Sociedade
31 maio 2021 às 14h00

Liga dos Campeões. "As pessoas percebem que são testes, que estamos a avaliar", diz secretário de Estado

Não há incoerência ou regime de exceção em relação à presença de publico no Estádio do Dragão, no Porto, onde se realizou a final da Liga dos Campeões, diz o secretário de Estado do Desporto.

DN

O secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, rejeita que haja incoerência ou regime de exceção por parte do Governo em relação à presença de adeptos no Estádio do Dragão, no Porto, onde foi disputada a final da Liga dos Campeões, no passado fim de semana.

Em reação às críticas que apontam uma dualidade de critérios quando a final da Taça de Portugal não teve adeptos nas bancadas, o que acontece com outras modalidades, secretário de Estado disse à SIC Notícias que o que aconteceu na Champions foi mais um teste.

"Como se fez testes piloto com alguns jogos da Liga acho que não há incoerências. As pessoas percebem que são testes, que estamos a avaliar. Desta vez tivemos a oportunidade de fazer uma avaliação com um jogo desta natureza", considerou.

João Paulo Rebelo fala na possibilidade de haver público nos estádios na próxima época, referindo-se ainda ao que foi a Champions. "É mais uma experiência com que o Governo conta para perceber se temos, de facto, condições ou não. Admito que haja muita gente interessada em ter público nos recintos desportivos", disse.

O secretário de Estado afirmou também que as pessoas compreenderão que o próprio Secretário de Estado do Desporto também tem interesse em ter adeptos nos estádios. "Foram afetados os grandes e os pequenos clubes", referiu.

"Os adeptos merecem estar nos estádios apoiar os artistas, que neste caso são os atletas, e os atletas merecem ter o seu público também. Estamos a criar as condições para que esse retorno possa ser o mais breve possível", argumentou.

E adiantou que o Governo está a "criar as condições para que esse retorno [dos adeptos aos estádios] possa ser o mais breve possível". "Tenho esperança que a próxima época possa começar com o público nos recintos desportivos", desejou.

Ainda olhando para a final entre Chelsea e o Manchester City (Chelsea foi o vencedor da Champions), o secretário de Estado afirmou "orgulho" com a organização do evento. "Porque as coisas correram bem. Dir-me-á, mas houve escaramuças. Dir-lhe-ei, sim, é evidente, acontecem sempre neste nestes momentos. Do ponto de vista desportivo, foi um sucesso. Tive a oportunidade de estar no estádio. De facto tudo correu dentro do que estava programado", justificou João Paulo Rebelo, ainda em declarações à SIC Notícias.

"Não posso deixar de dizer o que é a avaliação que a própria Federação Portuguesa de Futebol e a própria UEFA fazem, de que correu tudo muitíssimo bem", salientou.

Para o secretário de Estado, com esta organização, a Federação Portuguesa de Futebol "solidificou, ainda mais, a posição já respeitada que tem no quadro da UEFA".

Uma das vozes críticas sobre a presença de público no Dragão na final da Champions foi o presidente do FC Porto, Pinto da Costa. No domingo, voltou a criticar o Governo por não autorizar a presença de adeptos em eventos desportivos em Portugal, pedindo a demissão de alguns responsáveis pela gestão da pandemia de covid-19.

"Ver estádios quase com metade da capacidade ocupada, em jogos estrangeiros, para os estrangeiros, e os portugueses não podem, às vezes em aglomerações maiores do que se estivessem lá dentro. Mas não se pode esperar mais, quando a responsável da DGS [Direção-Geral da Saúde] veio dizer no início desta maldita pandemia que era uma gripezinha, que dificilmente chegava cá, quando depois foi à TV aconselhar que ninguém usasse máscara. (...) Deixava um conselho ao senhor primeiro-ministro António Costa: demitam-nos e, se não é capaz, demita-se o senhor", concluiu.

Sobre as bolhas de segurança, o secretário de Esdado do Desporto disse que não entrou ninguém nas zonas dedicadas aos adeptos dos respetivos clubes sem ser testado à covid-19. "Não deveria ser, acho eu, motivo para um grande espanto que há turistas neste momento em Portugal. Eu diria que uma boa parte do país agradece a presença desses turistas e há uma indústria que depende deles. Há, portanto, famílias que dependem deles também", justificou João Paulo Rebelo.