Nanorobôs podem ajudar espermatozoides preguiçosos e tratar infertilidade
Uma pequena hélice que encaixa num espermatozoide com baixa mobilidade pode ajudá-lo a chegar ao seu destino e fertilizar um óvulo
Uma das principais causas de infertilidade masculina é a baixa mobilidade dos espermatozoides, quando estes são saudáveis mas têm dificuldades para atingir o óvulo. Agora cientistas estão a desenvolver uma solução robótica: o "spermbot", uma espécie de nanorobô capaz de ajudar os espermatozoides a atingir o seu destino.
Uma equipa do Institute for Integrative Nanosciences em Dresden desenvolveu uma pequena espiral metálica que encaixa à volta da cauda do espermatozoide. Os investigadores conseguem usar campos magnéticos para pôr a espiral no espermatozoide, e depois são capazes de a fazer mover-se para impulsionar e direcionar o espermatozoide até ao óvulo. Quando o óvulo é fertilizado, a cauda metálica solta-se sozinha.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
A técnica, descrita num trabalho de investigação publicado este mês na revista científica Nano Letters, pode vir a ser menos dispendiosa do que tratamentos de fertilidade como a inseminação artificial. No entanto, os investigadores reconhecem que ainda vai ser preciso refinar muito o método antes de este poder ser levado a ensaios clínicos. Por exemplo, uma das dificuldades é que ainda não existe forma de visualizar onde se encontra o espermatozoide quando este está dentro do corpo da mulher, o que tornaria impossível guiá-lo até ao óvulo.
Inicialmente, num artigo científico publicado em 2014, a mesma equipa de investigadores alemães tinha experimentado uma técnica parecida em que usavam um tubo de titânio em vez de uma espiral metálica. No novo artigo, explicam que a espiral, que funciona como uma hélice, será mais fácil de usar em laboratórios de fertilidade.
"Escolhemos estas hélices magnéticas como micromotores devido ao seu mecanismo relativamente simples de movimentação, que é amplamente compreendido e fácil de controlar em 3D", lê-se no artigo científico. O campo magnético usado para guiar a espiral não causa dano às células.