Montenegro garante haver menos 89% de alunos sem aulas do que há um ano
O primeiro-ministro Luís Montenegro afirmou esta sexta-feira que há atualmente menos 89% de alunos sem aulas do que há um ano e considerou as críticas do PS de manipulação dos números como "falsas querelas", pedindo que se foquem nos resultados das políticas.
Em declarações após ter visitado uma escola secundária em Marvila, Lisboa, Luís Montenegro fez um balanço da ação governativa na educação e afirmou que há hoje "cinco mil novos professores no sistema, fruto de condições de maior atratividade".
"No caso concreto da resolução do problema da falta de professores, hoje temos uma circunstância em que pudemos acolher mais 200 novos docentes no Algarve e mais 1.200 novos docentes aqui na região de Lisboa", afirmou.
Montenegro referiu que esses números contribuíram "de forma muito significativa para a diminuição" do número de alunos sem aulas a pelo menos uma disciplina em relação ao ano passado, recordando que o executivo tinha traçado o objetivo de chegar ao final do primeiro período com uma redução de 90% nesse número.
"É um objetivo muito ambicioso, é um objetivo de facto muito difícil de atingir, e atingir em tão curto espaço de espaço. Mas hoje estamos praticamente dentro do objetivo: para ser rigoroso, andaremos na casa dos 89% de diminuição", salientou.
Questionado sobre as críticas do PS, que acusou o Governo de "manipulação" e "engodo" no número divulgado de alunos sem aulas, Luís Montenegro respondeu: "Nós estamos empenhados em ser transparentes, verdadeiros, em poder ter, de forma tranquila e serena, uma abordagem com critérios de rigor".
"Mas há uma coisa que eu quero garantir: nós não vamos desviar-nos do que é mais importante para andar com falsas querelas. O que é importante em Portugal é que todos se concentrem no mesmo: isto não é uma discussão sobre número. Nós utilizamos os números apenas para poder aferir se as decisões a ter bom ou mau resultado", disse.
Montenegro disse que "percebe a dialética política", mas defendeu que tanto a oposição como o Governo devem dar "um incremento à valorização daquilo que é importante".
"O que eu recomendo, mesmo às senhoras e senhores jornalistas, é que nos concentremos em poder concluir se as decisões que o Governo está a tomar estão a produzir resultado: sim ou não? O que é que podemos fazer para que o resultado amanhã seja melhor? Esta é a filosofia do Governo. Se quiserem agora andar aqui a discutir números, apenas números, eu acho que a sociedade não nos ouve", disse
O chefe do executivo defendeu que as medidas que têm sido aplicadas pelo Governo, como o lançamento do concurso extraordinário, os apoios à deslocação e ao alojamento e a criação de condições para acolher novos docentes, estão a ter sucesso e a garantir que a escola pública permite a todos terem "uma oportunidade para, através do conhecimento e da educação, poderem projetar os seus percursos de vida".
Numa visita em que esteve acompanhado do ministro da Educação, e durante a qual se reuniu com a direção da escola, Montenegro destacou o trabalho que tem sido desenvolvido por Fernando Alexandre e salientou que "ainda é possível fazer mais".
"Nós não estamos aqui para dizer que o objetivo está cumprido e que o trabalho está feito. Pelo contrário, nós estamos apenas na primeira etapa, nós estamos a dar um pontapé de saída na resolução de um problema que é um problema muito, muito significativo e que coloca em causa a democracia, a igualdade de oportunidades e o próprio desenvolvimento económico do país", disse.
Para Montenegro, "este foi apenas um primeiro ano", no qual o Governo o Governo já está a conseguir "resolver vários problemas e a ter bons resultados".
"Mas nós queremos mais: nós queremos mesmo acabar com o flagelo que é haver um aluno sem professor a todas as disciplinas. É nisso que vamos trabalhar", afirmou.