Construção de hospital que vai substituir nove unidades de Lisboa começa hoje em Marvila
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assinala hoje o início da construção do Hospital de Todos-os-Santos, na freguesia de Marvila, em Lisboa. O projeto está pensado há mais de três décadas tendo como objetivo a substituição das oito unidades mais antigas da zona oriental da capital, e cujas instalações ainda funcionam em conventos e em edifícios antigos já sem possibilidade de expansão e sem condições de resistência sísmica. Mas vários contratempos financeiros, como a crise económica do final da primeira década dos anos 2000 e a vinda da troika, ditaram que ficasse na gaveta durante mais uns anos.
No primeiro projeto, a sua conclusão estava prevista para o ano de 2012 e o início de atividade para o ano seguinte, mas não foi possível. Agora, e como o projeto, com um custo estimado na ordem dos 400 milhões, é financiado em cerca de 100 milhões pelo PRR, há prazos a cumprir e a sua construção tem de estar finalizada até final de 2026, com início de atividade em 2027.
O anúncio do início da obra tinha sido feito pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, durante o debate quinzenal, da passada quinta-feira, depois de o Governo ter autorizado a compra de cinco parcelas de terreno à câmara de Lisboa no valor de 4,7 milhões de euros, em Marvila. Recorde-se que o Tribunal de Contas tinha dado já visto à construção desta unidade, impondo no entanto mais obras que salvaguardassem a resistência sísimica que tiveram de ser acrescentadas pela empresa que ganhou a sua construção e manutenção, a Mota Engil.
O Hospital de Todos-os-Santos, também conhecido como o hospital da zona oriental de Lisboa, vai incluir oito unidades, São José, Santa Marta, Curry Cabral, Santo António dos Capuchos, Maternidade Alfredo da Costa, pediátrico D. Estefânia, Instituto de Oftalmologia Gama Pinto e o Hospital Psiquiátrico Júlio de Matos. Ou seja, todos os hospitais que hoje integram a Unidade Local de Saúde São José, e que se encontram dispersos pela capital, vão ficar reunidas num edifício com mais de 130 mil metros quadrados, que terá quatro a cinco pisos de altura, 2945 lugares de estacionamento, dos quais 1450 subterrâneos.
Em termos de capacidade, esta unidade está pensada para 875 camas, com mais 360 de reserva para poder alargar a sua resposta em situações de contingência.
Além das valências que já integram todas as oito unidades que para ali se vão mudar, vai ter ainda as de Reumatologia, Medicina Nuclear e de Radioncologia o que permitirá à ULS de São José ter uma unidade de radioterapia, evitando a transferência de doentes para o Instituto Português de Oncologia de Lisboa.