O anteprojeto de reforma da legislação laboral prevê incluir o abastecimento alimentar e os "serviços de segurança privada de bens ou equipamentos essenciais" nos setores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.A indicação consta do anteprojeto de reforma da legislação laboral, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros e entregue aos parceiros sociais.Segundo o documento a que a Lusa teve acesso, além dos "serviços de cuidado a crianças, idosos, doentes e pessoas com deficiência", que já tinham sido referidos na quinta-feira pela ministra do Trabalho, e que incluem por exemplo creches e lares, o Governo tenciona também alargar os "serviços de segurança privada de bens ou equipamentos essenciais" e o abastecimento alimentar na prestação de serviços mínimos "indispensáveis" em caso de greve e à luz da "satisfação de necessidades sociais impreteríveis".Questionado pelos jornalistas sobre se as escolas básicas e secundárias também estão incluídas no âmbito dos serviços de cuidado a crianças, idosos, doentes e pessoas com deficiência", fonte oficial da tutela referiu, na quinta-feira, que “não está definido”..Governo aprova anteprojeto de reforma “profunda” da legislação laboral. O Código do Trabalho prevê atualmente que em caso de greve os serviços mínimos sejam assegurados "em empresa ou estabelecimento que se destine à satisfação de necessidades sociais impreteríveis", que incluem correios e telecomunicações; serviços médicos, hospitalares e medicamentosos; salubridade pública, incluindo a realização de funerais; serviços de energia e minas, incluindo o abastecimento de combustíveis.Contemplados estão também abastecimento de águas; bombeiros; serviços de atendimento ao público que assegurem a satisfação de necessidades essenciais cuja prestação incumba ao Estado; transportes, incluindo portos, aeroportos, estações de caminho-de-ferro e de camionagem, relativos a passageiros, animais e géneros alimentares deterioráveis e a bens essenciais à economia nacional, abrangendo as respetivas cargas e descargas; e transporte e segurança de valores monetários.Após a reunião com os parceiros sociais, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social voltou a frisar que a ideia é "ser um bocadinho mais exigente quanto à definição dos serviços mínimos, mas sem " beliscar" o direito à greve, e tornando-o "apenas combatível com outros direitos fundamentais", nomeadamente o direito à saúde, ao trabalho ou "a circular".A alteração, que foi admitida pelo próprio primeiro-ministro na campanha eleitoral, no início de maio, tem suscitado críticas por parte dos sindicatos, bem como de alguns partidos políticos.O anteprojeto de "reforma profunda" da legislação laboral, que será ainda negociado com os parceiros sociais em sede de concertação social, visa "30 temas-chave" e inclui rever “mais de uma centena de artigos do Código de Trabalho”, segundo explicou a ministra Rosário Palma Ramalho..Governo quer que autodeclaração de doença fraudulenta possa dar direito a despedimento