O primeiro curso superior privado de medicina arranca na Católica

O novo ano letivo inicia-se com a inauguração da nova Faculdade de Medicina da UCP e de um curso que prevê aumentar e modernizar os profissionais de saúde do país.
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No dia em que arranca um novo ano letivo, é inaugurada em Sintra a Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, numa cerimónia em que vão estar presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro António Costa.

O novo curso de medicina, o primeiro numa instituição privada no país, promete aumentar e diversificar a oferta formativa em Portugal. Numa visita guiada às instalações, o diretor faculdade António Medina de Almeida deixou ao DN uma pista para o futuro: "Queremos não só formar novos médicos como também oferecer ensino pós-graduado para cirurgiões e outros médicos que queiram aprender e treinar anatomia."

Após cerca de 600 manifestações de interesse no novo curso de medicina, foram efetuadas 200 candidaturas e selecionados 50 estudantes mediante critérios específicos: 85% das notas do ensino secundário e 15% correspondente a perguntas vocacionais e entrevistas.

O edifício, que surge hoje com um aspeto inovador após os preparativos para a inauguração, pertenceu antes à Universidade de Engenharia da Universidade Católica. Porém, foi modernizado exclusivamente para o início de uma nova era no ensino. "Desde janeiro até agora, reabilitamos e reestruturamos o edifício em tempo recorde. Temos agora três auditórios, 16 aulas para tutorias, vários laboratórios e uma nova área de anatomia", disse o diretor.

Ainda que tenham surgido polémicas pela aprovação do curso, António Medina de Almeida explica: "O curso é, tal como nas outras faculdades, de seis anos: três anos pré-clínicos e outros três dedicados a estágios clínicos. Os nossos alunos, uma vez formados, vão ter de concorrer aos lugares de especialidade, através do exame público, tal como todos os outros estudantes de medicina do país." Dos alunos selecionados, quatro têm nacionalidade estrangeira e a maioria são mulheres.

No fim dos seis anos, são necessários cerca de 100 mil euros para frequentar o curso no campus de Sintra, "o valor deste curso é o calculado para qualquer curso de medicina, quer seja numa universidade privada ou pública", explica o diretor. No entanto, "existe um programa de bolsas de mérito e bolsas de cariz social para recompensar os melhores alunos e aqueles com menores rendimentos", assegurou.

A Faculdade de Medicina da Católica assume privilegiar a relação entre aluno e professor e o treino de competências desde o primeiro ano do curso como ponto diferenciador das outras faculdades: "Desde cedo começamos com um treino profissionalizante para que quando os alunos cheguem à sua vida profissional já tenham o à-vontade e as competências que necessitam."

A criação de várias salas consultório no edifício prevê melhorar o desempenho dos estudantes, uma vez que "aqui, os alunos vão treinar técnicas de comunicação em gabinetes especializados, onde as entrevistas simuladas vão ser gravadas para depois poderem ser vistas pelos próprios e pelos professores". Outro ponto diferenciador, segundo o diretor, é o número de alunos por docente, havendo apenas dois a três alunos por professor.

Já os estágios clínicos dos estudantes são assegurados através de parcerias com o Grupo Luz Saúde, Hospital Beatriz Ângelo, ARS Lisboa e Vale do Tejo e União das Misericórdias.

Com apenas 50 vagas para este ano letivo e a promessa de 100 para o próximo, a Universidade Católica Portuguesa dá um passo na formação de médicos qualificados num ano atípico marcado pela pandemia.

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