Estudante português vítima de ataque racista na Polónia

Aluno a participar no programa Erasmus terá sido confundido com um muçulmano
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Um dos 15 estudantes portugueses que se encontram na cidade polaca de Rzeszow a participar no Erasmus+, iniciativa da União Europeia para as áreas da educação, formação, juventude e desporto, terá sido alvo de um ataque racista, escreve o jornal Público esta segunda-feira.

Segundo o jornal, o grupo de alunos chegou à Polónia no início de abril. Todos ficaram instalados num hostel e, logo no primeiro sábado que passaram em Rzeszow, a 9 de abril, alguns decidiram sair à noite. Terá sido exatamente nessa noite que um dos jovens, de 18 anos, foi agredido: um homem puxou-lhe o cabelo e a roupa e chamou-lhe "lixo".

O caso foi denunciado às autoridades pelo professor responsável pelos alunos e o suspeito da agressão já estará identificado: trata-se de um militar de 38 anos com 11 anos de experiência nas forças armadas, que já cumpriu uma missão no Afeganistão.

A notícia foi avançada pelo Portal de Notícias da cidade e, em declarações àquele órgão de comunicação, o porta-voz do comando referiu que os portugueses, por terem a pele mais escura, foram tomados por muçulmanos. Porque o suspeito da agressão é das forças armadas, o caso foi remetido à polícia militar.

O consulado português na Polónia também já terá sido informado, bem como a empresa que organizou a viagem. Segundo o professor responsável, o episódio da agressão foi o mais grave, mas não terá sido o único: enquanto caminham pela cidade, alguns estudantes do grupo terão sido alvo de insultos.

Para procurar atenuar a situação, foi arrendada para os estudantes portugueses uma casa nos arredores da cidade e contratados os serviços de uma empresa de segurança para os proteger. A medida foi tomada para evitar o regresso imediato a casa dos alunos.

Conforme aponta o Público, várias organizações internacionais têm alertado para uma escalada da xenofobia e racismo na Polónia. O líder do partido no governo, Jaroslaw Kaczynski, já disse publicamente que os muçulmanos são uma ameaça ao estilo de vida católico no país.

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