Floresta de Monsanto defendida na assembleia municipal

Garantir a manutenção da área verde do parque que tem 900 hectares e impedir novas construções são duas das recomendações. Câmara concorda com propostas de preservação

Monsanto é o pulmão verde da cidade e os deputados municipais querem que este seja classificado como Área Protegida de Interesse Regional. O relatório que vai hoje a votação na Assembleia Municipal defende ainda a manutenção da área verde do parque - que tem 900 hectares - e que não sejam permitidas construções sem que exista uma discussão pública. Estas recomendações vão ser feitas à câmara municipal que concorda com o teor das mesmas e garante que vai no sentido do trabalho que já está a ser feito.

"Não queremos ver Monsanto como um banco de terrenos, está prevista a utilização do parque florestal, mas com bom senso. Essa opinião foi também defendida pelas associações ambientais e de cidadãos", explicou ao DN a deputada municipal d" Os Verdes Cláudia Madeira. Para o partido que propôs este debate, "o mais importante é que não sejam autorizadas mais políticas que delapidem o parque florestal de Monsanto e que haja discussão pública sempre que haja projetos que impliquem perda de mancha verde, que também é importante que não seja reduzida, devendo até ser pensadas formas de ser ampliada".

Uma proteção que o vereador do ambiente, José Sá Fernandes, concorda e que garante "tem sido o caminho que a câmara está a seguir". Da votação de hoje, o responsável manifesta acordo com todas as recomendações que vão permitir "prosseguir o trabalho que temos vindo a fazer". José Sá Fernandes sublinha ainda não poderia haver outra política para Monsanto: "É a única área urbana da Europa que foi certificada como boa gestão florestal."

A mesma opinião tem Luísa Schmidt, investigadora na área do ambiente, que elogia as medidas que estão em cima da mesa. "Tudo o que seja para acautelar o pulmão verde da cidade, parece-me muito bem. Esta é uma mancha verde importantíssima", sublinha. A investigadora explica que "uma área florestal desta dimensão é fundamental para a cidade por várias razões, não só de saúde pública como por causa das alterações climáticas porque estes espaços verdes são captadores de carbono e poluição".

A especialista elogia, por isso, o processo de reflorestação dos terrenos do ex-Aquaparque que vai aumentar a mancha verde do parque, como defendem as recomendações da comissão municipal do ambiente. Em relação a este projeto, José Sá Fernandes referiu apenas que "houve um concurso para haver demolições e fazer obras no edifício principal" acrescentando que "aí vai haver evolução em breve".

Para evitar novos projetos de construção de grandes dimensões, a assembleia municipal vai ainda votar uma proposta para que Monsanto seja Área Protegida de Interesse Regional. Uma classificação que iria permitir "uma proteção acrescida do parque, porque agora há regulamentos municipais que acabam por não impedir a delapidação do parque", considera Cláudia Madeira.

Concordando com todo o investimento na área florestal, Luísa Schmidt alerta que Monsanto deve ser acessível às pessoas. "Temos a Tapada da Ajuda ali logo no seguimento, que são 100 hectares mais resguardados e devem permanecer assim, mas Monsanto deve ter espaços para ser utilizado." Um objetivo que foi conseguido "quando se tornou um local seguro". "Monsanto passou a ser mais vivido", aponta.

Para aumentar a ligação das pessoas à maior mancha verde da cidade, serão importantes as construções de corredores verdes, como o que já existe a partir do Marquês de Pombal. A assembleia propõe uma ligação entre a a Tapada das Necessidades e o Cemitério dos Prazeres à Tapada da Ajuda.

As recomendações dos deputados municipais são vistas pela deputada d" Os Verdes "não como um fim, mas mais um passo sobre a discussão do parque".

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