Número de novos casos é o mais baixo desde 1 de setembro
Em 24 horas, Portugal registou 248 novos casos de covid-19 e 16 mortes, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira (22 de março).
São menos 202 casos que no dia anterior. É o número mais baixo de novos casos desde 1 de setembro de 2020, dia em que se registaram 231 contágios.
Quanto ao número de mortes regista-se uma subida face ao boletim anterior, que reportou seis mortes, quase um terço dos 16 óbitos contabilizados hoje (referentes a domingo).
Há agora 771 doentes internados -mais seis que no dia anterior. Há 165 doentes em unidades de cuidados intensivos, um decréscimo de cinco nas últimas 24 horas.
Recuperaram da doença 555 pessoas. Há agora 33 120 casos ativos de covid-19 em Portugal, menos 323 que os registados no boletim de domingo.
Em termos geográficos, a região de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista os números mais elevados, quer em termos de novos casos (85, o que representa 34,2% do total de contágios), quer no que respeita aos óbitos. Foram 12 na região da capital, 75% do total do país.
A região norte contabiliza 58 contágios e nenhum óbito. No centro registaram-se, nas últimas 24 horas, 27 casos e três mortes. No Alentejo há mais 13 novos casos e no Algarve 44.
Quanto às regiões autónomas, a Madeira conta 10 casos e um óbito, enquanto os Açores contabilizaram 11 contágios.
Portugal regista esta segunda-feira uma incidência de 81,3 novos casos de infeção com SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes e um índice de transmissibilidade (Rt) de 0,89, segundo o boletim conjunto da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do INSA.
De acordo com os dados oficiais, quando analisado apenas o território de Portugal Continental a incidência situa-se nos 70,3 casos por 100.000 habitantes e o Rt em 0,88.
A incidência refere-se ao número de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Estes indicadores são os critérios definidos pelo Governo para a avaliação contínua do processo de desconfinamento iniciado na passada segunda-feira.
Em 11 de março, na apresentação do plano de desconfinamento, o primeiro-ministro, António Costa, avisou que as medidas da reabertura serão revistas sempre que Portugal ultrapassar os "120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias" ou sempre que o Rt - o número médio de casos secundários que resultam de um caso infetado pelo vírus - ultrapasse 1.
Também esta segunda-feira foram conhecidos os resultados de um ensaio clínico norte-americano sobre a vacina da AstraZeneca, que volta a ser administrada a partir de hoje em Portugal continental.
O estudo concluiu que o fármaco desenvolvido pela farmacêutica anglo-sueca, em parceria com a Universidsde de Oxford, é 79% eficaz na prevenção da covid-19 nos sintomáticos. O estudo que envolveu mais de 30 mil voluntários demonstrou ainda uma eficácia de 100% em doença grave.
Os resultados deste estudo eram esperados para que a farmacêutica possa avançar para um pedido de autorização ao regulador norte-americano, à FDA (Food and Drug Administration), de modo a que vacina comece a ser administrada nos EUA, o que deverá acontecer já em abril.
De referir que a decisão das autoridades de saúde portuguesas em retomar a administração da vacina da AstraZeneca surge após a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) garantir que a vacina da farmacêutica, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, é "segura" e "eficaz". Um parecer positivo depois de relatos de casos de coágulos sanguíneos detetados após a toma do fármaco.
Aliás, a vacinação com a fórmula desenvolvida pela AstraZeneca tem estado no centro de uma polémica entre o Reino Unido e a União Europeia, na sequência dos atrasos da entrega de doses por parte da farmacêutica. A Comissão Europeia já chegou a levantar a hipótese de travar a exportação da vacina para o Reino Unido.
Perante esta ameaça, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ligará esta semana aos líderes europeus na tentativa de impedir que a União Europeia (UE) proíba as exportações para o Reino Unido da vacina da AstraZeneca fabricada na Holanda, noticia esta segunda-feira o Financial Times.
Autoridades britânicas, mencionadas pelo jornal Financial Times, revelaram que Boris Johnson ligará para os seus homólogos da UE antes de os líderes do bloco europeu se encontrarem para avaliar a questão.
Espera-se que os líderes europeus decidam, numa cimeira virtual que terá início na próxima quinta-feira, se mantêm a ameaça de restringir as exportações para o Reino Unido da vacina que é produzida nas instalações da fábrica da Halix, na Holanda.
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, ameaçou na semana passada com a possibilidade de suspender as exportações europeias de vacinas para países produtores, em clara alusão ao Reino Unido, para garantir que a produção europeia se destine primeiro a imunizar os cidadãos da comunidade.
A nível mundial, a pandemia de SARS-CoV-2 fez pelo menos 2 716 035 mortos desde que a OMS detetou a doença na China em dezembro de 2019, segundo a contagem da AFP com base em fontes oficiais.
Mais de 123 177 480 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em todo o mundo desde o início da pandemia.
Os Estados Unidos são o país mais afetado em número de mortes e de casos: 542 359 óbitos e 29 819 107 contágios, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.
Depois dos EUA está o Brasil com 294 042 mortos e 11 998 233 contágios; o México com 198 036 mortes (2 195 722 casos); a Índia com 159 967 óbitos (11 646 081 infeções) e o Reino Unido com 126 155 vítimas mortais (4 296 583 casos).