Mais de 600 clubes já estão EmJogo
A aplicação EmJogo é um facilitador tecnológico, que organiza e centraliza o trabalho que é feito dentro de um clube e já conquistou mais de 600 emblemas, incluindo 9 da I Liga 2024-25. “Temos as ferramentas para os treinadores, treinos e jogos, e agora temos também ferramentas que permitem registar o trabalho de psicólogos e nutricionistas, que é uma mais valia pelo acompanhamento alimentar, o registo de alergias e intolerâncias alimentares, bem como a religião porque o o plano treino dos muçulmanos no Ramadão tem de ser adaptado, por exemplo”, explicou ao DN Gil Guilherme, fundador e CEO da startup fundada em 2015.
E qual é o nível de compromisso que vocês exigem aos clientes para atestar a eficácia da ferramenta? Se um treinador dos Sub-15 vai dar treino e se esquece de preencher a ficha de treino, o processo fica comprometido? “Essa bola está do lado do cliente/clube. A informação é preciosa, mas é preciso que alguém forneça essa informação e que registre essa informação fidedigna e de forma credível”, respondeu o gestor, explicando que o conteúdo é encriptado e cada clube/cliente decide os níveis de acesso através de permissões aos utilizadores.
Um treinador tem acesso aos treinos e jogos da sua equipa, mas não tem acesso à ficha médica por exemplo. Na plataforma, ele só tem a informação que o jogador X está lesionado e o tempo de recuperação estimado pelo médico. Se ele não tiver permissão para ver os relatórios do departamento clínico não consegue ver o histórico de lesões por exemplo.
O medo de ser hackeado existe, mas hoje em dia, mas as pessoas já estão digitalmente mentalizada para sistemas de reconhecimento biométrico: “Na parte da psicologia há partes confidenciais, que é entre paciente e psicólogo. O treinador só tem informação que ele está a ser seguido. O mesmo se aplica aos dados pessoais. Todo o sistema segue as melhores práticas de segurança.”
E porque o “psicólogo tem muita influência no desporto”, os fundadores da startup evoluíram para esse upgrade à aplicação original. “Se o jogador é forte psicologicamente num momento de pressão, isso é registado. Um atleta que se mostrou psicologicamente forte em todo o processo de formação quando se aproxima dos escalões profissionais está melhor preparado. Esse fator conta. E são pequenos detalhes que podem fazer diferença. Um atleta não é melhor que outro apenas porque marca mais golos. Há muitas coisas que podem influenciar. E é esse o trabalho”, explicou o CEO, garantindo que todo o histórico fica registado, o que impede que a informação seja perdida com uma eventual saída ou mudança de colaboradores.
Duplicaram clientes
O modelo de negócio reflete a realidade portuguesa, mas a internacionalização está em marcha. Criar uma ferramenta digital de trabalho para cada um executar a sua tarefa, desde a gestão dos sócios, as receitas, as despesas ou o funcionamento das equipas de formação de forma ágil e automatizada. A cobrança de mensalidades dos miúdos, num país com 10426 clubes (1815 ligados ao futebol, segundo dados Pordata 2021) eles estão em mais de 600, quando em 2022 tinham uma carteira de clientes com 350 clubes desportivos de diversas modalidades.
E tanto serve os objetivos de um clube de bairro como os da I Liga, mas a maioria são emblemas com poucos recursos humanos e financeiros. E a aplicação também se resume um pouco a isso, ganhar tempo e dinheiro. Os dirigentes só precisam ter Intenet e acesso a um telemóvel, smartphone ou computador portátel para tratar das burocracias clubísticas em qualquer lugar e sem a necessidade da deslocação ao escritório.
Na II Liga 2024-25 a maioria é cliente e na I Liga, 9 dos 18 emblemas usam a ferramenta tecnológica- Moreirense, Famalicão, Santa Clara, AVS, Boavista, Farense, Rio Ave, Gil Vicente e Casa Pia - o que é impressionante, tendo em conta que, pelo menos, os três grandes do futebol português, Benfica, Sporting e FC Porto, têm sistemas próprios.
“O que nós estamos a fazer com estes clubes serve perfeitamente outros clubes que ainda não estão EmJogo...”, disse Gil Guilherme, revelando que em Portugal ainda há oportunidades de crescimento. Apesar do futebol e em especial o futebol da formação representar uma grande percentagem dos seus clientes, também trabalham com diversas modalidades como é o caso do futsal, andebol, basquetebol, râguebi, voleibol e hóquei em patins.
A inovação tecnológica ao serviço do desporto ganhou impulso na última década, mas centrou-se no treino, scouting e no futebol. VAR e GPS fazem parte do léxico “futebolês” mais corriqueiro, assim como drones a captar o treino e mostrá-lo em tempo real num tablet é hoje banalíssimo e as aplicações de planificação de treinos e jogos abre todo um universo de escolhas.
Ao nível da gestão a revolução tecnológica só agora está em marcha e a app EmJogo está na linha da frente com pacotes que vão dos 300 aos 600 euros e mensalidades que podem ir dos 30 aos 60 euros.
isaura.almeida@dn.pt