Cirurgias adicionais. Rui Tato Marinho demitido do cargo de diretor clínico do Hospital de Santa Maria
Rui Tato Marinho foi demitido do cargo de diretor clínico do Hospital de Santa Maria, na sequência da auditoria sobre o caso das cirurgias adicionais. A notícia foi avançada pela TVI/CNN Portugal, acrescentando que o pedido de demissão, feito na semana passada pelo presidente do Conselho de Administração, Carlos Martins, foi aceite pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Para o lugar de Rui Tato Marinho foi, segundo as mesmas estações de televisão, convidada Ana Isabel Gouveia Lopes, atual diretora do departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria.
O caso das consultas adicionais surgiu depois de a TVI/CNN Portugal ter revelado que o médico Miguel Alpalhão terá ganhado 700 mil euros em pequenas cirurgias que realizou entre 2021 e 2024, num caso que se encontra a ser investigado pelo Ministério Público e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
De acordo com a notícia avançada pelas estações de televisão de Queluz, Tato Marinho não conseguiu resolver este problema, apesar de ter sido várias vezes alertado e advertido. O caso provocou entretanto a demissão do diretor do serviço de dermatologia, Paulo Filipe, mas ainda assim o diretor clínico manteve-se em funções.
Contudo, assim que o conselho de administração do hospital de Santa Maria recebeu as conclusões das auditorias preliminares, que confirmaram as alegadas irregularidades, segundo as quais vários médicos ganharam largos montantes com a classificação de procedimentos como cirurgias de ambulatório, Carlos Martins não teve alternativa senão pedir a demissão de Rui Tato Marinho.
A substituição já está entretanto em marcha, recaindo a escolha em Ana Isabel Gouveia Lopes que, curiosamente, esteve envolvida no caso do tratamento das gémeas luso-brasileiras, pois foi esta médica que recebeu o telefonema da secretária do então secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, com a indicação para marcar a consulta das crianças, que receberam depois um tratamento que custa ao estado português quatro milhões de euros.