Crescimento da incidência está a desacelerar, diz o relatório sobre linhas vermelhas
O terceiro relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19, divulgado esta sexta-feira (16), refere que "a situação epidemiológica" do país revela uma "transmissão comunitária de moderada intensidade e reduzida pressão nos serviços de saúde", adiantando mesmo que a redução da estimativa do índice de transmissibilidade - Rt -, de 1,08 para 1,01, no período entre 8 e 11 de abril, sugere que a incidência da doença está a aumentar a um ritmo mais baixo do que há uma semana.
O relatório conjunto da Direção-Geral da Saúde e do Istituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) aponta que o número de novos casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 70 novos casos, com tendência estável a crescente a nível nacional.
O valor do Rt apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,05) e nas várias regiões de saúde do continente, com exceção da região Lisboa e Vale do Tejo (LVT) (0,96). Ao nível nacional, observa-se uma redução da estimativa do Rt, entre 8 e 11 de abril, de 1,08 para 1,01, sugerindo um desacelerar do crescimento da incidência neste período de tempo.
Considerando o valor de Rt atual (média 5 dias), atingir-se-á a linha dos 120 casos por 100 000 habitantes em um a dois meses.
Já o número diário de casos de COVID-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) encontra-se com uma tendência "ligeiramente decrescente a estável", encontrando-se abaixo do valor crítico definido (245 camas ocupadas) - eram 109 a 14 de abril, número que entretanto baixou para 101.
Ainda segundo este relatório, "a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 1,6%,, valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%", tendo sido realizados mais testes nesta semana do que na anterior: no total, 277 228.
Com base na sequenciação genómica de amostras recolhidas em março, o relatório estima que "a prevalência de casos de infeção por SARS-CoV-2/ COVID-19 em Portugal da variante B.1.1.7 (associada ao Reino Unido) tenha sido, naquele período, de 82,9%."
Foram ainda identificados 54 casos da variante B.1.351 (associada à África do Sul), cuja prevalência, estimada com base na sequenciação, foi de 2,5%. E confirmados também 29 casos da variante P.1 (associada a Manaus, Brasil), cuja prevalência estimada foi de 0,4%, "indiciando a sua reduzida circulação no território nacional."
O relatório revela também que houve um ligeiro aumento da transmissão nos grupos etários mais jovens, nas quais o risco de evolução desfavorável da doença é menor. O grupo etário com maior incidência correspondeu ao grupo dos 30 aos 35 anos (112 casos por 100 000 habitantes).