O ex-presidente da Câmara de Pedrógão Grande Valdemar Alves foi esta segunda-feira condenado na pena única de sete anos de prisão pelo Tribunal Judicial de Leiria no processo relacionado com a reconstrução de casas após os incêndios de junho de 2017..Já o ex-vereador da Câmara de Pedrógão Grande, Bruno Gomes, foi condenado na pena única de seis anos de prisão..À saída do tribunal, Valdemar Alves admitiu que não esperava este resultado. "Foi uma surpresa", disse aos jornalistas, referindo-se a uma pena "demasiado pesada". "Não temos palavras", acrescentou..O antigo autarca adiantou também que vai reunir com o advogado para decidir os próximos passos. No entanto, deixou claro que "vai ser uma caminhada muito longa" e que "isto não vai ficar por aqui"..O advogado de Valdemar Alves disse à Lusa discordar do acórdão. "Discordo do acórdão e da interpretação jurídica das normas, pelo que vou recorrer", afirmou Bolota Belchior..O advogado do ex-vereador da Câmara de Pedrógão Grande, Victor Faria, disse que também vai recorrer da condenação do seu cliente a seis anos de prisão, o que considerou uma pena pesada.."Não estávamos à espera de uma decisão com esta gravidade, com este peso", afirmou o advogado após a leitura do acórdão, no Tribunal Judicial de Leiria..Em declarações aos jornalistas, o advogado afirmou que irá "ler o acórdão com atenção" para eleger "aquilo que será invocado" no recurso que irá interpor..Valdemar Alves e Bruno Gomes estavam pronunciados por 20 crimes de prevaricação de titular de cargo político, 20 crimes de falsificação de documento e 20 crimes de burla qualificada, cinco dos quais na forma tentada, os mesmos do despacho de acusação..Em 19 de julho de 2018, a revista Visão noticiou que meio milhão de euros de donativos destinados à reconstrução de casas de primeira habitação terão sido desviados para casas não prioritárias, isto é, de segunda habitação..No mesmo dia, a então presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, disse à Lusa que iria "encaminhar esses casos o mais rapidamente possível para o Ministério Público"..Ainda nessa data, o Ministério Público (MP) anunciou a abertura de um inquérito..Em 1 de julho de 2019, a Polícia Judiciária divulgou que finalizou a investigação, com 44 arguidos, tendo proposto acusação..Quatro dias depois, o MP anunciou que deduziu acusação contra 28 arguidos. No despacho, foi ainda determinado o arquivamento ou separação de processos quanto aos restantes 16 arguidos..Notícia atualizada às 12:52