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Teodoro Obiang.CC

Empresa da filha de Obiang na mira de investigação da PJ

Os investimentos em Portugal de Francisca Nguema Jiménez, filha do presidente da Guiné Equatorial estão sob suspeita.
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Uma mpresa  criada pela filha de Teodoro Obiang, o presidente da Guiné Equatorial, na zona franca da Madeira, está sob suspeita de envolvimento em candidaturas fraudulentas a apoios financeiros da União Europeia (UE). Um empresário e um advogado detidos nesta terça-feira pela Polícia Judiciária (PJ), na operação Cash Flow, terão ligações a Francisca Nguema Jiménez, filha do ditador. Neste inquérito, além destes dois detidos, foi ainda constituído arguido outro advogado. 

Estão “fortemente indiciados de corrupção, fraude na obtenção de subsídio agravada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais”. De acordo com a PJ, os arguidos terão “lesado o Estado português e a União Europeia (UE) em cerca de sete milhões de euros”. “São suspeitos de ter constituído uma sociedade com o intuito de a candidatar a apoios financeiros da UE. Posteriormente, submeteram-na a um projeto ao Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), onde se comprometiam a criar um estabelecimento industrial para a produção de pellets, na cidade da Guarda”, explica a PJ sobre a denominada operação “Cash Flow”, em comunicado enviado às redações. 

Recorde-se que já em 2018, o jornal Público tinha noticiado que Francisca Jiménez tinha duas empresas na Zona Franca da Madeira (uma delas agora envolvida na operação Cash-Flow) e que tinha recebido até 1,5 milhões de euros em benefícios fiscais. Segundo este jornal, Francisca embora o mantenha na Guiné Equatorial, retirou  o apelido “Obiang” do seu nome quando obteve nacionalidade espanhola, prática comum de “Pessoas Politicamente Expostas”, quando querem fazer negócios foram dos seus países. 

A operação da PJ foi conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção desenvolvida nos distritos de Lisboa, Porto, Guarda, Braga, Vila Real, na Região Autónoma da Madeira e em Espanha e visou a execução de 24 mandados de busca. A investigação apurou “que os suspeitos têm participações em diversas sociedades comerciais portuguesas e estrangeiras, resultando fortes indícios de que utilizam o sistema bancário para fazer circular fundos entre contas bancárias da Guiné Equatorial, Luxemburgo, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Espanha e Portugal, para contas bancárias destes, dos seus familiares e de empresas associadas”. 

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