Quase 60% dos 912 metros de extensão do troço canalizado da ribeira de Algés que foram vistoriados, em setembro, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil estão em “risco de colapso num futuro próximo”, segundo a vereadora da Câmara Municipal de Oeiras, Joana Baptista. O diagnóstico foi apresentado numa cerimónia onde a autarquia e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) assinaram o protocolo de cooperação para os trabalhos de recuperação da conduta, entre o largo Comandante Augusto Madureira e o mercado de Algés, que vão arrancar no verão. O projeto vai custar 5 milhões de euros, 500 mil dos quais comparticipados pelo Governo.Para execução do projeto, vai ser feito um ajuste direto à empresa vencedora entre 3 consultadas pela autarquia de Oeiras. “Face à vistoria feita pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e face àquilo que é o acordo com o Governo, há uma urgência imperiosa para a realização dos trabalhos. Vai ser feito um ajuste direto, mas foram consultadas 3 empresas do nosso país que estão capacitadas para a realização destes trabalhos e que trabalham nestas matérias”, explicou ao DN a vereadora Joana Baptista. Os contactos com as empresas começaram na segunda-feira e devem decorrer ao longo deste mês.Nesta primeira fase, as intervenções têm foco nos pontos mais críticos, que já colapsaram depois de chuvas fortes em anos anteriores. Em novembro de 2023, parte do alcatrão no largo Comandante Augusto Madureira cedeu, deixando a conduta da ribeira à mostra. Para reparar apenas este troço, a Câmara de Oeiras gastou 275 mil euros.A requalificação do atual troço canalizado é considerada uma obra urgente para reforçar a segurança na zona diante da possibilidade de novas cheias. Os problemas na ribeira de Algés começaram a surgir há 22 anos, quando foi construído o viaduto da CRIL e feita a duplicação do troço canalizado apenas na altura do mercado, passando neste ponto de quatro metros de largura para oito. Ao passar para a zona da foz, já no território de Lisboa, a conduta volta a ter quatro metros, o que faz com que a água retorne para a baixa de Algés. “Portanto esta intervenção não se esgota este ano. Temos que avançar, a bem da segurança de pessoas e bens, para a duplicação, designadamente a jusante no território de Lisboa, e que naturalmente se seguirá a uma intervenção no território de Oeiras na área dos Bombeiros Voluntários”, completou a vereadora.Ainda este ano será negociado um protocolo com os três municípios com responsabilidades partilhadas na bacia da ribeira de Algés: Amadora, Oeiras e Lisboa, medida considerada fundamental para permitir a duplicação de toda a ribeira. Esta obra foi estimada em 30 milhões de euros.Numa última etapa, vai ser preciso criar bacias de retenção para ajudar a gerir o volume de água. “Há uma primeira parte que é urgente, que está em perigo, mas vamos pensar em toda a ribeira de Algés para que fique resolvido esse problema com 22 anos”, disse a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho. O compromisso de dinamizar este segundo acordo foi assumido pelo presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, José Pimenta Machado..* notícia corrigida: as empresas consultadas para ajuste direto são 3 e não 13, como por lapso referia a versão inicial