2,5% da população respondeu 'não' ao SMS de agendamento

Em agosto, Portugal vai receber apenas 200 mil das 600 mil vacinas da Janssen que estavam previstas, diz o coordenador do plano de vacinação. Gouveia e Melo esperar ter 70% da população com vacinação completa entre 5 e 12 de setembro.
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Portugal vai receber apenas 200 mil das 600 mil vacinas da Janssen previstas para agosto, anunciou esta sexta-feira o coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, que diz esperar ter 70% da população com vacinação completa entre 5 e 12 de setembro.

Henrique Gouveia e Melo, ouvido nesta sexta-feira na Comissão Parlamentar de Saúde sobre o processo de vacinação, adiantou que o Ministério da Saúde "tem estado a compensar estas quebras com aquisições através de parceiros que não estejam a usar algumas destas vacinas ou a antecipar vacinas do 4.º trimestre para este terceiro trimestre".

O responsável disse esperar ter 70% da população vacinada com uma dose entre 8 e 15 de agosto e com a vacinação completa entre 5 e 12 de setembro.

Aos deputados, revelou que, no total, 2,5% da população respondeu 'não' à mensagem recebida para agendar a vacina e, quando houve mais filas, 2,7% faltaram à marcação.

Sublinhou ainda que "não há nenhum sintoma de falta de adesão às vacinas, mesmo nas faixas etárias mais novas".

"Não há qualquer preocupação [quanto a esta matéria], mas é preciso estar atento. É um tema importante", afirmou.

Questionado pelos deputados, Gouveia e Melo fez um balanço positivo da iniciativa Casa Aberta, criada inicialmente para ir buscar as últimas pessoas das faixas etárias quando estas estão quase fechadas.

Explicou que as autoridades acabaram por também usar este método para avançar com as segundas doses da AstraZeneca quando o intervalo entre doses passou de 12 para oito semanas, uma situação que -- disse -- "não alterou significativamente os agendamentos pois representava uma percentagem ínfima dos agendamentos diários".

"Mesmo nos piores momentos tivemos 7% dos centros de vacinação com mais de uma hora de espera", afirmou.

Explicou, contudo, que como o método Casa Aberta é um pouco desordenado, se pretende ordenar, criando senhas que os centros de vacinação decidem atribuir para a modalidade mais livre de vacinação e que as pessoas podem "captar por telemóvel", aparecendo depois para a vacina.

Sobre a vacinação dos migrantes mais desfavorecidos, Gouveia e Mello disse que os dados de que dispõe apontam para 25 000 vacinados.

"Temos feito o máximo que podemos, acelerando os processos e facilitando o controlo par não os empurra para fora do processo", explicou.

Cerca de 550 mil pessoas foram abrangidas pela redução de 12 para oito semanas do período entre doses da vacina da AstraZeneca, revelou também o coordenador do plano de vacinação.

Henrique Gouveia e Melo disse que, no total, foram mais de um milhão as pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca e que, das 550 mil que encurtaram o intervalo entre doses, apenas cerca de 72 000 não receberam a segunda dose, porque ainda não completaram as oito semanas ou, entretanto, tiveram covid-19.

Questionado pelos deputados sobre a vacinação nas férias e a possibilidade de se poder receber a segunda dose em lugar diferente, Gouveia e Melo considerou impossível concentrar uma percentagem tão elevada de pessoas para a segunda dose, por exemplo, no Algarve.

"O intervalo entre doses é de um mês. Acredito que os portugueses conseguem flexibilizar os agendamentos para garantir que conseguem receber as duas doses no local de residência, evitando problemas", afirmou.

O responsável considerou ainda que alterar a situação "tornaria o processo impossível de controlar" e que "a infraestrutura para manter processo de vacinação sofreria muito".

O coordenador da task force assegurou que os profissionais de saúde envolvidos no processo de vacinação contra a covid-19 vão ter férias e descanso, reiterando que já estava previsto na planificação da logística.

"Quando estamos a vacinar neste momento cerca de 95 mil [por dia] e nestas semanas mais calmas, os centros de vacinação atuam imediatamente, folgando pessoal e, reagindo muito rapidamente, tentando folgar as suas equipas, que também estão saturadas deste processo, de maneira a termos a resiliência suficiente para o levar até ao fim - pelo menos, setembro ou outubro - com grande esforço das pessoas", disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.

Em declarações por videoconferência, o responsável enalteceu a "grande adesão" e o "elevado espírito de missão" das pessoas que estão ao serviço, explicando os números traçados pela sua equipa para o descanso dos profissionais.

"Quando calculámos os 4700 elementos necessários das diversas especialidades para fazer este processo, calculámos com 20% de folga para uma vacinação de 100 mil pessoas [diariamente] e capacidade para ir até 'picos' de 150 mil pessoas", observou, continuando: "As pessoas vão ter férias e descanso e vamos tentar gerir isso da melhor forma possível sem prejudicar o processo".

"Nós temos previsto no fim de setembro, termos capacidade de vacinar mais de 90% da população, vacinação completa, o que significa que não haverá mais elegíveis para as primeiras doses e estamos a acabar o processo das segundas doses", afirmou ainda o coordenador da task force em comissão parlamentar.

Gouveia e Melo disse que "no fim de setembro teremos 82% dessa população com segundas doses [vacinada]". " O que significa que a população calculada será entre 85 a 90%, estamos praticamente a acabar o processo".

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