Internamentos sobem há cinco dias seguidos. Desde janeiro que não era assim

Mais 1233 casos e duas mortes em Portugal nas últimas 24 horas. Estão 364 pessoas com covid-19 internadas, das quais 88 em unidades de cuidados intensivos, indicam os dados mais recentes da DGS
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Foram registados 1233 novos casos de covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico desta quinta-feira (17 de junho) da Direção-Geral da Saúde. Morreram mais duas pessoas devido à infeção por SARS-CoV-2, indica ainda o relatório diário.

Nesta altura, estão hospitalizadas 364 pessoas, ou seja, mais 13 em relação ao que foi reportado na véspera. Em unidades de cuidados intensivos o número de doentes aumentou para 88 (mais cinco face ao dia anterior).

Há cinco dias seguidos que os internamentos estão a aumentar, algo que já não acontecia desde o fatídico mês de janeiro. Nessa altura, o número de hospitalizações cresceu ao longo de 26 dias, entre os dias 2 e 27. No entanto, a 27 de janeiro o país registava 6603 internamentos (783 em UCI), um número bastante superior ao que se verifica atualmente.

65,2% dos novos casos em Portugal foram registados em Lisboa e Vale do Tejo, que totalizou 804 novos casos e uma morte.

O outro óbito registou-se na região Norte, que apresentou mais 196 casos. A região Centro registou mais 81 casos, o Algarve mais 73 casos, o Alentejo mais 47, os Açores mais 20 e a Madeira mais 12.

A boa notícia é que o R(t) deixou de crescer, mantendo-se em 1,13 no continente e para 1,12 em todo o território nacional. Também a incidência estancou, permanecendo em 91 casos por 100 mil habitantes em todo o território e em 90,5 casos por 100 mil habitantes no continente.

Dados atualizados da pandemia num dia em que o Conselho de Ministros volta a analisar a situação epidemiológica dos concelhos, devendo determinar quem avança para a próxima fase de desconfinamento, quem se mantém na atual e quais os municípios que recuam. Uma nova análise que acontece numa altura em que o concelho de Lisboa continua a suscitar preocupação devido ao aumento de contágios.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que Lisboa terá o mesmo tratamento que os outros concelhos em função da matriz de risco da covid-19, afastando também a hipótese de o Governo impor uma antecipação de medidas restritivas na capital.

Também esta quinta-feira, a DGS atualizou o esquema vacinal e decidiu encurtar o período entre as duas doses da vacina da AstraZeneca.

O intervalo da toma da segunda dose da vacina foi então reduzido de 12 para oito semanas para garantir "mais rápida proteção" perante a transmissão de novas "variantes de preocupação" do vírus SARS-CoV-2, segundo a DGS.

A recomendação consta da norma "Campanha de Vacinação contra a COVID-19 Vacina VAXZEVRIA" divulgada esta quinta-feira e que atualiza o esquema vacinal desta vacina contra a covid-19.

Segundo a DGS, o esquema vacinal da VAXZEVRIA, também conhecida como a da Astrazeneca, é de duas doses com intervalo de oito a 12 semanas, "sendo atualmente recomendado o intervalo de oito semanas de forma a garantir a mais rápida proteção" conferida pela vacinação completa "perante a transmissão de novas variantes de preocupação (VoC) de SARS-CoV-2", como a variante Delta, associada à Índia.

"Têm surgido provas de que as variantes diminuem" a proteção dada pelas vacinas

Na terça-feira, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, disse que estão a surgir provas que demonstram que a variante Delta do coronavirus SARS-CoV-2 "diminui a força do escudo protetor" criado pelas vacinas, instando à aceleração da vacinação completa da população.

"Têm surgido provas de que as variantes -- nomeadamente a variante Delta -- diminuem a força do escudo protetor fornecido pelas vacinas, especialmente quando a vacinação ainda não é completa. É, portanto, crucial que o maior número possível de cidadãos seja vacinado contra a covid-19, e que seja totalmente vacinado o mais rapidamente possível", disse Stella Kyriakides.

Ainda no que se refere ao processo de vacinação, Portugal é o país da União Europeia (UE) onde a população tem mais confiança nas vacinas contra a covid-19, com 95% dos inquiridos a considerarem as vacinas seguras, segundo um Eurobarómetro publicado esta quinta-feira pela Comissão Europeia.

Interrogados se concordam com a afirmação "as vacinas são seguras", 46% dos inquiridos portugueses dizem "concordar totalmente" e 49% "tendem a concordar", colocando Portugal no pelotão da frente em termos de confiança nas vacinas, seguido pela Espanha, com 92%, e ambos acima da média europeia, que se situa nos 81%.

No mesmo registo, 86% dos portugueses dizem considerar que as vacinas aprovadas na UE são seguras -- o número mais elevado, novamente seguido por Espanha, com 83% --, e 70% dizem "não perceber porque é que as pessoas têm relutância em serem vacinadas", colocando Portugal no segundo lugar, ultrapassado por Espanha.

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