças de risco. A chefe da DGS explicou que a decisão surge depois de analisados "novos dados disponibilizados nos últimos dias", em concreto os impactos registados nos "mais de 15 milhões adolescentes vacinados nos Estados Unidos e na União Europeia" que revelaram ser "extremamente raros" os casos de miocardites e pericardites.

Portanto, tendo em conta os novos dados, a DGS decidiu então alargar a todos os jovens desta faixa etária a vacina contra a covid-19 que deverá começar a ser ministrada em breve. "Está aberto o caminho para a vacinação", disse Graça Freitas, sublinhando que não se pode criar a "expectativa de que é hoje que começa", estando dependente do plano de vacinação da task force que coordena este processo. Sobre a possibilidade de os mais novos - cerca de 400 mil - começarem a ser vacinados contra a covid-19 antes do arranque do ano letivo, Graça Freitas disse esperar que tal aconteça, mas caso arranque uns dias depois do início das aulas tal "não terá um impacto negativo importante" para a saúde.

Há muito que o governo defendia que devia ser este o caminho - para o início do ano letivo se fazer sem problemas pelo lado dos estudantes. Logo a seguir à conferência de imprensa de Graça Freiras, o primeiro-ministro veio a terreiro saudar a decisão da DGS. "Congratulo-me que a ciência tenha confirmado ser possível cumprir o nosso dever de garantir proteção universal a todas as crianças maiores de 12 anos", escreveu António Costa numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter.

Segundo garantiu, "tudo está a postos para garantir a administração de duas doses de vacinas até ao início do ano letivo". "As vacinas foram compradas, a logística aprontada e o calendário definido: os jovens entre 12 e 17 anos podem ter vacinação completa até 19 de setembro."

A decisão da DGS pareceu assim vir ao encontro das pressões que o governo há muito fazia. Contudo, a diretora-geral enquadrou-a em "novos dados". Admitiu, porém, que a DGS não esteve "nem surda nem cega" às diversas opiniões que se foram manifestando. "Obviamente, não estivemos surdos nem cegos a tudo o que foi sendo dito, mas a decisão foi baseada num parecer da Comissão Técnica de Vacinação sobre o qual a Direção-Geral da Saúde não tem a mínima intervenção", salientou Graça Freitas.

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