Mais 4153 casos e nove mortes em 24 horas. Incidência volta a subir

Incidência volta a subir e o índice de transmissibilidade, denominado R(t), desce para 1,14 a nível nacional. Há agora 734 doentes covid-19 nos hospitais portugueses. Nas unidades de cuidados intensivos há mais 10 pessoas internadas. São, no total, 171, segundo os dados da DGS.
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Relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que Portugal registou, nas últimas 24 horas, 4153 novos casos de covid-19 (mais 1503 em relação a terça-feira) e nove mortes. O número diário de infeções pelo novo coronavírus não era tão alto desde 10 de fevereiro, dia em que se confirmaram 4387 diagnósticos da doença.

Do total de novos casos reportados pelo boletim epidemiológico da DGS desta quarta-feira (14 de julho), quase dois mil verificam-se em Lisboa e Vale do Tejo (mais concretamente 1928), o que corresponde a 46,4% do total nacional. Segue-se a região Norte que soma mais 1305 infetados (31%).

Algarve é a terceira região com o número diário de novas infeções mais elevado (441). Foram confirmados mais 316 casos no Centro, 102 no Alentejo, 42 nos Açores e 19 na Madeira.

A autoridade nacional da saúde indica que das nove mortes registadas, sete ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo e duas na região Centro.

No que se refere à pressão nos hospitais portugueses, os dados indicam que há agora 734 pessoas internadas (menos oito face ao dia anterior), das quais 171 doentes estão em unidades de cuidados intensivos (mais 10).

A taxa de incidência a 14 dias também foi atualizada e verifica-se neste indicador uma nova subida. A nível nacional passa de 315,6 para 336,3 infeções por 100 000 habitantes. Tendo em conta só o continente, a incidência passa de 325,2 para 346,5 casos de covid-19 por 100 mil habitantes.

Já ​​​​​​​o índice de transmissibilidade, o chamado R(t), desce para 1,14 a nível nacional e para 1,15 se não contemplarmos as regiões autónomas da Madeira e dos Açores (antes era de 1,16).

Dois indicadores que integram a matriz de risco definida pelo Governo e que tem servido de base na gestão da pandemia por parte do executivo liderado por António Costa. Portugal mantém-se na zona vermelha. A Ordem dos Médicos e especialistas do Instituto Superior Técnico apresentaram, entretanto, uma proposta ao Governo para uma nova matriz de risco.

DGS indica também que no espaço de 24 horas foram registados mais 2235 casos de pessoas que recuperaram da doença, totalizando agora 852 269 o número de recuperados.

Perante estes dados, Portugal tem, atualmente, 47 108 casos ativos da infeção por SARS-CoV-2 (mais 1909 do que no dia anterior).

No total, foram confirmados 916 559 diagnósticos de covid-19 desde o início da pandemia e 17 182 óbitos, sendo que há mais 1322 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Dados atualizados da evolução da pandemia em Portugal, um dia após ser conhecido o mais recente relatório sobre o processo de vacinação, no qual é referido que 42% da população portuguesa (4 337 479 pessoas) tem a vacinação completa.

Já 60% da população (6 213 798 pessoas) tem pelo menos a vacinação iniciada, de acordo com o documento enviado às redações pela DGS.

Um processo de inoculação que tem tido repercussões nos números de internamentos e de óbitos, que não acompanham na mesma dimensão o aumento diário de casos, como aconteceu nas fases mais críticas da pandemia no nosso país.

Por esta ser uma fase diferente da situação epidemiológica, especialistas apresentaram um novo indicador, que acrescenta uma avaliação da gravidade, para determinar o estado da pandemia de covid-19 e esperando agora que este seja adotado pelas entidades competentes como futura matriz.

Na sessão de apresentação do indicador, na Ordem dos Médicos, em Lisboa, o matemático Henrique Oliveira, especialista em sistemas dinâmicos, explicou que os dois indicadores que compõem a atual matriz de risco "não chegam" e "começam a dar uma visão parcial do problema".

A proposta apresentada esta quarta-feira, que resultou de um "trabalho de equipa" de especialistas do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, não deita fora os dois indicadores existentes - incidência e transmissibilidade (Rt) -, mas complementa-os com mais três: letalidade, internamentos em enfermaria e internamentos em unidades de cuidados intensivos.

A atual matriz "é lenta" e "são precisos indicadores mais rápidos", sustenta Henrique Oliveira.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, adiantou que a ministra da Saúde já recebeu a proposta de novo indicador e que esta sabia que havia uma equipa a trabalhar o assunto há mais de um mês.

"O Presidente da República já tem conhecimento [sobre o indicador], o Governo terá de decidir", afirmou, sublinhando que a Ordem dos Médicos está disponível para prestar esclarecimentos sobre a nova ferramenta, que classifica como "democrática", porque "pode ser feita em casa, por qualquer um".

Também esta quarta-feira a Ordem dos Farmacêuticos fez saber que está a criar uma bolsa de voluntários com estudantes desta área para apoiar as farmácias que estão sobrecarregadas devido à crescente procura dos utentes para realizarem testes à covid-19.

"Conscientes desta situação e tentando dar resposta a este desígnio nacional de aumento da capacidade testagem, a Ordem dos Farmacêuticos está a trabalhar com o INSA [Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge] e com o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento] na criação de uma bolsa de voluntários com estudantes de Ciências Farmacêuticas", avançou à Lusa o presidente da secção regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Enfermeiros, Luís Lourenço.

A nível global, os dados recentes mostram que o mundo registou, em 24 horas, mais 9748 mortes e 552 235 novos casos, indica o balanço diário da AFP.

Com o registo destas vítimas mortais nas últimas 24 horas à escala mundial, a crise sanitária associada à doença covid-19 já provocou, até à data, pelo menos 4 053 041 mortes no mundo, de acordo com o mesmo balanço.

No total, e desde que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi identificado na China em dezembro de 2019, mais de 187 779 210 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em todo o mundo.

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