Entrar em 2024 com números na mente: dos mil de Ronaldo aos milhões do turismo.
Ronaldo a caminho dos 1000 golos? Siiiiiiii!
SÁBADO, 30 de dezembro
Cristiano Ronaldo tem mais uma façanha para juntar à longa lista de feitos desportivos que já alcançou na carreira. Aos 38 anos, o avançado fechou o ano de 2023 com um total de 54 golos (44 pelo Al Nassr e 10 pela seleção nacional portuguesa), cifra que fez dele o Melhor Marcador do Ano, à frente do inglês Harry Kane, do francês Kylian Mbapé (ambos com 52) e do norueguês Erling Haaland (50), sendo que o atacante do Manchester City tem estado lesionado, sem jogar desde 6 de dezembro. Não falta quem diga que os atuais números de Ronaldo se explicam pelo facto de estar a disputar na Arábia Saudita, uma liga de qualidade inferior à dos três rivais diretos nesta luta pelo trono dos goleadores (Kane na Alemanha; Mbapé em França; Haaland em Inglaterra), esquecendo, por exemplo, que o internacional português é oito anos mais velho que Kane, e esquecendo, sobretudo, que desde 7 de outubro de 2002 (quando marcou pela primeira vez, como sénior, pelo Sporting) e 30 de dezembro de 2024 distam mais de 20 anos de uma carreira sempre ao mais alto nível, recheada de títulos, e um total de 873 golos. O registo de 2023 não é obra do acaso, mas sim fruto de muito trabalho para manter uma forma física invejável (basta ver a imagem que escolheu publicar no Instagram, no final do ano, a trabalhar no ginásio) e resultado de uma força de vontade insuperável para bater recordes e somar conquistas. CR7 já mostrou desejo de poder disputar o Mundial de 2026, jogando até aos 41 anos. Faltam 127 para atingir a meta dos 1000 golos. Será possível? Arrisco dizer, à boa maneira de CR7: Siiiiii!
Pedro Rocha / Global Imagens
2024 chega com guerra na Ucrânia mais feroz
DOMINGO, 31 de dezembro
2023 chegou ao fim e a entrada em 2024 fez-se com nova escalada na guerra na Ucrânia, notada tanto nas ofensivas militares como nas palavras de Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Numa reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, Moscovo acusou Kiev de “terrorismo deliberado”, após um ataque à cidade russa de Belgorod, do qual resultaram mais de 20 mortos e uma centena de feridos. Segundo o regime de Putin, foram utilizadas “bombas de fragmentação”, proibidas pela lei internacional. A retaliação não se fez esperar, sobretudo em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, onde foram atingidos edifícios residenciais, um hotel e instalações hospitalares. Segundo Kiev, no espaço de três dias a Rússia lançou mais de 300 mísseis e 200 drones contra a Ucrânia. Nas respetivas Mensagens de Ano Novo, Putin afirmou, sem nunca se referir à Ucrânia, que a Rússia “nunca recuará” e que “nenhuma força será capaz de dividir” o país, enquanto Zelensky prometeu que, em 2024, “o inimigo vai sofrer a devastação”, destacando o reforço do arsenal militar com “um milhão de drones” e com a chegada aos céus dos caças F-16: “Assim, os nossos inimigos conhecerão a nossa raiva.”
EPA
Presidente destaca a importância do voto
SEGUNDA-FEIRA, 1 de janeiro
Na Mensagem de Ano Novo, o Presidente da República fez um forte apelo à participação dos portugueses nas eleições, sejam elas as legislativas antecipadas, marcadas para 10 de março, ou as regionais dos Açores (em fevereiro) e as Europeias (junho), tendo em conta que “2023 acabou com mais desafios e mais difíceis do que aqueles com que havia começado”. No entender de Marcelo Rebelo de Sousa, parte dos desafios que o país enfrenta resulta da “legítima decisão pessoal de cessar funções” tomada pelo primeiro-ministro, António Costa. Por outro lado, considerou que “é essencial ter contas certas”, mas, no entanto, salientou que “crescimento sem justiça social, sem redução da pobreza e das desigualdades entre pessoas e territórios, não é sustentável”. O caderno de encargos para um futuro Governo ficou traçado: “O efetivo acesso à Saúde, à Educação, à solidariedade social é uma peça-chave para que haja Justiça Social e crescimento”. O PSD destacou “o realismo” do discurso de Marcelo, na identificação dos problemas do país. Já o presidente do PS, Carlos César, voltou a dizer que foi a “decisão de dissolver a Assembleia e convocar eleições, tomada pelo Presidente da República”, que “reforçou o clima de incerteza” e “prejudicou a confiança num percurso de expectativas económicas seguras”. 2024 começa, assim, sem novidade: o país vai para eleições antecipadas, sem que nenhuma das partes queira assumir a responsabilidade por esse desfecho.
Marcelo Rebelo de Sousa fez a sua 7.ª Mensagem de Ano Novo na Presidência da República.
