Estudo sugere que dose única da vacina da Janssen é menos eficaz contra variante Delta
Um estudo publicado pelo portal bioRxiv sugere que que uma vacina baseada em vetor adenoviral, como é o caso da Janssen e da AstraZeneca, são menos eficazes contra a variante Delta do que uma vacina baseada em RNA mensageiro, como as da Pfizer e Moderna.
"Os dados sugerem o benefício de uma segunda imunização para aumentar a proteção contra as variantes" Beta, Delta, Delta plus e Lambda.
Estas conclusões contrastam com as da própria Johnson & Johnson, empresa que desenvolve a vacina da Janssen e que tinha anunciado no início do mês que o seu imunizante é eficaz contra a variante Delta, detetada na Índia e particularmente contagiosa, com uma resposta imunológica que pode durar pelo menos oito meses.
De acordo com um estudo realizado pelo grupo americano a um pequeno grupo de oito pessoas que receberam a vacina produzida pela Janssen, farmacêutica do grupo, os anticorpos e as células do sistema imunológico neutralizaram a variante Delta.
Um segundo estudo envolvendo 20 pacientes vacinados no Beth Israel Medical Center em Boston, nos Estados Unidos, produziu os mesmos resultados.
"Acreditamos que a nossa vacina oferece proteção duradoura contra a covid-19 e permite a neutralização da variante Delta", disse Paul Stoffels, diretor científico da Johnson & Johnson, citado em comunicado.
Os dados estudados ao longo de oito meses mostram que a vacina de dose única desenvolvida pelo laboratório "produz uma forte resposta de anticorpos neutralizantes", disse Mathai Mammen, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento na Johnson & Johnson.
A variante Delta do vírus SARS-CoV-2 é responsável por 94,8% dos casos de infeção em Portugal e já atinge uma prevalência de 100% no Alentejo, nos Açores e na Madeira, indicam os dados do INSA.
Segundo o relatório sobre a diversidade genética do novo coronavírus do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgado esta terça-feira, esta variante, associada à Índia e considerada mais transmissível, continua a ser "dominante em todas as regiões" do país.
Em Lisboa e Vale do Tejo, a Delta foi, entre 5 e 11 de julho, responsável por 97,2% dos casos de infeção, enquanto no Norte a prevalência foi de 87%, no Centro de 96,3% e no Algarve de 94,1%, refere o INSA.