Criança de um ano ligada a ECMO no hospital de São João
Uma criança de um ano está internada em situação grave no Hospital de São João devido a infeção com covid-19.
Uma criança de um ano, infetada com covid-19, está internada nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital de São João, no Porto. A criança está em situação clínica grave, necessitando de ser ligada a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), uma técnica para tratar pessoas com doença respiratória grave.
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Segundo fonte do hospital disse à Lusa, foi necessário recorrer a essa técnica devido a alterações cardíacas e dada a gravidade do quadro.
A criança estava no Centro Materno Infantil do Norte, tendo sido transferida durante a noite devido ao agravar do quadro clínico, avançam as televisões.
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Em declarações à CNN Portugal, o médico Caldas Afonso, que deu indicação para a transferência da criança para o hospital de São João, explicou que esta deu entrada no Centro Materno Infantil do Norte na sexta-feira, vindo transferida Póvoa de Varzim. Vinha com febre, recusa em alimentar-se e falta de energia, explicou.
Em 24 horas a situação clínica piorou, com uma taquicardia que se agravou, disse, realçando que se tratava de uma criança "previamente saudável".
O médico salientou depois a importância da vacinação das crianças, não sendo o caso deste bebé, que não é elegível para vacinação. "É segura e eficaz", garantiu Caldas Afonso sobre a vacina contra a covid-19.
O médico afirmou que atualmente há mais seis crianças internadas no Centro Materno Infantil do Norte, "a maioria não vacinadas".
Ordem dos Médicos pede que não se desvalorize efeito nas crianças
A Ordem dos Médicos emitiu uma nota de imprensa na sequência deste caso, na qual tanto o bastonário como o Gabinete de Crise "vêm insistir publicamente na importância de não se desvalorizarem os efeitos desta infeção nas mais variadas faixas etárias".
Filipe Froes, coordenador do Gabinete de Crise, realça: "No caso concreto das crianças, é verdade que a infeção tende a ser mais benigna, mas os casos graves existem e não devem ser desvalorizados".
O bastonário sublinha que "é essencial que não nos esqueçamos do caminho difícil que percorremos e do que conseguimos alcançar".
Filipe Froes diz que a vacinação, introduzida há pouco mais de um ano, "permitiu mudar o curso da pandemia e tornar a doença covid-19, regra geral, menos grave".
Afirmando que "todas as vidas importam e a vida de uma criança deve ser protegida de forma ainda mais especial", Miguel Guimarães manifesta preocupação pelo "palco que é dado a discursos inconsistentes e que, sobretudo, não têm qualquer respaldo na evidência científica produzida sobre os efetivos riscos da doença nas crianças e a segurança e benefícios da vacinação".