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
Japão em sobressalto no arranque do ano
TERÇA-FEIRA, 2 de janeiro
O arranque do novo ano foi tudo menos festivo no Japão. Primeiro o país foi abalado por uma série de sismos (mais de 150 no espaço de 17 horas, no dia 1 de janeiro), incluindo um, com epicentro na Península de Noto, que atingiu uma magnitude de 7,6 na escala aberta de Richter. Depois, na terça-feira, deu-se uma aparatosa colisão entre um avião comercial e uma aeronave da Guarda Costeira no Aeroporto de Haneda, em Tóquio. Do embate resultou a morte de cinco tripulantes da aeronave da Guarda Costeira (só o comandante escapou com vida), tendo o Ministério dos Transportes nipónico concluído que este aparelho, que se preparava para prestar auxílio às zonas atingidas pelos sismos, não tinha autorização para entrar na pista, acabando por motivar o acidente. A tragédia só não foi pior devido à rápida e eficaz evacuação do Airbus A350 da Japan Airlines, que permitiu retirar as 379 pessoas a bordo antes de o aparelho ser consumido pelas chamas. Já o terramoto causou, pelo menos, 92 mortos. Um número ainda assim baixo, tendo em conta a violência dos sismos. Boa parte da explicação reside no facto de a frequência deste tipo de eventos no Japão ter resultado numa melhor preparação da população para saber como reagir, assim como na adoção de soluções de engenharia que permitem construir edifícios mais resistentes aos sismos.
EPA
Um ano de recordes para o turismo em Portugal
QUARTA-FEIRA, 3 de janeiro
Mais de 30 milhões de hóspedes, 77 milhões de dormidas e uma receita aproximada de 25 mil milhões de euros para o país. Os números atestam bem a importância do setor do Turismo para Portugal e são recordes. Comparando com 2019, que tinha sido o melhor ano turístico de sempre, o aumento de hóspedes esteve na casa dos 10%, enquanto que a receita disparou 37% face a esse ano e 18,5% face a 2022. “Foi de facto um ano muito positivo para o turismo do país, e também para Portugal no seu todo, o melhor ano de sempre do turismo em Portugal”, revelou o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços. Nuno Fazenda admitiu, no entanto, que continua a ser necessário “assegurar um equilíbrio entre o desenvolvimento do turismo e aquilo que é o ADN do turismo, que são os residentes”, os quais sentem cada vez mais dificuldades em ter casas a preços acessíveis, ainda que reconheça que o Alojamento Local “teve um papel muito importante na regeneração das cidades” e “continua a ter no presente”. Entretanto, foi lançada nova campanha publicitária, inserida na Estratégia Turismo 2027, “que pretende colocar Portugal na liderança do turismo do futuro, mais inclusivo, sustentável e responsável”. Mas com o projeto de um novo aeroporto de Lisboa adiado, à espera do próximo Governo, resta saber quando é que o país terá condições para abraçar esse desafio.
Pedro Granadeiro / Global Imagens
PS tenta garantir unidade e PSD formaliza Aliança
QUINTA-FEIRA, 4 de janeiro
Em contagem decrescente para as legislativas de março, PS e PSD vão tentando arrumar a casa. Em vésperas do Congresso de consagração de Pedro Nuno Santos (PNS) como secretário-geral socialista, parte da preocupação em assegurar uma imagem de unidade no partido foi ultrapassada com o acordo com José Luís Carneiro, o candidato derrotado nas diretas, para a formação de listas para as comissões Política e Nacional, atribuindo ao ainda ministro da Administração Interna o direito de indicar 35% dos lugares (a percentagem de votos que obteve nas eleições foi de 36%). Francisco Assis, conotado com uma ala mais à direita no PS, opositor da solução de geringonça encontrada em 2015 que permitiu a António Costa ser primeiro-ministro, foi a escolha de PNS para liderar a lista para a Comissão Nacional. Por outro lado, também ficou assegurada que a elaboração do programa que o PS apresentará aos portugueses vai contar com contributos dos dois lados. Já o PSD aprovou, em Conselho Nacional e por unanimidade, o acordo de coligação com CDS e PPM para as legislativas e europeias, garantindo o regresso ao Parlamento dos centristas, através de, pelo menos, dois lugares “claramente elegíveis”, tanto no entender de Luís Montenegro, como de Nuno Melo.
HUGO DELGADO/LUSA
IVA Zero termina. Deco pede “planeamento de compras”
A medida do IVA Zero, que esteve em vigor durante quase nove meses, isentando do Imposto sobre Valor Acrescentado 46 bens alimentares de primeira necessidade, chegou ao fim. Os preços vão subir, é garantido, mas esse aumento pode ser acima dos 6% do imposto, já que, como explicou o Dinheiro Vivo, no arranque do ano é habitual que os diversos fornecedores atualizem as tabelas dos valores a cobrar pelos produtos, o que se pode repercutir, depois, em preços mais caros na distribuição, ou seja, nas prateleiras dos supermercados. A Deco, que tem vindo a monitorizar o preço deste cabaz desde abril, nota que o custo atual, mesmo com IVA Zero, já era superior ao que se verificava no início da medida, e deixou conselhos aos consumidores: “Há toda uma série de produtos e serviços com os quais os consumidores devem contar com aumentos e a verdade é que os rendimentos mesmo que tenham uma subida esta só se vai verificar para o final do mês. Daí que seja fundamental fazer um bom planeamento e uma comparação de preços.”
Leonel de Castro/ Global Imagem