Coletivo Climáximo coloca cartazes na Navigator a atribuir responsabilidade pelos incêndios

Coletivo Climáximo coloca cartazes na Navigator a atribuir responsabilidade pelos incêndios

Ativistas climáticos atribuem às empresas de produção de celulose e de combustíveis fósseis, manifestando “apoio a todas as pessoas que estão a lutar contra as chamas com as suas mãos e corpos”.
Publicado a
Atualizado a

Elementos do coletivo Climáximo colocaram esta quinta-feira, 21 de agosto, cartazes na porta da sede da produtora de papel Navigator, em Lisboa, a atribuir a responsabilidade pelos incêndios florestais às empresas de celulose e de combustíveis fósseis.

Esta ação, anunciou o Climáximo em comunicado, ocorreu em paralelo com protestos na Galiza contra os fortes incêndios das últimas semanas em Portugal e em Espanha, cuja responsabilidade os ativistas climáticos atribuem às empresas de produção de celulose e às empresas de combustíveis fósseis, manifestando “apoio a todas as pessoas que estão atualmente a lutar contra as chamas com as suas mãos e corpos”.

Os cartazes, colocados por dois ativistas do Climáximo continham imagens de fogos florestais e de bombeiros a combatê-los e frases como “Eles declararam guerra à humanidade e ao planeta”, “Eles estão a matar-nos”, “Eles incendeiam as nossas casas” e “Eles pegam fogo às nossas florestas”.

Na ação desta quinta-feira, o coletivo Climáximo acusa a Navigator de estar “a matar, a incendiar casas e a deitar fogo à floresta, numa guerra aberta contra a humanidade e o planeta”.

Coletivo Climáximo coloca cartazes na Navigator a atribuir responsabilidade pelos incêndios
Bombeiro gravemente ferido no fogo de Figueira Castelo Rodrigo. UE pronta para financiar recuperação do país

Leonor Canadas, apoiante do Climáximo e engenheira agrónoma, afirma no comunicado que "governos, Navigator, Altri, Galp e EDP matam e despejam todos os anos centenas de pessoas, através de ações coordenadas e conscientes para, por um lado, continuar a queimar combustíveis fósseis, levando ao aumento da temperatura, e, no caso das celuloses, transformar a floresta em eucaliptal inflamável”.

“Tudo para manterem os seus lucros, num contexto de desigualdade cada vez maior entre os que tudo têm e todas as outras pessoas que, cada vez mais, lutam todos os dias pela sobrevivência", afirma, acusando “os sucessivos governos” de insistirem em “atirar areia aos olhos com o aumento de medidas securitárias contra incendiários, que ignoram todo o contexto no qual estes incêndios acontecem”.

De acordo com a ativista, tudo isto acontece num “contexto de colapso climático, com ondas de calor e secas cada vez mais intensas e frequentes, que, juntamente com o abandono do meio rural e a monocultura do eucalipto transformam o território numa bomba relógio que explode todos os verões", considerando que “a indústria da celulose e as empresas de combustíveis fósseis como a Galp e a EDP fazem lucros recorde enquanto as suas emissões levam a recordes de temperatura e milhares de pessoas mortas em ondas de calor”.

O coletivo apela a que "todas as pessoas em Lisboa e restantes cidades mostrem que não consentem este ataque às populações” e que se juntem ao apelo da iniciativa popular "Emergência Florestal - Floresta do Futuro", e saiam à rua no dia 20 de setembro numa iniciativa para "Deseucaliptar, Descarbonizar, Democratizar".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt