Lisboa com 46% dos 572 novos casos em dia sem mortos
Portugal registou esta quinta-feira 572 novos casos de infeção, mas não foi registada nenhuma morte, de acordo com o balanço da Direção Geral da Saúde relativo aos efeitos da pandemia de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas.
Quanto aos internados não se registaram alterações, mantendo-se 233 em internamento, dos quais 53 nos cuidados intensivos.
O boletim da DGS reporta ainda que há mais 105 casos ativos em Portugal, totalizando agora 22 452, tendo sido registados mais 467 recuperados da doença, atingindo agora 807 532. Há ainda a registar mais 1221 contactos em vigilância para um total de 21 834.
A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem mais casos de infeção, registando um total de 264 novos casos nas últimas 24 horas, ou seja 46% de todo o território.
A região Norte contabiliza 159 novos casos, o Centro reportou 64, segue-se os Açores com 38. No Alentejo verificaram-se 22 novas infeções, na Madeira há mais 14 e no Algarve com 11.
Investigadores alemães acreditam, com base em investigações laboratoriais, ter encontrado a causa dos raros mas graves casos de coágulos no sangue entre algumas pessoas que receberam as vacinas contra a covid-19 produzidas pela AstraZeneca e Johnson & Johnson.
Num estudo que ainda não foi revisto por especialistas, os investigadores referem que as vacinas usam vetores de adenovírus que enviam parte da sua carga viral para o núcleo das células, onde algumas das instruções para produzir proteínas de coronavírus podem ser mal interpretadas. As proteínas resultantes podem desencadear distúrbios de coagulação do sangue num pequeno número de recetores, sugerem os especialistas, citados pela Reuters.
Rolf Marschalek, um professor da Goethe University, de Frankfurt, acredita que as vacinas podem ser reformuladas para contornar o problema e que a Johnson & Jonhson está já em contacto com ele. A companhia "está a tentar otimizar a vacina", afirmou. "Com os dados que temos nas nossas mãos, podemos dizer às companhias como fazer a mutação dessas sequências, codificando a proteína spike de forma a prevenir reações indesejadas", acrescentou.
Por outro lado, os investigadores alemães ainda não foram contactados pela AstraZeneca. "Se eles o fizerem, posso dizer-lhes o que têm de fazer para aperfeiçoar a vacina", frisou ao Financial Times.
Cientistas e entidades reguladoras de medicamentos na Europa e nos Estados Unidos têm procurado explicação para a causa dos raros mas fatais casos de coágulos sanguíneos que levaram alguns países a suspender ou a limitar o uso das vacinas da AstraZeneca e da Johnson & Johnson.
"Todo o país vai ser acelerado" na vacinação, uma vez que estão a chegar a Portugal "vacinas em maior quantidade", afirmou, esta quarta-feira, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19.
Em entrevista à TVI24, Gouveia e Melo afirmou que há, no entanto, regiões mais atrasadas do que outras neste processo, como Lisboa e Vale do Tejo - onde se tem verificado um aumento de casos de infeção nos últimos dias -, o Norte e Algarve, que vão ser "ligeiramente aceleradas" em termos de vacinação. De referir que o Alentejo é a região com maior percentagem de vacinas administradas.
As diferenças no ritmo de vacinação são explicadas pela "estrutura etária diferente" entre regiões, esclareceu o vice-almirante. Uma situação que ocorre porque as regiões que têm "mais idosos" avançaram mais rapidamente no plano de vacinação.
"As regiões têm estruturas etárias diferentes, há regiões com população mais jovem, outras com população mais idosa. Regiões com população mais idosa naturalmente fizeram progressos, tendo em causa a situação global", esclareceu. Gouveia e Melo voltou a reforçar que todo o país iniciará a campanha de vacinação para as faixas etárias a partir dos 30 e 40 anos em junho.