Lisboa e Vale do Tejo e Norte têm mais do triplo de novos casos que as outras regiões
Portugal ultrapassou esta semana, por dois dias consecutivos, a barreira dos 39 mil casos. No dia 5, o país registou o número mais alto de sempre desde o início da pandemia, 39 570 novas infeções, e 14 óbitos, no dia 6 voltaram a ser 39 074 novos casos e 25 óbitos, segundo os boletins diários da Direção-Geral da Saúde.
Ontem, este número ficou um pouco abaixo, foram 38 734, com 17 óbitos. Mesmo assim, e segundo afirmaram os peritos da DGS e do INSA na reunião de quarta-feira no Infarmed, o pico desta onda epidémica só deve ser alcançado no final da próxima semana, podendo o número de novas infeções variar entre os 40 mil e os 130 mil.
As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e a do Norte destacam-se pelo número de novas infeções. Só ontem, as duas somavam 30 295 novos casos, a primeira com 15 606 e a segunda com 14 689, mais do triplo de casos do total das restantes cinco regiões (Centro, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores".
Só o Algarve e os Açores é que se mantém abaixo do milhar de novos casos, nomeadamente com 940 e 289. O Centro registava ontem 4558 novos casos, o Alentejo 1126 e a Madeira 1526. Lisboa e Vale do Tejo foi também a região com maior número de óbitos, 9, o Norte teve 4, os Açores zero mortes e todas as outras regiões tiveram um óbito.
Ontem também a incidência por 100 mil habitantes e também disparou, passando a incidência a nível nacional de 2104,7 para 2438,8 e a nível do continente de 2114,3 para 2444,5. O índice de transmissibilidade R (t) tem vindo a diminuir, passando de 1,14 no dia 6 de janeiro para 1,32 no dia ontem, sexta-feira, dia 7.
Mas há uma semana, precisamente no último dia do ano de 2021, o cenário era bem diferente. A tendência de novas infeções continuava a subir, mas o país estava nos 30 829 casos e 18 óbitos. Quanto a internamentos, há uma semana havia um total de 1024, dos quais 145 estavam em cuidados intensivos, ontem o total era de 1353, dos quais 161 em UCI.
Mas, de acordo com os peritos ouvidos no Infarmed, o cenário vivido agora é mais benigno do que o que vivemos há um ano, portanto as previsões apontam para um máximo de camas ocupadas em UCI para 187. No ano passado nesta altura estávamos quase no milhar de doentes.
A nível da incidência por 100 mil habitantes há uma semana era de 1182,7 a nível nacional e de 1188,4 no continente. O índice de R (t) não estava longe do registado ontem era de 1,35 a nível nacional e 1,36 no continente. O governo decidiu na quinta-feira prolongar o teletrabalho e a abertura de bares e discotecas para ganhar tempo na proteção a esta variante.
O relatório diário de ontem sobre a vacinação dava conta de que Portugal tem mais de três milhões de pessoas com a dose de reforo contra a covid-19. Em termos percentuais, a faixa etária acima dos 80 anos tem 89% da população vacinada, a dos 70 aos 79 anos também e a dos 60 aos 69 anos tem 74%. Entre os 50 e os 59 anos ainda só 36% da população recebeu a dose de reforço. Relativamente às crianças dos 5 aos 11 anos, a mesma nota informa que, desde novembro até ontem, foram vacinadas 145 788 crianças. Ao todo, Portugal tem 8 717 449 de pessoas com o esquema vacinal completo com as duas doses.