Marta Temido admite começar a desconfinar pelas escolas
Novas e mais contagiosas variantes e a pressão que ainda se sente no Sistema Nacional de Saúde deixam governo reticente a desconfinar.
A ministra da Saúde admite que, da mesma forma que o fecho das escolas foram a última medida de confinamento, a abertura das mesmas poderá ser a primeira medida a adotar quando chegar a altura de desconfinar.
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"O último encerramento que desejámos ter feito foi o das atividades escolares. Poderá ser por aí que começaremos a desconfinar", frisou Marta Temido à saída da reunião do Infarmed, ainda que sem apontar a prazos.
"Este é o momento de nos concentrarmos em conter a transmissão da doença e atender a outras áreas que não covid, mas também estamos preocupados com o emprego e a saúde mental. Ainda não é o tempo de falar de tempos nem de falar de modos de desconfinamento", acrescentou.
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Embora o número de casos e óbitos diários esteja a diminuir significativamente, há dois fatores que colocam o governo reticente quanto ao desconfinamento: as novas e mais contagiosas variantes e a pressão que ainda se sente no Sistema Nacional de Saúde. "Estamos preocupantes com as novas variantes e a utilização dos cuidados intensivos. O número de internamentos que temos hoje é ainda de 627. Esse era o número de camas que devíamos ter para atividades não covid", realçou.
"O risco efetivo de transmissão antes era um critério, agora não pode ser um critério, porque temos um dos mais baixos da Europa mas temos o sistema de saúde ainda sob pressão. As variantes são um fator negativo e vacinação é um fator positivo", acrescentou a ministra.
Sobre a vacinação, Marta Temido traçou o objetivo de ter "70% da nossa população vacinada" no final do verão. "Queremos proteger os mais vulneráveis, salvar vidas, e depois proteger os serviços essenciais e a economia", frisou, dando conta de que Portugal terá no segundo semestre acesso a "um lote de vacinas que nos permitirá acelerar a vacinação" e que, nessa altura, poderá haver a possibilidade de recorrer a farmácias para levar a cabo o processo de vacinação.
Questionada sobre a diminuição de testes realizados em fevereiro, a ministra da Saúde recorda que "Portugal é o 7.º país da UE que mais testa por milhão de habitantes e já esteve em 6.º".
"Portugal realizou em janeiro de 2021 a maior média de número de testes por dia desde o início da pandemia e fevereiro está a ser o 3.º melhor mês, mas há uma tendência para reduzir a testagem quando reduzem os novos casos", sublinho, revelando que os testes de saliva por PCR passarão a fazer parte da estratégia de testagem.