Detetores de monóxido de carbono podem evitar vítimas mortais
Fogões e esquentadores devem estar instalados em zonas bem ventiladas, para a saída de gases.

Detetores de monóxido de carbono podem evitar vítimas mortais

Anualmente, dezenas de pessoas morrem por inalação de gás ou monóxido de carbono. A Associação de Proteção Civil aconselha a colocação de detetores em casa para evitar acidentes.
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Com o gás todo o cuidado é pouco. “Antes de mais deve ser feita uma sensibilização da população, no sentido de tomar medidas de prevenção e proteção”, começa por dizer ao DN João Paulo Saraiva, presidente da Associação de Proteção Civil. Todos os anos, sobretudo no inverno, morrem dezenas de pessoas em Portugal, por inalação de gás ou monóxido de carbono. Esses acidentes, muitas vezes fatais, podem ser evitados com medidas simples. “É necessário ventilar as casas e instalar detetores de monóxido de carbono, que funcionam como um alarme e disparam quando há uma concentração acima do indicado”, avança João Paulo Saraiva. “São aparelhos baratos, simples de instalar e que estão facilmente disponíveis no mercado”.
Estes aparelhos “não devem estar ligados à eletricidade porque, caso falhe a corrente elétrica, deixam de funcionar. Por isso, devem ser utilizadas pilhas alcalinas. E, todos os meses, devem ser verificadas as pilhas, para o correto funcionamento destes equipamentos”, adverte o mesmo responsável.


Há outras medidas importantes a tomar, no que se refere às instalações com gás. Ter esquentadores instalados, por exemplo, em casas de banho é completamente contra indicado. “Obviamente que isso é um erro e um perigo. Durante o banho, a porta da casa de banho é normalmente fechada. A ventilação, embora possa existir através de um respiradouro, não será suficiente e eficaz, porque o respiradouro, normalmente, não está instalado no teto mas mais abaixo”, acrescenta João Paulo Saraiva. “Nestas circunstâncias, vão-se acumulando gases na casa de banho o que leva, frequentemente, à intoxicação por monóxido de carbono”, avisa. E mesmo que o esquentador esteja instalado na cozinha, é preciso atenção. “Mesmo as cozinhas devem ter respiradouros e, muitas cozinhas antigas, não têm. Mais uma vez chamo a atenção de que é fundamental instalar detetores de monóxido de carbono”.No caso dos esquentadores mais antigos o perigo é maior. Os aparelhos mais modernos, como explica João Paulo Saraiva, “já têm uma válvula de corte, quando há um volume de monóxido de carbono acima de 39 partículas por milhão”. 


Todos os equipamentos a gás devem ser verificados com frequência. O presidente da Associação de Proteção Civl exemplifica: “As mangueiras de gás devem ser substituídas de cinco em cinco anos. Por outro lado, qualquer mangueira de gás tem o prazo de validade inscrito. Quando esse prazo expira podem ocorrer passagens de gás através do tubo”. E acrescenta: “Não só é fundamental substituir as mangueiras mas também verificar as abraçadeiras. Tudo isto faz parte da prevenção da intoxicação por gás ou monóxido de carbono. Tal como a limpeza das chaminés, os cuidados em relação às lareiras e aquecedores com resistências elétricas que consomem oxigénio e vão libertar monóxido de carbono”. Muito importante é, também, cumprir a lei e pedir inspeções periódicas à instalação de gás, em casa. “Há essa obrigatoriedade mas depois não há um mecanismo de controlo de que ela é feita”, lamenta João Paulo Saraiva. No entanto, durante estas inspeções podem ser “detetados problemas, como pequenas fugas, que serão, então, arranjados por técnicos ”.

 
O monóxido de carbono, que resulta da combustão deficiente de qualquer combustível, como o gás, não tem cheiro. Porém, caso exista uma fuga de gás, essa poderá ser percetível pelo ligeiro odor. Neste caso, João Paulo Saraiva aconselha: “Antes de mais, assim que a pessoa se aperceber disso, deve abrir portas e janelas, para ventilar o espaço. Deve, então, sair de imediato da habitação e desligar a válvula de segurança do gás, no exterior”. Caso haja vítimas, com sintomas de intoxicação, como “náuseas, vómitos, tonturas e alterações do estado de consciência, deve ser solicitada assistência médica, através do 112. Mesmo sem sintomas, deve ligar-se na mesma para o 112, para que vá uma equipa de bombeiros ao local verificar se é seguro, ou não, regressar à habitação”.

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