1,4 milhões de vacinas contra a gripe e 1,2 milhões contra a covid já estão disponíveis. -- Foto: PEDRO CORREIA/GLOBAL IMAGENS
1,4 milhões de vacinas contra a gripe e 1,2 milhões contra a covid já estão disponíveis. -- Foto: PEDRO CORREIA/GLOBAL IMAGENS

Mais de dois milhões de vacinas já estão nas farmácias para começarem a ser dadas

Presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, diz que têm “tudo pronto” para a vacinação na época de 2024-2025. Já há agendamentos para esta sexta-feira, o primeiro dia, e para o fim de semana e não são esperados constrangimentos no acesso.
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As farmácias comunitárias que participam na campanha de vacinação contra as infeções respiratórias na época de 2024-2025 já receberam 1,4 milhões de vacinas contra a gripe para começar a administrar a partir desta sexta-feira, em simultâneo com a vacina contra a covid-19, às pessoas entre os 60 e os 84 anos ou que integrem os grupos de risco elegíveis pela Direção-Geral da Saúde (DGS). 

Segundo a presidente da Associação Nacional das Farmácias (AFN), Ema Paulino, “está tudo preparado,do ponto de vista logístico, para que a vacinação comece neste dia 20. Há mais de um milhão de vacinas contra a gripe para esta primeira fase da vacinação e, em relação à covid-19, há quase outras tantas  disponíveis para serem pedidas pelas farmácias de acordo com as suas necessidades”. Para este primeiro dia, Ema Paulino diz que já há agendamentos, bem como para o fim de semana e semanas seguintes, embora não consiga quantificar em número, porque – e apesar de a ANF ter uma plataforma online  específica para o agendamento – “as pessoas continuam a preferir ir marcar ao balcão presencialmente”.

A DGS confirmou também ao DN que “no início da campanha estão disponíveis 1,4 milhões de vacinas contra a gripe (das quais 228 mil são de dose elevada) e 1,2 milhões vacinas contra a covid-19”, mas, ao todo, foram adquiridas pelo Estado 2,5 milhões de vacinas contra a gripe (mais 360 mil de dose elevada), e 2,1 milhões de vacinas contra a covid-19 para o continente e Regiões Autónomas.  A autoridade de saúde informa ainda que “o plano de entrega das vacinas, que se irá estender de setembro a novembro de 2024, está devidamente definido, sendo a logística da responsabilidade do SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais”.

Para esta época, a DGS decidiu antecipar a vacinação para dia 20 de setembro, já que costuma iniciar-se no final de setembro ou princípio de outubro – em 2023, teve início a 29 de setembro. Mas prolongou-a também. Em vez de terminar a 31 de dezembro irá decorrer até março de 2025 para que as pessoas que completem 60 anos até essa altura ou que passem a integrar algum dos grupos de risco possam ser vacinadas gratuitamente durante o período de frio e de maior permanência dos vírus respiratórios.

A presidente da ANF confirma também que este ano “há mais vacinas disponíveis para esta primeira fase”, esperando assim que não haja constrangimentos no acesso para quem queira vacinar-se já, ao contrário do ano passado, em que “foram entregues às farmácias poucas vacinas e isso fez com que, durante as primeiras semanas, as pessoas quisessem vacinar-se e não houvesse vacinas. Este ano não se perspetiva nenhum constrangimento”.

Ema Paulino explica que as vacinas contra a gripe vão ser disponibilizadas  em várias fases, mas as da covid-19 já estão todas em Portugal. “É só uma questão de as farmácias irem solicitando à medida das suas necessidades.” Isto porque “são vacinas que têm de ser mantidas a determinada temperatura, que são depois descongeladas para serem administradas.”

Ema Paulino refere ainda que este ano deverá haver mais farmácias a participar na campanha de vacinação, sendo que, no ano passado, foram quase 2500. Ao todo, e contando com cerca de 1000 unidades do SNS, que também podem administrar vacinas, o país terá cerca de 3500 pontos espalhados de norte e a sul, relembrando que quem quiser saber se a sua farmácia participa nesta campanha poderá consultar o sítio infarmed.pt, onde está a lista de todos os postos de vacinação. E quem quiser agendar online a vacina para a farmácia comunitária mais próxima da sua residência também o poderá fazer na plataforma especifica na página da ANF.

Maiores de 85 anos só nos centros de saúde

A dose elevada contra a gripe, disponibilizada gratuitamente este ano a todas as pessoas com 85 ou mais anos, no âmbito desta campanha, só pode ser recebida nas unidades de cuidados primários do Serviço Nacional de Saúde (centros de saúde). No ano passado, esta dose elevada esteve disponível para a mesma faixa etária, mas apenas para quem se encontrava em lares ou internado em unidades de cuidados continuados. A alteração surge por a DGS considerar que esta dose confere “uma maior proteção para a população mais vulnerável, diminuindo o risco de hospitalizações”.

A decisão de apenas permitir essa vacinação nos centros de saúde, no entanto, suscitou várias críticas, como do antigo ministro da Saúde, Manuel Pizarro. Ontem, à Antena 1, a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, explicou a decisão com fatores logísticos e o aproveitar do facto de a população com mais de 85 anos já ir regularmente aos centros de saúde por diversas patologias. Mas admitiu que a orientação pode ser revista.

Segundo a DGS, a população total elegível para a vacinação é de cerca de dois milhões de pessoas – desde profissionais de saúde ou cuidadores, aos doentes crónicos, residentes em lares, internados em hospitais ou em cuidados continuados, em reabilitação ou pessoas com 60 ou mais anos.

Mas para a presidente da ANF há uma mensagem a passar nesta campanha. “É preciso sensibilizar todas as pessoas a vacinarem-se”, sendo ideal que “o façam em simultâneo contra a gripe e contra a covid-19”. A farmacêutica admite que “possa haver maior hesitação em relação à vacinação contra a covid, porque o tema já não está na ordem do dia e muitas pessoas já a desvalorizam, porque já a tiveram”, mas, lembra, estamos perante “um vírus muito dinâmico e, ao vacinar-se, a população não está tanto a prevenir a infeção, mas, sobretudo, a evitar as complicações graves da doença e a mortalidade”.

Ema Paulino chama a atenção para o facto de, no ano passado, termos tido a circular “um vírus da gripe particularmente agressivo que provocou muitos internamentos” e um vírus da covid-19 de alta contagiosidade. Portanto, sublinha, “o benefício das vacinas está perfeitamente comprovado nas pessoas de grupos de risco, devendo estas aproveitar a oportunidade de se vacinarem gratuitamente e ficarem protegidas para o inverno”.

anamafaldainacio@dn.pt

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