Em busca da felicidade... dentro do cérebro
Íntima e subjetiva, efémera, mas sempre repetível, a felicidade, na definição da sua essência, tem sido um desafio para filósofos e poetas. E também para a psicologia, que na última década conseguiu transformá-la num conceito operacional, de forma a poder ser estudada e medida. Agora, um grupo de neurologistas japoneses da Universidade de Kioto deu um passo mais, foi à procura da felicidade no cérebro e diz ter encontrado a sua sede - ou, pelo menos, uma delas - numa pequena área do córtex, no lobo parietal, chamada pré-cúneos.
No estudo que acaba de publicar nos Scientific Reports, do grupo da revista Nature, a equipa liderada por Wataru Sato afirma que as pessoas com índices mais altos de felicidade têm também um volume maior de massa cinzenta naquela zona específica do córtex cerebral. E esta observação foi uma constante, independentemente do sexo, da idade ou dos resultados dos testes de inteligência dos sujeitos, reforçam os autores.
Para chegarem a esta conclusão, os investigadores avaliaram um conjunto de 51 indivíduos (26 mulheres e 25 homens), utilizando a Escala de Felicidade Subjetiva - criada por Lyubomirsky e Lepper em 1999 e comummente utilizada pelos psicólogos desde então -, e depois captaram imagens, por ressonância magnética funcional, dos cérebros de cada um dos participantes. Os mais felizes, escrevem os autores, tinham sempre mais massa cinzenta naquela área do cérebro.