Mais de três mil casos e oito mortes em 24 horas. Incidência dispara e obriga a mudar matriz de risco

Dados da DGS indicam que o número de internados desceu para 603 (menos 10 face ao dia anterior). Estão 130 doentes em unidades de cuidados intensivos (menos três).
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Foram registados 3285 novos casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, refere o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Desde 11 de fevereiro que não eram reportados tantas novas infeções.

O relatório desta quarta-feira (7 de julho) indica também que morreram mais oito pessoas devido à infeção pelo novo coronavírus. Não se registavam tantos óbitos desde 14 de abril, dia em que também foram registadas oito mortes.

A autoridade de saúde dá conta de que o número de internados desce para 603 (menos 10 face ao reportado na terça-feira). Nas unidades de cuidados intensivos estão agora 130 doentes (menos três).

Já a incidência a 14 dias da infeção dispara, com 247,3 casos de covid-19 por 100 mil habitantes a nível nacional. Na atualização anterior, este indicador situava-se nos 224,6. No continente, a incidência sobe para 254,8 infeções por 100 mil habitantes (antes eram 231 casos).

Um aumento que leva o país a ultrapassar os limites definidos, tendo originado uma alteração na dimensão da matriz de risco.

Em vez de contemplar um limite de 240 casos por 100 mil habitantes, a matriz de risco foi alargada e inclui agora um novo máximo de 480 casos por 100 mil habitantes.

Outro indicador da matriz de risco, o índice do risco de transmissibilidade, R(t), regista uma ligeira subida ao passar de 1,19 para 1,20 a nível nacional. O mesmo valor mantém-se se só tivermos em conta o território continental.

Dados da DGS mostram que Lisboa e Vale do Tejo continua a ter mais de metade dos novos casos diários. A região da capital registou mais 1717 infeções - representa 52,2% do total nacional - e sete mortes por covid-19.

Confirmaram-se 821 novos casos no Norte, 321 no Algarve, 290 no Centro, região onde foi reportada uma morte, e 75 na região do Alentejo. Há mais 37 diagnósticos de covid-19 nos Açores e 24 na Madeira.

DGS faz ainda saber que há mais 1507 casos de pessoas que recuperaram da doença, sendo que os recuperados somam agora 838 642. No total, desde o início da pandemia, Portugal registou 896 026 casos de covid-19 e 17 126 óbitos.

Perante estes dados, há mais 1770 casos ativos da infeção por SARS-CoV-2, que agora superam os 40 mil (40 258).

Relatório diário indica ainda que há mais 3033 contactos que estão em vigilância pelas autoridades de saúde.

Portugal está a aumentar o ritmo de vacinação contra a covid-19, tendo batido um novo recorde de doses de vacinas administradas na terça-feira. ​​​​​​"Ontem ultrapassámos as 150 mil doses administradas", disse, esta quarta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, em comissão parlamentar.

Foram, no total, 154 600 pessoas inoculadas na terça-feira, o segundo dia a registar um número elevado na administração de vacinas. Em dois dias, foram administradas mais de 290 mil doses de vacinas contra o SARS-CoV-2.

"Sabemos que têm sido utilizadas as soluções que em cada momento são as mais eficientes", afirmou a governante, sublinhando: "Somos neste momento um dos países da União Europeia [UE] que mais vacinas tem administradas, queremos fazer esta corrida contra a variante Delta através da vacinação", referiu aos deputados.

A ministra da Saúde referiu que também a campanha de testagem tem "sido reforçada". Nos primeiros dias de julho, "a média diária de testes é a mais alta desde o início da pandemia, também acima de janeiro".

No primeiro mês de 2021, a média de testes efetuados por dia rondou os 52 mil, segundo dados divulgados em 29 de janeiro pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Na Comissão de Saúde, a ministra da Saúde não descartou o regresso ao estado de emergência, embora tenha afirmado que este mecanismo não passa exclusivamente pelo Governo. "Não há impossibilidades totais, há necessidades de avaliação constante", argumentou.

Também esta quarta-feira, Válter Fonseca, coordenador da Comissão Técnica de Vacinação Contra a covid-19, fez saber que está a ser analisada a vacinação das faixas etárias acima dos 12 anos, devendo ser emitido um parecer antes do arranque do ano letivo, revelou em entrevista à Lusa.

O parecer está a ser elaborado e "será naturalmente conhecido para que o planeamento da vacinação possa ser feito atempadamente", como tem sido feito desde o início da campanha, referiu.

"Será feito um parecer (...) de forma atempada e para proteger a saúde pública, nos 'timings' mais adequados, também em função da evolução da cobertura vacinal da restante população, que continua a ser a nossa prioridade", acrescentou.

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