Dados indicam que as médias das disciplinas não mudaram muito.
Dados indicam que as médias das disciplinas não mudaram muito.FOTO: José Carmo / Global Imagens

Educação Física, Espanhol e Inglês: as melhores disciplinas no secundário em 2023/24

Relatório divulgado pelo Governo mostra que as classificações dos alunos estão praticamente iguais nos últimos dois anos. Média nos exames de Português desceu, mas continua positiva.
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Sem mudanças em relação ao ano letivo anterior, as médias finais dos alunos do secundário fixaram-se, em 2023/2024, nos 15 valores (para o ensino público) e nos 16,9 (para o ensino privado). A conclusão é do relatório sobre as classificações internas, divulgado esta quinta-feira pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

No balanço, que diz respeito ao ano letivo passado, a instituição destaca ainda outro fator: as disciplinas anuais têm médias mais elevadas (17, no público, e 18,3, no privado), quando comparadas com as de dois ou as de três anos. Olhando para os dados desde o ano letivo 2017/18, vê-se que, no público, as disciplinas anuais têm estado sempre perto dos 17 valores. Só em 2020/21, em plena pandemia de covid-19, estas classificações médias passaram, ainda que apenas por uma décima, fixando-se nos 17,1.

Além disso, os dados da DGEEC mostram que as disciplinas bienais são, de todas, as que têm as médias mais baixas - ainda que tenha aumentado ao longo dos últimos sete anos letivos: em 2017/18 estava nos 13,8 e, no ano passado, chegou aos 14,2. Ainda assim, este valor é o valor mais baixo dos últimos cinco anos.

Em termos de disciplinas propriamente ditas, Educação Física continua a ser a trienal (ou seja, transversal a todo o secundário) que tem as médias de notas mais alta: 16,9 no ensino público e 18,2 no privado. Entre as disciplinas bienais (lecionadas no 10.º e 11.º ano) com maior número de alunos matriculados, o Espanhol e o Inglês são as que nota média mais alta tiveram (16 e 15,3 valores, respetivamente). Em sentido inverso, Geometria Descritiva A, que chegou a ter média de 15 valores em 2020/21, continua a descrecer e teve um média de 14,1 valores no passado.

Já no ensino privado, a DGEEC destaca ainda que além do Inglês, as disciplinas de Filosofia, Biologia e Geologia e Economia A foram aquelas que, no ano letivo transato, tiveram as melhores médias internas - tal como já acontecera no ano anterior.

Já em relação às “disciplinas anuais do 12.º ano, o cenário é também muito idêntico ao observado em anos anteriores”, refere a DGEEC, continuando a apresentar “classificações médias internas finais superiores às observadas nas disciplinas bienais e trienais”. Entre as anuais que têm mais alunos matriculados (tanto no público como no privado), o Inglês continua a estar no ‘top’, com média de 17,2. Mas há um intruso: Aplicações Informáticas B, com média de 18 valores (no público) e 18,8 (no privado).

Português piora e Matemática melhora nos resultados dos exames face a 2023

No passado ano letivo, os exames nacionais de Matemática A e Português do secundário voltaram a ter médias positivas (12,6 e 11,6 valores, respetivamente). Mas ambas as disciplinas estão ainda fora do pódio nas classificações médias nacionais, ocupado pelas disciplinas de Inglês (13,1), Economia A (13,1) e História A (12,7).

Isto significa que, de 2023 para 2024, os resultados a Português pioraram mais de um valor e meio (há dois anos, a média destes exames estava nos 13,2). Em sentido inverso, os resultados a Matemática A melhoraram praticamente um valor (em 2023, estavam nos 11,5).

Segundo o relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), há outro dado que salta à vista: as raparigas tiveram médias superiores em Inglês, Matemática, Português e Filosofia, com os rapazes a terem melhor desempenho em História A, Geometria Descritiva A, Física e Química A e Geografia A. Comparando os resultados em todas as disciplinas, a DGEEC refere que “as diferenças entre sexos não superam os dois valores na classificação média”.

No cômputo geral, as classificações médias dos mais de 5 mil alunos que fizeram os exames nacionais estiveram entre os 10 e os 13 valores.

Estendendo a análise aos exames feitos no final do 3.º ciclo (9º ano), a DGEEC destaca que, numa escala de 1 a 5, a média a Português fixou-se em 3, de entre 92 mil provas realizadas a nível nacional. Nas contas do Governo, as provas de Português têm uma taxa positiva (acima ou igual à nota 3) de 76%.

Mais do que em Matemática, onde, a média foi de 2,8 entre mais de 94 mil exames, havendo uma taxa de 50% de aprovações.

Em relação aos anos pós-pandemia, estes resultados a Matemática são melhores, retomando uma trajetória ascendente que se verificava até 2019. No entanto, os resultados a Português foram mais ou menos constantes e, comparando com 2018 (ano com uma média de 3,4) nunca mais os estudantes do 9.º ano conseguiram chegar a esses valores. Fazendo a análise por sexos, o desempenho foi praticamente igual, havendo apenas uma diferença de 0,1 na média de cada exame, com as raparigas a serem melhores.

Dados soltos

Notas do privado são dois valores mais altos: Segundo a DGEEC, os alunos do ensino privado têm melhores notas internas do que os da escola pública, com uma diferença média de quase dois valores entre os dois regimes. No balanço sobre as classificações finais dos cursos científico-humanísticos. No ano letivo passado, a média das notas internas foi de 15 valores, com a média do privado a ser de 16,9.

Geometria descritiva com média negativa: De entre todas as disciplinas com exames no ensino secundário, Geometria Descritiva tem média negativa (8,8 valores em 20). Feito apenas no curso de Artes VIsuais, este exame é, aliás, o único com média negativa. Geografia está perto (com 10 valores de média), mas mesmo assim continua a ter positiva.

Alunos sem apoio social com melhores notas: De acordo com a DGEEC, os alunos que não têm qualquer tipo de apoio social (escalão A ou B) acabam por ter melhores notas nos exames nacionais. A diferença é mais acentuada entre alunos com escalão A e sem qualquer tipo de apoio. Esta tendência verifica-se quer no nono ano como no final do ensino secundário.

Maior número de exames foi a Matemática: Segundo os dados da DGEEC, o maior número de provas finais realizadas no ensino secundário foi a Matemática A (média de 12,6 valores) com mais de 27 mil exames a serem realizados no ano passado. Em segundo lugar, aparecem as 24 mil provas de Português (11,6 de média) e, em terceiro, as 23 mil de Física e Química A (11,4 de média). Em sentido contrário, Português Língua Não Materna, Latim e Português Língua Segunda (feito por alunos surdos) foram as disciplinas com menos exames feitos (9, 12 e 14, respetivamente).

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